Em pleno andamento, a “Semana Farroupilha”, evento festivo da cultura gaúcha, é comemorada todos os anos no Rio Grande do Sul, de 13 a 20 de setembro, desde 1947 quando foi levado a cabo a primeira “Ronda Gaúcha”. A Semana Farroupilha representa muito mais do que a simples recordação do passado que marcaram a história do Rio Grande do Sul durante o decênio heroico (1835-1845). Ela se constitui num culto ao Rio Grande, sua história, sua gente, seus valores, suas crenças, enfim, sua cultura. Por obra da Assembleia Legislativa, cujo presidente era o deputado Solano Borges, a Semana Farroupilha foi instituída oficialmente no ano de 1964 (Lei nº 4.850).
Sobre a origem da Semana Farroupilha, a história nos conta que há 76 anos, à meia noite do dia 7 de setembro de 1947, antes do Fogo da Pátria ser extinto, Paixão Cortes, e outros que compunham “Os oito bombachudos”, como viriam a ficar conhecidos, capturaram uma fagulha da chama da Pira da Pátria utilizando um cabo de vassoura com trapos enrolados na ponta e transladaram esta fagulha a cavalo até o saguão do colégio Júlio de Castilhos, situado na cidade de Porto Alegre, onde permaneceu acesa em um candeeiro crioulo até o dia 20 de setembro em homenagem aos líderes farroupilhas.
Estava então formada a 1ª Ronda Crioula da história. Durante essa ronda foram realizadas muitas atividades artístico-culturais com apresentações de gaiteiros, declamadores, trovadores, dançarinos, etc. Participaram da festividade Luiz Carlos Barbosa Lessa e Glaucos Saraiva. E para encerrar a 1ª Ronda Crioula, foi realizado o 1º Baile Gauchesco da história, o popular fandango, com churrasco, café de chaleira, hora de artes e concursos de trajes gaúchos, hoje conhecidas por pilchas.
Tradição gaúcha
Quanto a tradição que tanto nos orgulhamos em defender, cabe ressaltar que não é uma peculiaridade de nós gaúchos, uma vez que todos os povos têm sua tradição. Mas nós os gaúchos temos a nossa tradição, a nossa escala de valores, que é peculiar a nós gaúchos. A tradição gaúcha significa o rico acervo cultural e moral do Rio Grande do Sul, no campo literário, folclórico, musical, usanças, adagiário, e atividades rurais. Essa tradição, que nasceu nos galpões de campanha, chegando às cidades, conquistando todas as classes sociais, é o pedestal do ideal libertário do povo gaúcho. Nosso acervo cultural retrata a paisagem sem fim de nossos campos, cortados pelos tropeiros, os rangidos choramingantes das carretas de bois e o grito sentinela do quero-quero.
O povo gaúcho deve orgulhar-se sim, de possuir tão bela tradição. É esse pedestal que ostenta o chimarrão, a doma, o fandango, o pealo, a marcação, as lendas, as pilchas, a música, a poesia, os causos, as trovas, enfim. A vida passa do real para a fantasia nas narrativas do Negrinho do Pastoreio, Boitatá e outras. Além das fascinadoras danças da Chula, Facões, Anu, Pezinho, Chimarrita, Balaio e outras, apresentadas pelos grupos de danças ou nas de salão como xote, valsa, vanerão, milonga, valsa, rancheira.