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Região Celeiro se destaca na produtividade de soja no Estado

 

A soja, no Rio Grande do Sul, é a cultura com maior produtividade, com 5,220 milhões de hectares plantados, alcançou na safra deste ano a média de 2.910 kg/ha de produtividade, ou 48,5 sacas por hectare, totalizando 15,192 milhões de toneladas, a maior produtividade até hoje obtida no Estado. À exceção da região Sul, onde a falta de chuva interferiu negativamente no desenvolvimento da cultura, nas demais regiões houve aumentos significativos. 

Em levantamento do jornal O Celeiro, junto aos escritórios da Emater nos dez municípios de circulação do semanário, a maior produtividade de soja, este ano, ficou por conta do município de Chiapetta, com a média de 57 sacas por hectare, seguido de Santo Augusto e Redentora, onde a média ficou em 55 sacas/hectare; São Valério do Sul 53; Coronel Bicaco 52,5; Campo Novo 50; Braga 50; São Martinho 50; Sede Nova 50, e Inhacorá 45 sacas de soja por hectare.

Representantes dos escritórios da Emater destes municípios opinaram sobre a produtividade da soja: para Laurindo Mattioni, técnico agrícola da entidade em Campo Novo, lá a produção se manteve estável, o excesso de doenças foliares de final de ciclo impediram que a produção fosse maior; o técnico agrícola Cristiano Stiebe, de Inhacorá, diz que o clima foi favorável a uma boa produção; o engenheiro agrônomo Fabrício Elias Veit, de São Valério do Sul, afirma ter havido aumento da produtividade no município em relação a anos anteriores, tendo como fatores o clima favorável, chuvas regulares e os investimentos nas lavouras; em Redentora, segundo o técnico agrícola e extensionista da Emater, Luiz Lyra Acosta Paz, a produção se manteve estável; o engenheiro agrônomo Ramon Pereira Pires, de Braga, diz que a produção aumentou devido aos investimentos que os produtores fizeram, aliado ao clima favorável; o técnico em agropecuária Adelmo Paulo Colbek, de Sede Nova, relata que a produtividade de soja naquele município aumentou e foi uma das melhores da região, enfatizando, também, o clima e as tecnologias aplicadas; já, em Coronel Bicaco, o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Agnes Weiller, diz que houve um aumento de 22% na produtividade de soja este ano, em relação aos últimos cinco anos, cujos fatores que contribuíram foram diversos, entre eles a escolha de cultivares resistentes a pragas, associado fundamentalmente com as precipitações pluviométricas favoráveis nos diferentes estágios da cultura; Alex Berlezi, técnico agrícola, em Chiapetta, enfatiza que as boas condições climáticas e os investimentos feitos pelos agricultores garantiram o sucesso na produtividade no município. Quanto a São Martinho, a equipe da Emater refere que a produtividade média vem evoluindo graças às influências climáticas e tecnológicas.

 

Produtividade de soja, segundo a Emater

 

A reportagem ouviu, especificamente, três segmentos ligados à produção de soja: a Emater, um empresário do ramo de venda de produtos, insumos e assistência técnica, e um agricultor produtor de soja. 

 

Eng. Agr. Júlio César Paris – Emater Santo Augusto

 

De parte da Emater, representando o escritório de Santo Augusto, o engenheiro agrônomo Júlio César Paris, que é também supervisor da entidade em sete municípios da região, fez inúmeras considerações pertinentes ao bom desempenho na produção e produtividade da soja, com destaque para o município de Santo Augusto que apresentou maior volume de produção, num empate com Chiapetta e Redentora como sendo os três municípios que tiveram a maior produtividade para a cultura na safra colhida este ano, isso em se tratando da média, haja vista que teve produtores com produtividade bem maior e outros bem menor. Em Santo Augusto, segundo Paris, essa faixa das 55 sacas de soja por hectare em média, significa que tiveram produtores que atingiram uma média de 75 sacas em suas lavouras. Em algumas manchas chegou a 80 ou mais sacas, e em outras baixando para cinquenta. Por outro lado, o que puxa essa média para baixo, é que algumas lavouras tiveram problemas de eficiência no controle, principalmente da ferrugem da soja, pois foi um ano que se mostrou com bastante umidade e temperaturas favoráveis ao desenvolvimento dessa doença que está começando oferecer resistência a determinados produtos, que são os fungicidas. Então, não é que não fizeram o manejo, disse, mas sim, aplicaram e não conseguiram obter um controle eficiente, resultando em rendimento menor. São vários fatores que influenciam na produtividade da soja, além do controle fitossanitário, como o manejo, a escolha correta da cultivar, adubação, redução da perda de nutrientes em função de excessos de chuva e enxurradas. É possível afirmar que o fator mais importante, este ano, que definiu o nível de produtividade aqui na região, além das boas práticas de plantio foi, sem dúvida, a eficiência no controle da principal doença da nossa cultura hoje, que é a ferrugem da soja. E o município de Santo Augusto, está muito bem posicionado em termos de colocação na Região e no Estado, estando, em nível de Região Celeiro, como um dos municípios mais importantes, com maior volume, maior produtividade, enfatizou Júlio César. 

