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Queijo estragado era revendido no Estado, aponta investigação

Produto impróprio para consumo era limpo por funcionários, rotulado com nova data de vencimento e revendido para todo o RS e até para SP

Fabricantes e distribuidores de queijo são alvos da 3º fase da Operação Queijo Compen$ado, deflagrada pelo Ministério Público (MP) nesta quinta-feira em Porto Alegre, Região Metropolitana e outras seis cidades do Norte, Noroeste, Serra. 

Conforme as investigações, os empresários recolocavam no mercado queijos estragados, mofados e com datas de validade vencidas, contendo, inclusive, coliformes fecais e contaminados por bactérias da espécie staphylococcus(responsáveis pela formação de coágulos no sangue e infecções). 

A ingestão desses alimentos pode causar náuseas, vômito, dor de cabeça e diarreia, apontaram laudos do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), vinculado ao Ministério da Agricultura.

Segundo o promotor de Justiça da Especializada de Defesa do Consumidor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o queijo impróprio para consumo era limpo por funcionários dessas empresas, rotulado com nova data de vencimento e revendido para todo o Estado e até para São Paulo. Quando a limpeza não era suficiente para dar ao alimento aspecto comercializável, o produto estragado era desmanchado e misturado ao queijo em produção. Também era adicionado amido de milho no queijo para mascarar a colocação leite abaixo do exigido pelas normas da indústria.

— Nada se perdia. Os produtos estragados que voltavam para os laticínios eram reaproveitados. Os fabricantes colocavam rótulos de empresas do Paraná e de Santa Catarina, que, provavelmente, nem sabem do esquema, e revendiam. Uma gráfica imprimia esses rótulos — contou o promotor, garantindo que será investigada a participação dessa gráfica e das empresas dos outros Estados.

Foto: Adriana Franciosi / Agência RBS

— Vamos ouvir muitas pessoas nos próximos dias para esclarecer melhor o esquema — acrescentou.

São cumpridos cinco mandados de prisão, 17 mandados de busca e apreensão e serão apreendidos 13 veículos durante a ação. Os mandados são cumpridos nas cidades de Constantina e Sarandi, no Norte, Antônio Prado e Carlos Barbosa, na Serra, Tenente Portela, no Noroeste, Canoas, na Região Metropolitana, e Porto Alegre.

Os promotores de Justiça da Especializada Criminal, Mauro Rockenbach, e de Defesa do Consumidor, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, concederão entrevista coletiva às 15h na Promotoria de Justiça de Carazinho. Os nomes das empresas envolvidas e dos presos ainda não foram divulgados pelo Ministério Público. 

Também participam da ação os promotores de Justiça Gerson Daiello e Aureo Gil Braga, além de agentes da Receita Estadual, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e da Brigada Militar. Clicrbs

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