O Ibope divulgou a sua mais recente pesquisa presidencial. No primeiro turno, os números voltaram praticamente ao patamar de 23 e 24 de agosto — vale dizer: exatamente há um mês. Não custa lembrar que o horário eleitoral está no ar desde o dia 19 de agosto. Se a eleição fosse hoje, segundo o instituto, Dilma Rousseff, do PT, teria 38% das intenções de voto, contra 29% de Marina Silva, do PSB. Aécio Neves aparece com 19%. Há um mês, estes números eram, respectivamente, 34%, 29% e 19%. Como se nota, só Dilma variou. Ainda assim, admita-se, dada a margem de erro de dois pontos, bem pouco: há um mês, ela tinha entre 32% e 36%; agora, ela tem entre 36% e 40%. É provável que tenha crescido, mas muito menos do que parece. O Ibope ouviu 3.010 eleitores em 206 municípios do País entre os dias 20 e 22 de setembro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-755/2014. Os gráficos que aparecem neste post foram publicados pelo Portal G1:
Segundo turno
Quando se analisa o segundo turno e se comparam os números com os do mês passado, aí, sim, há uma alteração relevante — a questão é saber se é tão relevante quanto Dilma e o PT gostariam. Vejam os gráficos.
Quando se analisa o segundo turno e se comparam os números com os do mês passado, aí, sim, há uma alteração relevante — a questão é saber se é tão relevante quanto Dilma e o PT gostariam. Vejam os gráficos.
Há um mês, como se pode constatar, a distância entre Marina, que estava na frente, e Dilma era de 9 pontos: 36% a 45%. Hoje, ambas estão empatadas em 41%. Mas vamos fazer outro recorte: há três semanas, os números estão no mesmo lugar, a saber: Marina: 43%, 43% e 41%; Dilma: 42%, 40% e 41%. Nas outras simulações de segundo turno, a variação se dá dentro da margem de erro.
O fato é que Marina, e os petistas sabem disto, está resistindo à pancadaria muito mais do que os companheiros imaginavam. E olhem que já tentaram de tudo. Depois de acusá-la de tentar roubar a comida do prato dos brasileiros e deixar as criancinhas sem escola, resta o quê? Faltam 11 dias inteiros para a eleição. Descontada esta terça-feira, há mais quatro dias de propaganda eleitoral para a Presidência. Tudo caminha mesmo para um segundo turno ente as candidatas do PT e do PSB.
Nessa etapas, as coisas mudam bastante. As duas candidatas terão o mesmo tempo na TV. Marina Silva disporá, então, de condições para se defender dos ataques — e, eventualmente, para atacar também, ainda que a seu modo. Com absoluta certeza, não é esse o cenário com o qual contava o petismo.
Mais: olhemos os números do Ibope: do primeiro para o segundo turno, Dilma ganha apenas 3 pontos: de 38% para 41% — uma variação que está dentro da margem de erro. Marina Silva ganha 12 pontos — o que quer dizer que recebe a esmagadora maioria do eleitorado que vota em Aécio Neves no primeiro turno. Na hipótese de uma etapa final entre as duas candidatas, ainda é alto o índice dos que dizem que votarão em branco ou nulo: 12%. Digamos que parte desses eleitores decida fazer uma escolha: nesse caso, o que acaba definindo o voto é a rejeição. A petista é muito mais rejeitada do que a peessebista: 31% a 17%.
A verdade é que, há três semanas, os números estão congelados, até os que dizem respeito à avaliação do governo. Vejam:
Não, senhores! Os petistas não têm motivos para comemorar. Nesta semana e meia que falta para as eleições, salvo algum evento extraordinário, não há razão para haver uma alteração que não se verificou nas últimas três semanas. Aí virá o segundo turno. O PT vai tentar fazer uma disputa a sério com Marina Silva ou pretende acusá-la de roubar pirulito de clorofila de criancinhas desamparadas? Se optar por essa estratégia, vai quebrar a cara, mas não serei eu a aconselhar o partido a fazer uma disputa decente. Por Reinaldo Azevedo
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