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Santo Augusto 60 anos – Bar Loyola (1958) – Casal Ignácio e Bruna Kantorski, exemplo de persistência e perseverança

“Únicos donos de bar desde 1958, um ano antes da criação do município que, 61 anos depois, ainda permanecem na atividade”. “A vida de dono de bar é vivência de prisioneiro. Mas eu acostumei, minha vida é aqui, 365 dias por ano”. (Ignácio Kantorski)

Em 30 de junho de 1958, portanto há 61 anos, o então jovem casal, recém-casados, Ignácio e Bruna Kantorski, se instalou com bar na Avenida do Comércio, onde nos primeiros seis anos manteve a atividade hoteleira, denominada Hotel Brasil. Após isso ficou apenas com o bar, que passou a denominar-se “Bar Loyola”, nome que permanece até hoje, no mesmo local, em diagonal com a praça central Pompílio Silva.

Nas palavras do senhor Ignácio, “naqueles tempos era muito difícil e se vendia muita cachaça, tinha muitos pinguços. Apesar disso, o ambiente sempre foi harmônico, os clientes se entretinham entre um gole e outro de pinga ou outra bebida, jogavam sinuca, conversavam e se divertiam, jogavam conversa fora, contavam anedotas e comentavam sobre fatos rotineiros e as poucas novidades da cidade”.

Era o único bar na cidade, conta Kantorski, lembrando que com a chegada do Banco do Brasil, a clientela no bar aumentou, tendo passado a vender em média 60 ou 70 lanches por dia. Mais tarde começaram a vir os concorrentes, veio uma família e colocou um restaurante no centro da cidade, também começou a funcionar o bar da rodoviária.

“A vida de dono de bar é vivência de prisioneiro. Mas eu acostumei, minha vida é aqui, 365 dias por ano”, diz o senhor Kantorski.

Quanto a casos de conflitos e violência envolvendo fregueses mais exaltados devido a ingestão de bebida alcoólica, Kantorski disse que “ser dono de bar é exercitar permanentemente a paciência, aturar muitas vezes e acalmar eventuais ânimos exaltados”, mas afirma que “seu ambiente sempre foi harmônico, de interação pacífica entre os frequentadores”. Porém, cita um caso de extrema violência envolvendo dois clientes que se desentenderam por questão banal e um matou o outro com um tiro de revólver.

Outro caso de violência narrado por Kantorski, foi que certo dia, ao anoitecer, estava sentado atrás do balcão, quando um bandido com revólver em punho adentrou, saltou sobre o balcão, “pulou em cima de mim, deu coronhadas pela minha cabeça e roubou o dinheiro e documentos”, conta o veterano bolicheiro.  Mesmo com esses dois casos desagradáveis ocorridos, Kantorski se conta feliz, uma vez que em 61 anos foram os únicos casos de violência ocorridos no interior de seu bar.

Hoje, Santo Augusto está cem por cento melhor do que naquela época, diz. Pois naquele tempo não se tinha recurso para quase nada, tudo dependia de ir buscar em outras cidades, fora daqui.

“Com meu trabalho, e da Bruna, aqui no bar, criei os quatro filhos, todos bem-sucedidos na vida, e construí um patrimônio razoável, tudo graças a esse bar aqui, com o nosso trabalho, inclusive dos filhos que ajudavam desde crianças e adolescentes, até saírem para estudar. Portanto, valeu a pena vivermos como reféns diariamente, desde o amanhecer até a noite, e ter jogo de cintura para administrar clientes que, por vezes, se exaltavam em função da ingestão de bebida alcoólica, conversas banais e discussões à toa”, conta com alegria o casal Kantorski.    

Dona Bruna conta que com 18 anos, recém-casada, começou a ajudar Ignácio no bar, sendo que nos primeiros 8 anos foi um trabalho intenso e direto, desde às 6h da manhã às 10h da noite. Depois colocou a Loja Bruna, a qual manteve por 18 anos. “Tenho muitas lembranças boas, tanto do bar como da loja, principalmente das inúmeras amizades que fiz”, comenta saudosa a dona Bruna.

 

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