Esquema era realizado por sete vereadores e servidores públicos.
Em 2006, eles foram flagrados fazendo turismo com dinheiro público.
Dez anos após terem sido flagrados fazendo turismo com a alegação de que estavam participando de cursos custeados por dinheiro público, sete vereadores e servidores públicos de São Martinho, no Noroeste do Rio Grande do Sul, vão precisar devolver a verba ao município. Eles foram condenados pela farra das diárias, esquema denunciado em 2006 pela RBS TV (veja no vídeo).
Para justificar as viagens, havia um esquema de compra de diplomas. Os cursos eram realizados em cidades como Balneário Camboriu, em Santa Catarina, e Foz do Iguaçu, no Paraná. Na época, o então presidente da Câmara de São Martinho, Ademar Probst, disse que os valores das diárias eram um complemento ao salário recebido.
"O vereador não é só pra ficar aqui durante a sessão. A toda hora, tem um pessoal que telefona e temos que dar assistência. Isso tudo é feito. Nós não temos salário referente a isso", justificou. "As diárias compensam", admite.
A Comarca de Santo Augusto já havia decidido pela condenação em 2012. Os réus recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas sem sucesso. Após o recebimento da intimação, o prefeito em exercício, Beno Ritter, afastou dois dos citados no processo, os secretários da Saúde, Mauri Luft, e da Agricultura, Arnaldo da Silva.
"Nenhuma prefeitura pode aceitar isso, e menos um prefeito. Por isso vou pegar a decisão hoje e vou demitir", declarou Ritter.
Cada réu terá de devolver cerca de R$ 1,4 mil reais, além da correção do IGP-M nos últimos 10 anos. Eles também vão pagar multa, com valores distintos, e terão os direitos políticos suspensos por três anos.
Entre os condenados, apenas José Valdir Morch segue como vereador no município, além dos secretários que foram exonerados. Luiz Carlos Fucilin, Ademar Probst, Vanderlei Gerlach e Silvio dos Santos Cruz não ocupam mais cargos públicos. G1 RS