“Para uma obra dessas que no final custará aproximadamente R$ 950 mil, há que se salientar a participação da comunidade, pois sem ela nada teria sido feito”.
Tesoureiro Carlinhos e presidente Valdemar conversam em frente ao novo salão Paroquial
Iniciada em fevereiro de 2013, o moderno prédio que abrigará o Salão Paroquial São João Batista, todo seu complexo e seus anexos, no centro de Santo Augusto, embora ainda não totalmente concluída, será inaugurado neste domingo, 12 de novembro.
Ao ensejo do evento inaugural, os gestores da obra, a diretoria do Conselho Paroquial, nas pessoas do presidente Valdemar Gnoatto e do tesoureiro Carlos Bahry, falaram à reportagem, relatando em minúcias todo o transcorrer da obra desde o seu início.
Carlos Bahry como responsável direto pelo acompanhamento e gestão da obra inicia dizendo que a primeira parte foi executada em 2013, compreendendo a cozinha, padaria e banheiros, feito em alvenaria, totalizando 178,61m² de área construída, perfazendo o custo de R$ 189.188,12, cuja fonte desses recursos foi o caixa da Igreja e recursos da festa do padroeiro de 2012.
A segunda etapa, que teve início em janeiro de 2015, consistiu primeiramente na demolição do salão antigo, que já tinha 42 anos de existência e não mais oferecia condições de uso, totalmente deteriorado. Assim, com os recursos que foram se acumulando foi dado início a construção do novo salão, inclusive com área maior, passando dos 671m² do antigo, para 965,04m² do novo e que ora está sendo inaugurado, cujo espaço abriga, além dos já mencionados na primeira etapa, a copa, a sala administrativa, a tesouraria e o salão propriamente dito. Portanto, foi aumentado em 300m² o tamanho da área construída, com relação ao antigo salão.
Para essa segunda etapa ocorreu indisponibilidade de recursos nos meses de fevereiro, março, abril e maio, o que forçou uma parada na obra e, consequentemente provocou o atraso na sua finalização que era prevista para estar pronto até a festa de junho de 2017. Para a etapa até aí executada em segundo plano, tinha recursos provenientes das festas do padroeiro, de 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017.
Com clareza e transparência, os gestores da obra mencionam os valores dos lucros auferidos em cada uma das festas e repassados integralmente para custeio da construção: em 2013, R$ 77.118,00 de lucro líquido foi repassado e aplicado na construção; em 2014, R$ 92.844,00; em 2015, R$ 89.566,00; em 2016, R$ 106.293,00; e, em 2017, R$ 146.904,00. Além desses recursos, o dinheiro disponível e que sempre era mantido em aplicação, rendeu R$ 21.190,00, além da campanha comunitária levada a efeito em 2014/2015, onde através de doações de pessoas e empresas foi arrecadado, em dinheiro, R$ 85.692,00, havendo a contribuição de 286 pessoas e empresas, incluindo o interior do município, com a participação das capelas que se encarregaram de fazer a coleta de ajuda financeira em suas comunidades. Também houve receita proveniente da venda de sobras das festas como, pé-de-moleque, farinha, azeite, o que rendeu o valor de R$ 8.118,00. Houve, ainda, a transferência feita pela Igreja, do seu caixa próprio, de R$ 38.500,00 no período, além de uma participação proveniente de distribuição de sobras junto ao Sicredi, no valor de R$ 1.508,00.
Assim, segundo Carlos Bahry, somando tudo isso, nessa segunda etapa, em dinheiro, a receita foi de R$ 668.867,00, mais os R$ 189.188,00 da primeira etapa, a receita total somou R$ 858.055,00. O valor gasto foi bem superior na segunda etapa, uma vez que foi feita a demolição do salão antigo, foi feita a base o alicerce, levantada a estrutura, levantadas as paredes, foi feita a cobertura, feito o contra piso de toda a área de 670m², feita as salas acessórias, colocação de vidraçaria frontal, colocada a rede de iluminação elétrica, inclusive a instalação para ar condicionado, a copa, a tesouraria, a sala da administração. Isso tudo soma 786m² dessa segunda etapa, cujo custo foi de R$ 599.235,17.
Em resumo, para a construção do salão e todo o complexo anexo, dos R$ 858.055,00 arrecadados até agora, foi gasto R$ 788.423,00, restando no momento, em caixa, R$ 69.000,00 afirmam os gestores Carlinhos e Valdemar. Porém, esse valor não é suficiente para a conclusão final da obra, visto que ainda falta adquirir a cerâmica, em torno de 670m², complementação da instalação elétrica para segurança, caixa d’água subterrânea, reservatório, hidrante, bomba, instalar mangueiras, instalação de distribuição de gás de cozinha, a entrada trifásica da rede elétrica.
