Candidato à presidência pelo PSB e ex-governador de Pernambuco morreu na última quarta-feira em acidente aéreo
Após cortejo que durou mais de duas horas pelo Centro Histórico de Recife, o corpo de Eduardo Campos foi enterrado sob aplausos pouco depois das 18h30min no cemitério de Santo Amaro. Os restos mortais do presidenciável, morto em acidente aéreo, foram colocados no jazigo da família, mesmo local onde foi enterrado o avô Miguel Arraes. A cerimônia foi acompanhada por uma multidão, e pessoas chegaram a se aglomerar em cima de árvores, sobre túmulos e alamedas para assistir ao enterro.
Ao chegar no local, o caixão foi recebido por fogos de artifício, palmas e gritos. Antes do enterro, foram entoadas as palavras: "Eduardo guerreiro do povo brasileiro". A cerimônia ainda foi antecedida por toque de clarinete e seguida por estouros de foguetes que duraram mais de 10 minutos e iluminaram o céu de Recife.
Próximos à cova, estavam apenas familiares e amigos. Houve chuva de flores. O último adeus ao pai, irmão, filho, tio, neto, sobrinho foi observado atentamente pela multidão, que gritava pedindo justiça e que as causas do acidente sejam esclarecidas. A esposa, Renata Campos, quatro dos cinco filhos do casal, a mãe, Ana Arraes, que estiveram ao lado do caixão desde a madruga quando foi trazido de São Paulo, e o irmão, Antônio Campos estavam entre os mais emocionados.
Viúva Renata Campos abraça os filhos
Foto: Carlos Rollsing / Agência RBS
Inicialmente, a expectativa era que a cerimônia ocorresse às 17h. Porém, apenas às 16h45min o caixão deixou o Palácio do Campo das Princesas — onde foi realizado o velório — em um caminhão do Corpo de Bombeiros e seguiu em cortejo de dois quilômetros até o cemitério.
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Marina Silva na chegada do cemitério
Foto: Alvaro Andrade / Agência RBS
Coroas de flores e cartazes com fotos de Campos e os dizeres "grande como o Brasil, forte como Pernambuco" foram espalhados pelo cemitério. O governo do Estado calcula que 160 mil pessoas tenham passado pela sede do governo desde as primeiras horas deste domingo.
Filhos de Campos usaram chapéus de palha, em uma referência à política do bisavô Miguel Arraes, em programa que empregava canasvieiros no período da entressafra na construção de pequenas obras públicas.
O enterro ocorreu mais de cem horas depois do acidente que tirou a vida de Campos. Desde então, o cemitério passou por reparos para abrigar o ex-governador. Caravanas saíram do interior de Recife para acompanhar a cerimônia.
— Viemos prestar nossa solidariedade e agradecer tudo de bom que ele fez pela gente — disse Mikaela Kalina, 26 anos, que saiu da cidade de Ribeirão, a aproximadamente 100 quilômetro do Recife. Com ela, mais 300 pessoas foram à cidade na caravana de oito ônibus.
O auxiliar de serviços gerais José Fernando de Souza, que há mais de 40 anos trabalha no cemitério, disse que nunca tinha presenciado movimentação tão intensa em um sepultamento.
Com o sepultamento, o PSB busca unidade em torno do nome de Marina Silva para prosseguir na disputa à Presidência da República.
Pessoas se aglomeraram para acompanhar o enterro
Foto: Carlos Rollsing / Agência RBS
Zero Hora, com Agência Brasil e Estadão Conteúdo