Há décadas que recursos públicos são despejados no ralo em obras inacabadas, corrupção e no desprezo da classe política em oferecer melhor qualidade de vida à população. E o resultado é que sentimos vergonha quando o IBGE divulga no Censo de 2022 que 49 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à rede de esgoto. Destes, 39 milhões despejam seus dejetos em fossas arcaicas ou buracos, e mais de 4 milhões em rios, lagos ou até no mar. E 1,8 milhão de brasileiros não têm banheiro.
Outro dado de estarrecer é que dos 5.570 municípios do País, em 3.505, a metade da população mora em residências sem coleta de esgotos. E a saúde de milhões de pessoas é afetada por falta de saneamento básico. Na região Norte apenas ¼ da população destina corretamente seu esgoto. Já no Sudeste, 86,2% da população mora em domicílios com coleta de esgoto. Em São Paulo, com melhor nível de saneamento básico, 90,8% da população conta com esse importante serviço. Porém, esse quadro já foi pior, porque no ano 2000, 59,2% destinavam corretamente o esgoto, e em 2022 subiu para 75,7% da população. Felizmente, no ano de 2020 o Congresso aprovou o novo Marco do Saneamento Básico, em que investimentos vultosos já estão sendo alocados por empresas privadas que passaram a ter a concessão desses serviços básicos.
Já aqui no Rio Grande do Sul, 84,85% da população está em domicílios que têm esgotamento. Significa dizer que o equivalente a 1,7 milhão de pessoas do Estado estão com recursos precários de esgotamento.
Considerando o conjunto da população residindo em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica no Rio Grande do Sul, os valores foram de 67,03% em 2000, 73,58% em 2010 e 84,29% em 2022.