Carlos Bahry faz questão de destacar que todas as despesas realizadas e liquidadas até a presente data foram efetivamente pagas. Não há débito algum com ninguém. Foi dada uma pausa na construção devido à inauguração, mas a partir da semana que vem os trabalhos vão prosseguir, afirma Bahry.
Para chegar até aqui com a obra, muitos caminhos foram andados, desde a planta junto ao órgão municipal, registro no INSS, averbação em cartório das alterações feitas, registro no Corpo de Bombeiros, na RGE, entre tantos outros trâmites de caráter burocrático.
No decorrer da obra, segundo Carlos, foi trabalhado com diversas empresas e microempresas, quase todas locais, buscando valorizar e reconhecer a contribuição do comércio aqui de Santo Augusto, uma vez que quando se precisa recorrer a ajudas é a eles que a Igreja recorre e não aos empresários de fora, justifica.
Para uma obra dessas que no final atingirá custo de aproximadamente R$ 950 mil, há que se salientar a participação da comunidade, pois para bancar todo o custo da obra “a fonte de receita foi a contribuição, as doações e participação da comunidade”, portanto, sem ela nada teria sido feito, reconhecem os gestores da obra, Carlinhos e Valdemar. Eles acrescentam que o novo salão está sendo feito para uso da comunidade, é para acolher as pessoas da comunidade, por isso deverá ser cedido para festas de casamento, aniversários, eventos diversos, com o devido regramento dentro das normas gerais da Diocese e as estabelecidas previamente pelo pároco e conselho paroquial, sempre mediante compromisso formal do responsável pelo evento.
Valdemar Gnoatto, na condição de presidente do Conselho Paroquial diz que pegou o barco andando, há dois anos quando assumiu a presidência, com a obra em pleno andamento, mas ressalta que se sentiu seguro e confiante com relação ao prosseguimento da obra haja vista que na coordenação da obra está o senhor Carlos Bahry, pessoa de estirpe ímpar, e com ele a engenheira Taís como responsável técnica, cujas pessoas lhe dão tranquilidade, uma vez que desempenham o trabalho com seriedade, competência e zelo, primando pela transparência.
Quanto à inauguração mesmo sem o salão estar totalmente concluído, Valdemar disse que isso se deve à transferência do Padre Genuir que está para acontecer brevemente para outra paróquia. Ele foi o grande responsável e o maior entusiasta por esta obra, por isso não seria justo ele ser transferido sem antes ter inaugurado a obra. Outro fator, é que o próprio padre Genuir faz questão da presença do Bispo Diocesano na inauguração, por isso a oportunidade se oferece perfeita, já que o Bispo estará na Paróquia domingo, ocasião que ministrará o Sacramento da Crisma.
Em sua alocução, Valdemar enalteceu a transferência integral dos lucros auferidos nas festas do padroeiro nos últimos seis anos para a construção do salão paroquial. Da mesma forma, enaltece as inúmeras pessoas que deixam seus afazeres, seu trabalho particular e profissional e até abrindo mão de programações pessoais e familiares, para se dedicarem ao trabalho comunitário, dias e semanas a fios, dormindo tarde e levantando de madrugada para ajudar nos preparativos das festas do padroeiro. Essa menção ele faz tanto aos festeiros quanto a todos que se doam e realizam esse trabalho voluntário, espontâneo e gratuito. Enfim, estende agradecimentos a todos, destacando a atuação de Carlinhos e Taís, das capelas, das pessoas e empresas que contribuíram. Ao fazer esse agradecimento, Valdemar afirma que a recompensa por todo esse esforço está ali, é só chegar e ver um salão paroquial amplo, com uma bela infraestrutura, bonito, moderno e confortável, uma obra de qualidade, feito exclusivamente com recursos da comunidade. Tudo aplicado com zelo e reponsabilidade.
Num gesto humanitário, o padre Genuir e os membros do Conselho Paroquial, por inciativa do presidente Valdemar, abriram mão dos lucros da festa de inauguração do salão, em benefício do Hospital Bom Pastor. Segundo Valdemar, as dificuldades financeiras por que passa o hospital e por ser também um segmento da comunidade e a serviço dela, especialmente porque trata da saúde das pessoas, sugeriu que assim fosse feito, pelo que agradece ao padre Genuir e seus companheiros membros do Conselho por terem concordado com a ideia.