AUMENTO DECIDIDO ONTEM à noite pela estatal entra em vigor hoje. Companhia enfrenta dificuldades de caixa em razão da alta do dólar
Diante de elevado endividamento e com dificuldades no caixa em razão da disparada do dólar, a Petrobras decidiu ontem à noite reajustar os preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias a partir de hoje. O aumento para a gasolina será de 6%, enquanto o do diesel, de 4%. O impacto para os consumidores não foi divulgado. O preço nas bombas é livre e costuma ser reajustado à medida que o combustível com preço novo chega aos postos.
A decisão foi tomada pela companhia diante dos problemas de caixa da empresa depois da forte alta do dólar nos últimos dias. A estatal informou o aumento por meio de comunicado. O reajuste é uma sinalização ao mercado de que a empresa, atualmente comandada por Aldemir Bendine, tem autonomia para definir sua política de preços dos combustíveis. “Os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS”, informa o comunicado da companhia.
FORTE PRESSÃO SOBRE A DÍVIDA DA COMPANHIA
A estatal tem hoje dívida de cerca de US$ 140 bilhões que vem sendo pressionada pela desvalorização do real frente à moeda americana. Do total de seus empréstimos, 73% estão atrelados ao dólar.
Devido a essa situação, em 10 de setembro, a agência de classificação de risco Standard&Poor’s rebaixou a nota da Petrobras, tirando dela o selo de boa pagadora. A nota caiu de BBB- para BB, com perspectiva negativa (ou seja, pode ser cortada novamente). A nota da petroleira está um grau abaixo do rating do Brasil, que foi rebaixado para BB+. Na época, os analistas Luiz Carvalho e Filipe Gouveia, do HSBC, destacaram, em relatório aos clientes, que “a companhia deve enfrentar desafios para financiar seus investimentos, dada o volume de dívida necessária para os próximos anos”. Zero Hora