O ex-presidente Jair Bolsonaro.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal nesta terça (19) pela suposta adulteração da carteira de vacinação contra a Covid-19, com a inserção de dados falsos no certificado de imunização. No começo do ano, a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu a investigação e apontou que o registro feito em uma unidade de saúde do estado de São Paulo é falso.
A informação do indiciamento de Bolsonaro foi confirmada à Gazeta do Povo por fontes ligadas à Polícia Federal após apuração inicial do G1 e pelo Metrópoles. À reportagem, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que o indiciamento não foi localizado, mas que “isso não significa que não exista; o indiciamento pode não ter sido enviado ainda ou estar sob sigilo”. A PF ainda não respondeu.
Fica evidente o quão patética é essa acusação: adulterar um cartão de vacina que nunca deveria ter sido obrigatória para começo de conversa.
Enquanto a Globo afirma que Mauro Cid delatou Bolsonaro como o responsável pela ordem de adulteração, o Metrópoles divulgou que o ex-assessor do presidente nega isso. Tudo parece um tanto estranho quando lembramos que Bolsonaro tinha passaporte diplomático e não precisaria de vacinas de Covid em dia para entrar nos Estados Unidos.
Há gente séria que considerou a acusação grave. É o caso de Marcos Cintra, que escreveu: “Falsificação de documento oficial é grave…gravíssimo. Injustificável sob qualquer alegação. Indiciamento de Bolsonaro e auxiliares é justo e necessário. Não vou passar pano pra ninguém”.
Eu discordo e não acho que seja passar pano avaliar todo o contexto. Em primeiro lugar, não é qualquer documento oficial, mas sim um já absurdo cartão de vacina que jamais deveria ter existido, uma vez que a obrigatoriedade em si de uma vacina experimental que não imunizava o paciente contra a doença parece o maior crime aqui.
Mas é impossível ignorar o contexto todo: Bolsonaro chegou a ser réu em inquérito por “importunar uma baleia”. O caso das joias foi tratado pela mídia como coisa de mafioso, e depois ficou claro que era tudo besteira. Teve o lance dos imóveis, que tampouco deu em algo. A compra da vacina que não ocorreu. O leite condensado dos militares. Etc.
Ou seja, quando se avalia a sequência de acusações, todas tratadas pela velha imprensa como crimes terríveis e sem qualquer benefício da dúvida ao ex-presidente, fica claro que Bolsonaro está sendo perseguido, e o crime em si é o de menos. O sistema tem seu alvo, e busca desesperadamente apenas um pretexto para prender Bolsonaro.
Não custa lembrar que vários manifestantes foram presos e condenados a quase vinte anos de prisão por “atentado antidemocrático”, com base em culpa coletiva, pelo crime que alguns indivíduos praticaram de arruaça e depredação de patrimônio público. A direita vem sendo alvo de perseguição implacável.
Isso num país que os verdadeiros corruptos e golpistas estão não só soltos, mas no poder. O ladrão voltou à cena do crime, como diria Alckmin. Bilhões foram desviados e os responsáveis estão fazendo negócios novamente com o governo. O Brasil voltou. Sérgio Cabral é colunista de site e influencer, enquanto jornalistas sérios estão exilados e censurados.
Olhando por essa ótica, fica evidente o quão patética é essa acusação: adulterar um cartão de vacina que nunca deveria ter sido obrigatória para começo de conversa. Não conseguem achar nada incriminatório envolvendo Bolsonaro, e apelam para a tortura das delações forçadas. E nem assim surge algo relevante. Resta esse tipo de baboseira.
Carlos Jordy, líder da oposição e também alvo do arbítrio do sistema, comentou: “No que se transformou a outrora gloriosa Polícia Federal? Que vergonha!” Impossível discordar. A PF vem se mostrando uma polícia política cada vez mais, disposta a seguir ordens ilegais de quem deseja extirpar a direita da política nacional. É coisa de ditadura, como na Venezuela ou na Rússia…
Por: Rodrigo Constantino – Gazeta do Povo