O Secretário Estadual da Saúde, João Gabbardo, negou o fechamento de leitosno interior do Estado. Na segunda-feira, o secretário divulgou metas e projetos prioritários para a Saúde. Entre eles, está a migração, até o final da gestão, de cerca de 3 mil leitos de baixa complexidade para leitos de instituições de média e alta complexidade.
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Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o presidente da Comissão de Municípios com Pequenos Hospitais da Famurs, Osmar Kuhn, disse que os prefeitos forampegos de surpresa pelo anúncio. Kuhn, que é prefeito de Chiapetta, criticou o fato de que partos, por exemplo, passarão a ser realizados em municípios maiores.
– A mulher que precisa dar a luz a um nenê vai fazer o pré-natal em um município e depois vai ser jogada para outra cidade, com outro médico que não conhece. Além disso, com o fim das pequenas cirurgias, vamos acabar não tendo mais médicos. Eles não vão mais querer ficar nos pequenos municípios. O Estado, na verdade, abandonou os hospitais e os pequenos municípios – opinou.
O secretário da Saúde, João Gabbardo, rebateu as críticas. Disse que o governo vai ampliar o número de leitos. Na região Metropolitana, serão mil novos leitos (250 para Alvorada, 250 para Cachoeirinha, 250 para Viamão e 250 para Porto Alegre).
Gabbardo justificou que a ideia do governo é migrar o atendimento hospitalar desses pequenos municípios para unidades de média e alta complexidade. O secretário afirmou que os serviços dos hospitais de pequeno porte serão transformados em ambulatoriais ou emergenciais, de maneira grativa, em um processo negociado com os prefeitos.
– Posteriormente, quando esses novos leitos estiverem abertos, vamos gradativamente, em acordo com os prefeitos, migrar as internações de hospitais de pequeno porte para hospitais com mehor condição de atendimento. Não vai ser um ato obrigatório – defendeu.
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Realização de partos
Com relação à transferência da realização de partos, que não serão mais feitos em hospitais de pequenos municípios, o secretário João Gabbardo disse que o governo entende que esse procedimento é complexo e deve ser feito em unidades de maior porte.
– Vamos retirar a questão financeira. Vocês estão achando que estamos fazendo isso para econimizar, mas o problema é a mortalidade infantil e materna, que é muito maior quando é realizada nessas unidades com baixo número de leitos. Queremos que as pessoas realizem partos em unidade que tenham segurança de atendimento. Isso não se consegue em unidades que não tem atendimento, que não tem obstetra, que tem que ser chamado, que não tem pediatra – defendeu.
Garantia de investimentos em saúde
O secretário Estadual da Saúde, João Gabbardo, garantiu que os cortes de gastos promovidos pelo governo do Estado não vai impactar o atendimento hospitalar no interior.
– Não vai ter restrição, porque está garantida a manutenção de 12% do orçamento para a saúde. Não existe nenhuma possibilidade de redução de atendimento, não existe nenhuma possibilidade de redução em serviços que já estão sendo prestados. Tudo o que temos conveniado com os hospitais, que já está contratado com os hospitais, será mantido com o orçamento, dos 12% que o governador está mantendo e garantindo para a área da saúde – afirmou
*Rádio Gaúcha