O trabalho invisível e adoecedor dos servidores penitenciários merece reflexão dado a sua relevância e extrema significância para a sociedade, com a responsabilidade de cuidar de criminosos, quase tão enclausurado quanto. Li um texto de autoria de uma servidora penitenciária, publicado no Jornal do Comércio, que nos faz refletir. Inicia assim: Os servidores penitenciários são responsáveis por aplicar a pena, mantendo reclusas pessoas que infringiram a lei e que são consideradas pela justiça uma ameaça para a sociedade.
No RS, são 6,1 mil servidores na ativa que atuam em 154 casas prisionais que, em sua maioria, são quase “calabouços”, em que predomina o mau cheiro, umidade, goteiras, improvisações, frio, calor, sujeira. Isto ocorre na maioria das cadeias que, em média, têm três vezes mais presos que a capacidade. Assim, o servidor convive, diariamente, no limiar, gerenciando facções e pessoas de alta periculosidade.
Perigosa e estressante
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a profissão de servidor penitenciário é uma das mais perigosas e estressantes do mundo, prossegue o texto. Está sujeito a toda a carga de insalubridade e risco de vida. Atrás de muros e grades, convive com um público que a sociedade rejeita de muitas formas. O servidor penitenciário também sofre com estereótipos e desvalorização. E daí a conta vem. Depressão, ansiedade, insônia, sentimento de solidão e suicídios são apenas alguns dos problemas que atingem os servidores. Não bastasse tudo isso, as perdas salariais dos servidores penitenciários do RS superam 60%, a exemplo dos demais servidores.