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Polícia Civil do RS terá corte de 40% nas horas extras dos servidores

Redução deve afetar andamentos das investigações, diz corporação.

Hora extra é comum no dia a dia para suprir a falta de efetivo.

 

Do G1 RS

 

Depois da Brigada Militar em janeiro, agora é a vez da Polícia Civil do Rio Grande do Sul cortar as horas extras dos agentes. O governo do estado determinou tedução de 40% no pagamento: de 22,5 mil horas para no máximo 13,5 horas, como mostra a reportagem do RBS Notícias (veja o vídeo).

Tanto a entidade que representa os servidores como a chefia da corporação admitem, entretanto, que as investigações vão ser prejudicadas. O risco é que essa medida prejudique a agilidade das investigações, especialmente, de assassinatos. Os cortes nas contas públicas fazem parte das medidas adotadas pelo governador José Ivo Sartori para fazer caixa e reduzir déficit nas finanças.

“O que está acontecendo com esse excesso de horas é que o pessoal está indignado e sem vontade de trabalhar, porque não é possível, excede muito”, diz um policial civil, que preferiu não se identificar. Ele conta que fez 80 horas extras, mas descobriu que não vai receber tudo que tem direito.

“Psicologicamente o pessoal fica abalado. É muito trabalho, pouco efetivo, não é reconhecido e sequer recebe pelas horas trabalhadas”, desabafa.

Na corporação, o valor da hora extra para inspetores e escrivães varia de R$ 25, R$ 42 a R$ 57,11, enquanto a do comissário é de R$ 73,82. Segundo o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de polícia do Rio Grande do Sul, que representa a categoria, a medida vai prejudicar as investigações.

“Isso significa o fim das operações policiais, praticamente o fim do atendimento aos locais de homicídio e os plantões de delegacia vão ter que fechar em certos horários para o pessoal poder almoçar e jantar. Porque não vai ter ninguém para substituí-los, né?”, pondera o presidente da entidade Isaac Ortiz.

Até as delegacias especializadas, que investigam exclusivamente crimes de homicídio, roubo e sequestro, por exemplo, serão atingidas pelo corte. Nestes casos, no entanto, a Polícia Civil garante que a redução será menor.

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