O governo Sartori/PMDB pretende aprofundar ainda mais os ataques aos trabalhadores da segurança púbica. Se já vivemos tempos difíceis para os servidores públicos estaduais, as perspectivas para os próximos meses são ainda mais sombrias.
Os jornais de hoje (4/4) trazem notícias extremamente preocupantes para a população gaúcha. Se hoje a população já vive amedrontada pela violência, com os serviços essenciais, como saúde, educação e segurança, completamente sucateados. As perspectivas para os próximos meses são as piores possíveis. O governo Sartori/PMDB prepara um contingenciamento gigantesco nos investimentos do Estado. As informações dão conta de um corte de cerca de R$ 4 bilhões nas despesas do governo. Falando o português claro, os investimentos do Estado irão a zero. O governo já encomendou às secretarias as áreas onde serão efetuados os cortes.
Mesmo com um corte dessa dimensão, o governo ainda ameaça o funcionalismo com a possibilidade de acumular dois meses de atraso nos salários. Ou seja, nos próximos meses poderemos viver o absurdo de chegar ao dia do pagamento e os servidores não terem recebido a integralidade do salário do mês anterior.
Somente mobilização pode garantir salários
Diante desse ataque sem precedentes, os policiais gaúchos já estão se mobilizando e não descartam uma greve geral da segurança pública. Uma série de reuniões estão sendo feitas e, em todas elas, a resposta tem sido clara: os policiais não vão assistir passivamente o governo Sartori/PMDB destruir a segurança pública. Nas reuniões realizadas até agora, os policiais foram unânimes na aprovação do indicativo de greve contra o parcelamento dos salários e em defesa das promoções. Durante esta semana a UGEIRM continuará a mobilização. As várias regionais da UGEIRM pelo interior do Estado também já estão se reunindo e se posicionando pelo indicativo de greve. Nesta quarta-feira (06), as entidades que compõem o Bloco da Segurança se reunirão com o Diretor Geral do Tribunal de Justiça, para solicitar um posicionamento sobre o parcelamento dos salários. As entidades solicitarão ao judiciário, que tome uma providência obrigando o governo a cumprir a decisão judicial que proíbe o parcelamento dos salários dos trabalhadores da segurança pública. Os policiais sabem que a situação é grave e pode ficar ainda pior. Somente a mobilização e pressão sobre o governo podem fazer o governo recuar.
Governo fala em crise mas não apresenta política de crescimento
O grande vilão apresentado pelo governo Sartori/PMDB é a crise econômica, no entanto, não vemos uma única ação de combate a ela. A atitude do governo parece a daquele náufrago que, ao ver o barco afundando, prefere jogar tudo que tem ao mar, ao invés de tentar navegar e sair da tempestade. Tudo que o governo apresenta são mais cortes e medidas recessivas. O único resultado dessa política é uma crise ainda maior, o que vai causar mais à frente outros cortes e mais recessão. É um ciclo vicioso sem fim.
Corte de investimentos vai aumentar ainda mais a violência
O corte de mais de R$ 4 bilhões vai aprofundar ainda mais a crise na segurança pública. Se hoje os policiais já convivem com a pior situação possível para exercer o seu trabalho, com os investimentos indo a zero podemos esperar o pior. Além disso, como será possível combater a violência com policiais sem receber salários? O déficit de pessoal só tende a piorar. A contratação de policiais, admitida pelo próprio governo como extremamente necessária, deverá ficar para um futuro muito distante. E, em um cenário caótico como esse, as mais de 1.200 promoções, que estão congeladas desde o início do governo e são tão necessárias para o desenvolvimento do trabalho policial, se tornam uma possibilidade muito remota.
Cortes não atingem publicidade do governo
Porém, um setor não desfruta da crise financeira do governo do Estado. A secretaria de comunicação e as agências de publicidade que atendem o Palácio Piratini parecem não ter sido atingidas pela crise. Desde o mês passado vemos uma enxurrada de propaganda oficial nos meios de comunicação comercial do Estado. O cidadão que liga o rádio de manhã, deve pensar que o Estado não está em crise. Propagandas divulgando os “feitos” do governo tomam um espaço cada vez maior. A segurança pública é o principal alvo da publicidade do governo Sartori/PMDB. Talvez o governo pense que divulgando as operações da polícia, os bandidos se assustem e parem de aterrorizar a população. Se o cidadão escolher assistir o programa Fantástico da Rede Globo no horário nobre de domingo (a publicidade mais cara da TV brasileira), também assistirá o governo “trabalhando” para combater a crise. O mais irônico de tudo, é que o governo gasta muito dinheiro para dizer que não tem dinheiro.