BY ADMIN · 28/06/2014
O Salto do Yucumã, acidente geográfico no Rio Uruguai, que faz a divisa do Brasil com a Argentina, localizado no município de Derrubadas, está em perigo. O salto é formado pelo rio Uruguai e fica dentro do Parque Florestal Estadual do Turvo, uma área de 17.500 hectares. O Salto se constitui numa “falha” que, numa extensão de 1.800 metros do leito, jorra para um dos lados, o brasileiro. De acordo com especialistas, o salto é o maior longitudinal do mundo, algo único. As águas caem em fendas que têm entre 90 a 120 metros de profundidade, com estrondo e formando muita espuma e correnteza. A visualização em todo o entorno – sempre do lado brasileiro -, para onde as águas “escorrem”, emociona pelo belo espetáculo que a natureza oferece. Ali se formaram algumas piscinas naturais, entre pedras e vegetação, onde, com segurança, o visitante pode se refrescar e isso tudo fora do leito do rio e da sua fenda.
Mas nada dessa impressionante beleza única emociona burocratas que continuam a planejar a usina hidrelétrica Garabi-Panambi, que abrangerá – caso saia do papel, extensa região que será afetada com a inundação. Do lado brasileiro, parte da única reserva florestal típica da região, dentro do parque de Turvo, ficaria submersa. O mesmo acontecerá com o Salto, pois a previsão é de que a queda de água seja reduzida a quase zero. Sem falar nas cerca de oito mil famílias que têm em diversos municípios da região a sua moradia há mais de 100 anos. Além da flora, a rica e exclusiva fauna da região será prejudicada. No lado Argentino fica uma das mais significativas reservas florestais típicas de Misiones. Nada disso, entretanto recomenda aos burocratas o investimento em pesquisas que possam levar a novas fontes alternativas de energia. Famílias residentes nessas áreas, o Movimento dos Atingidos pelas Barragens e a ONG Instituto Curicaca, entre outros, estão em luta para reverter esse quadro.
Isso porque, além da perda individual das suas propriedades e da perda da natureza, o Salto de Yucumã integra roteiro de turismo ambiental e de aventura. A região é privilegiada em termos de fenômenos naturais – nesse entorno ficam diversas minas de pedras preciosas, inclusive a capital mundial da Ametista, o município do mesmo nome – e perderia com a usina. Mas enquanto essa não sai do papel vale a pena chamar a atenção para quem gostaria de conhecer o Yucumã ou Yucuman. Fica cerca de 500 quilômetros da capital gaúcha, cidade de Porto Alegre. O acesso desde Porto Alegre, se inicia pela BR-448, depois a BR -386 até o entroncamento com a BR-472, depois a BR-163 e por fim a RS-330. Praticamente junto do município de Tenente Portela, município onde se encontra hotelaria que atende à região.
O ideal é organizar um roteiro que inclua o Parque Estadual do Turvo, as águas termais, das lamas medicinais de Iraí e as pedras semipreciosas de Ametista do Sul, tudo isso ali num entorno de 150 quilômetros. O ideal será passar um dia no Parque do Turvo, o que permite conhecer melhor todo o complexo. Só que no parque não existem restaurantes, porém uma área para descanso, churrasqueiras e sanitários. O parque fica aberto das 8h30min às 17h. Pessoas com interesses em pesquisa de fauna e flora, devem manter contatos com a direção do parque, para orientação. Na região, ainda vivem animais como o Leão Baio, Onças e Jaguatiricas, entre outros. Observadores de Aves lá conseguem inclusive avistar Harpias – essas mais comuns na floresta do lado argentino.
Um dia pode ser dedicado a Ametista do Sul. Vizinho dos municípios de Cristal do Sul, Iraí e Rodeio Bonito, Ametista do Sul se situa a 20 km a Sul-Leste de Frederico Westphalen a maior cidade nos arredores. O município é a Capital Mundial da Pedra Ametista, responde pela exploração e a exportação de pedras para muitos lugares do mundo. A cidade faz jus ao título.
Uma pirâmide no centro da cidade permite que o visitante a percorra e saia energizado. A Igreja do Arcanjo São Gabriel contém 40 toneladas de pedras, obras de arte magníficas e uma pia batismal – única no mundo – feita com um geodo de 500 quilos. O Ametista Parque Museu mostra uma mina desativada e diversos aspectos sobre a mineração. Uma ala contém uma mostra de pedras do mundo. Uma loja, parte do complexo do Museu, possibilita a aquisição de lembrancinhas.
A cidade conta com boa hotelaria para seu tamanho e devido à proximidade com Iraí (50 quilômetros) e Chapecó, no outro lado do Rio Uruguai, em Santa Catarina, distante 70 quilômetros, duas viagens bonitas. Os mais indicados são o Ferrari, Sítio e Pousada Piovesan e o mais novo e interessante (não significa que seja o melhor, mas vale ser visitado) é o Hotel das Pedras. Ali tudo é em pedra semi-preciosa. De todos os tipos.
De Ametista e já com muitas pedras de lembranças, a recomendação é a busca das termas minerais de Iraí. A cidade de Iraí é famosa pelas suas águas quentes e medicinais, e por estar ainda rodeada por um pedaço ainda intocado da exuberante mata atlântica. A cidade nasceu e progrediu graças a sua fama de ter águas de boa qualidade, quentes e boas para a saúde.
Guarda memórias de um tempo de glamour, quando se intitulou, no começo do século 20, o primeiro parque de banhos termais do Brasil. Trata-se do Centro de Tratamentos Crenoterápicos Balneário Osvaldo Cruz. O prédio principal, inaugurado em 20 de setembro de 1935, foi concebido num estilo romano, redondo e elevado, de forma que as piscinas térmicas ficam no alto e no centro. Só vendo toda a estrutura para crer e, é claro, curtir as águas de 36 graus centígrados que jorram de uma fonte perene.
Tem piscinas coletivas e individuais para banhos de hidromassagem e de lama. A água mineral do Balneário, jorra de uma fenda rochosa com vazão de 3,8 litros por segundo e possui temperatura de 36,5 °C. Esta, há muitos anos é renomada mundialmente por ter recebido medalha de ouro, em 1930, em Sevilha, na Espanha, por ocasião de uma exposição ibero-americana. Além disso, sua ação terapêutica no corpo humano, tanto externa como interna é muito conhecida na região. Esta água é classificada como água mineral, termal, alcalina, radioativa, bicarbonatada e clorossulfatada.
Para esquentar ainda mais esse banho, o escultor gaúcho Vasco Prado criou a estátua de Pamona, deusa romana do pomar, usando a fisionomia das índias da região. Ali, predominam os caingangues e os guaranis. Pamona é mais Guarani. Nos domingos e feriados, as mulheres e as crianças indígenas saem da reserva próxima e vendem seu artesanato próximos aos hotéis e nas praças. É quando essa comunidade cada vez mais excluída e que luta por sobrevivência, consegue um recurso extra. Se o olhar do visitante for atento, verá que há condições de levar um colar, um adereço qualquer que poderá ser exibido com a certeza de que contribuiu para a preservação desses povos que hoje estão quase extintos. Existem bons hotéis para hospedagem: Balneário, o mais antigo, construído em 1910, o Iraí, o Thermas Irai e o São Luiz.
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