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Pressionado, PSDB abre janela de negociação com o governo federal

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG)

 

Pressionado por setores do mercado financeiro e por parte de seu eleitorado, o PSDB vai "abrir uma janela de negociação" com o governo federal em torno de projetos considerados vitais pelo Planalto para evitar o aprofundamento da crise econômica.

Com o aval do senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional da legenda, líderes do partido iniciaram a guinada nesta semana. A discussão sobre os termos para a aprovação da DRU (Desvinculação de Receitas da União) inaugurou a nova fase, mas os tucanos já debatem outras propostas.

Membros da cúpula do PSDB no Senado esperam que o partido vote em peso pela manutenção dos vetos da presidente Dilma Rousseff à chamada pauta-bomba –cujas medidas, se aprovadas, podem elevar em até R$ 63 bilhões os gastos públicos.

A mudança coincide com o início do diálogo entre aliados do Planalto e os principais nomes da oposição. No Senado, o líder do governo, Delcídio Amaral (PT-MS), tem mantido contato permanente com Aécio e José Serra (PSDB-SP), por exemplo.

Houve ainda uma rápida conversa, em caráter reservado, entre Aécio e o ministro Jaques Wagner (Casa Civil). Os dois se reuniram em um restaurante de Brasília há cerca de 15 dias, segundo aliados.

No PSDB, a versão corrente é de que o encontro ocorreu por acaso e que a fala de Aécio foi "rápida e genérica".

Procurado pela Folha, o senador justificou a nova postura do partido: "Não vamos fazer o que o PT fez com a gente", afirmou. "Não acredito que esse governo tenha capacidade de retomar o crescimento da economia, mas não seremos nós a agravar o caos em que o PT mergulhou o Brasil."

Apesar da trégua, o PSDB já avisou que não apoia dois dos principais projetos do governo: a repatriação de recursos do exterior e a recriação da CPMF. Os tucanos avaliam que o Planalto escolheu "o pior momento" para apresentar o projeto de repatriação. Já a CPMF estaria na contramão da agenda que a sigla defende.

Um dirigente tucano diz ainda que, mesmo com boa vontade, é difícil conversar com uma gestão "sem rumo". Folha de São Paulo

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