 

 

Visão empresarial do ramo agropecuário sobre a produtividade da soja

 

Eng. Agr. Milton Weber – Imacol Santo Augusto

 

Empresário do ramo agropecuário, com venda de produtos, insumos e assistência técnica, o engenheiro agrônomo Milton Weber, sócio proprietário da empresa Imacol, procurado pelo jornal O Celeiro, fez importante relato referente ao crescimento na produtividade de soja no município e região. São vários fatores, um conjunto, que levaram ao resultado obtido este ano. O primeiro deles foi o clima, que foi extremamente favorável. A seguir, as tecnologias utilizadas, novas cultivares mais produtivas, novos produtos, principalmente fungicidas de nova geração e com resultado muito melhor no controle de doenças na cultura da soja. Há que se considerar também a fertilidade de nossos solos que tem evoluído bastante, com os produtores se utilizando de tecnologias novas e de adubação de forma mais racional, a chamada “agricultura de precisão”, com mapeamento nutricional de toda a área, aplicando nutrientes e calcário na quantidade exata, disse.

O empresário vai além. Ele considera que foi uma produtividade muito boa, porém ressalta que, como teve propriedade colhendo setenta e cinco sacas de soja por hectare, teve propriedade ao lado que colheu quarenta e cinco. É a diferença de nível tecnológico utilizado. Por isso, enfatize-se o conjunto de fatores, a escolha da cultivar correta, a densidade de plantio correta, ou seja, todo o manejo que se envolve dentro da cultura, população correta, controle de pragas, controle de doenças na época certa, a fertilidade do solo em dia, e o clima ajudando. E foi o que aconteceu, resultando na excelente produtividade, concluiu.

Com relação a sua empresa, Milton Weber disse que aos produtores clientes é oferecida a assistência técnica pela própria empresa, haja vista que nela atuam sete profissionais que trabalham diretamente no campo, na área agrícola e mais três na área veterinária. Na área agrícola são quatro engenheiros agrônomos e três técnicos agrícolas, portanto, todo o produto comercializado tem a assistência técnica embutida, com acompanhamento durante todo o ciclo da cultura, desde a análise do solo, passando pela semente tratada, com produtos, com inseticidas e fungicidas recomendados pela pesquisa e todos os outros tratos culturais, controle de pragas, de doenças, de ervas, utilizando herbicidas adequadas, até a colheita. A rigor, se faz um acompanhamento do pré-plantio até o pós-colheita, ou seja, o acompanhamento da fertilidade antes de plantar e o monitoramento de todas as áreas depois da colheita. A Imacol atende Santo Augusto e mais treze municípios da região, cujo campeão da produtividade, neste ano, entre clientes da empresa, foi o produtor Jeder Padoin, de Santo Augusto, que colheu 85,6 sacas no concurso de produtividade, cuja média nos seus setecentos hectares cultivados, foi de setenta sacas de soja por hectare.

A nossa região é dependente da agricultura e conta com produtores extremamente eficientes, muito bons no que fazem, comentou o empresário, acrescentando: outro ponto que evoluiu e ajudou no desenvolvimento do setor é que, antigamente quem fazia a assistência técnica eram as cooperativas que, diga-se de passagem, tiveram papel fantástico e ainda têm, mas foram enfraquecendo e a iniciativa privada, que somos nós e todas as outras empresas que estão instaladas aqui investiram nisso, todas elas dão assistência técnica, têm profissionais qualificados e estão levando a tecnologia ao campo, finalizou.

 

 

Produtor diz apostar na tecnologia para melhorar a produtividade

 

Jucelino Barcelos operando trator em sua propriedade

 

A reportagem visitou a propriedade rural do casal de agricultores Jucelino e Tereza Barcelos na localidade de Campo Santo, município de Coronel Bicaco, onde a produtividade de seja, este ano, atingiu a média de 68 sacas por hectare. Jucelino plantou 400 hectares com soja e disse ter alcançado essa elevada média de produtividade graças à tecnologia aplicada, desde a correção da acidez do solo, adubação adequada, palha em abundância, plantio direto, fungicida em proporções ideais, permanente controle de pragas, herbicida, plantio nas épocas certas, boas condições climáticas, rotação de cultura. Além de investir em tecnologia, Barcelos vem adquirindo novos e modernos equipamentos, como colheitadeira, trator e implementos. São todos fatores fundamentais e que fizeram com que a minha lavoura de 400 hectares tivesse alcançado a média de 68 sacas na safra deste ano, orgulha-se Jucelino que, apesar de residir, desde sempre, na cidade de Santo Augusto, dedica-se juntamente com sua esposa quase que exclusivamente ao trabalho e cuidados na granja, onde não só acompanha de perto todo o processo de produção de grãos (soja, milho, trigo, aveia), mas participa ativamente sempre que necessário operando máquinas tanto no plantio como na colheita, e também como motorista no transporte do produto, permanecendo a maior parte do tempo na propriedade campesina.

 

    Jucelino com a esposa Tereza na sede da granja       Colheitadeira seminova no galpão

 

Jucelino conta que apesar do alto custo com o uso de tecnologias avançadas e adequadas, a atividade oferece um bom retorno, permitindo colheita acima da média da região e do Estado, cujo custo por hectare ficou em torno de 26 sacas.

Ainda, com relação à tecnologia, Barcelos disse contar com a assistência técnica na própria família, cuja orientação e assistência são prestadas por seus filhos Roberto e Luiz Carlos que são engenheiros agrônomos e empresários dedicados ao ramo do agronegócio.

 

 

 

 

 

 

 

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