Por Rodrigo Constantino
Num dia vem a público a “entrevista” de Lula com companheiros do Brasil 247 em que o presidente diz que, na prisão, desejava “foder” Sergio Moro e se vingar do juiz da Lava Jato. No dia seguinte, vem a público a informação de que a polícia interceptou planos do PCC de matar autoridades, entre elas… Sergio Moro.
Não podemos esquecer que um preso do PCC disse que, com o PT, a entidade criminosa tinha “diálogos cabulosos”. Lulistas conseguem subir favelas dominadas pelo tráfico de drogas sem escolta policial, como ficou claro na campanha, quando Lula usou o boné CPX na favela controlada pelo CV, ou mais recentemente, quando o ministro da Justiça Flavio Dino esteve no Complexo da Maré com apenas dois carros e sem forte esquema de proteção, o que só poderia acontecer com aval prévio dos bandidos.
O PT insiste muito na questão sobre quem mandou matar Marielle Franco, a vereadora do PSOL assassinada. Mas, curiosamente, o mesmo PT não tem a menor curiosidade de saber quem mandou matar Jair Bolsonaro, quando um esquerdista ex-filiado ao mesmo PSOL deu uma facada quase fatal no então candidato de direita. O PT quer combater somente alguns crimes, enquanto outros ele parece ignorar – ou até defender, como os invasores do MST ou os sequestradores das FARC.
Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e agora deputado, reagiu: “O atentado do crime organizado contra a vida de Moro e sua família é um atentado contra a sociedade e todos os agentes da lei. Foi frustrado pela atuação coordenada da Polícia, do Congresso, do MP e da Justiça. Parabéns às instituições. Obrigado por não deixarem o crime vencer”.
O ex-deputado Paulo Eduardo Martins comentou: “Parabenizo as forças policias por terem derrubado dos planos do PCC de assassinar autoridades, incluindo o Sen Sérgio Moro. O Brasil não pode se tornar um narcoestado, mas o risco é real. É preciso enfrentar a realidade e aniquilar essas organizações com toda a força disponível”.
Esse ponto é muito importante. Afinal, a América Latina viu vários países caírem nas garras do narcotráfico, e o Foro de SP, idealizado e criado pelo PT ao lado do ditador comunista Fidel Castro, acaba endossando esse caminho. Falar de possíveis ligações entre o partido do atual presidente e o crime organizado não é ser teórico da conspiração, mas simplesmente ser capaz de traçar elos evidentes e fazer perguntas pertinentes.
A mídia já está no esforço de desviar o assunto, cortar os possíveis laços entre a fala de Lula e a descoberta da polícia sobre o plano do PCC. Mas como podem ter tanta certeza de que não há qualquer ligação? Por que fingem que seria absurdo pensar numa relação mais próxima entre o PT e o PCC?
Os nossos militantes disfarçados de jornalistas reagem como se tal questionamento fosse já absurdo e coisa suja da “extrema direita”, mas cabe fazer um exercício hipotético: e se houvesse um vídeo de Bolsonaro dizendo que desejava ferrar com Marielle Franco? Qual seria a reação da imprensa? Sem qualquer indício, essa turma alimenta há cinco anos a narrativa de que Bolsonaro poderia ser o mandante de tal crime bárbaro. Quem joga sujo, afinal? E quem protege criminosos?