Após atentado, candidato do PSL lidera corrida presidencial nas eleições 2018; Ciro Gomes, Marina Silva, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad estão empatados em segundo lugar dentro da margem de erro
Depois do atentado em Juiz de Fora, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) subiu quatro pontos nas intenções de voto para a Presidência nas eleições 2018, segundo levantamento Ibope divulgado na noite desta terça-feira, 11. Bolsonaro mantém a liderança da disputa, agora com 26% — na pesquisa anterior, do dia 5 de setembro, tinha 22%.
Atrás do presidenciável do PSL aparecem Ciro Gomes (PDT), com 11% — oscilação de um ponto para baixo em relação ao último levantamento — e Marina Silva (Rede), que caiu três pontos e aparece com 9%. Geraldo Alckmin (PSDB) segue com 9%, mesmo porcentual da pesquisa anterior. Já Fernando Haddad (PT), oficializado nesta terça-feira, 11, como candidato petista no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (condenado e preso na Lava Jato) oscilou dois pontos para cima e registrou 8% das citações no cenário estimulado — ou seja, quando os nomes dos candidatos são disponibilizados ao eleitor consultado pelo instituto.
Bolsonaro foi atacado na última quinta-feira, enquanto participava de uma caminhada em Juiz de Fora (MG). Os entrevistadores do Ibope foram a campo entre o sábado e a segunda-feira, período que coincidiu com um aumento expressivo da exposição do candidato do PSL nos meios de comunicação.
O levantamento também captou os efeitos de pouco mais de uma semana de exibição do horário eleitoral gratuito. Apesar de ser o detentor de quase metade do tempo de propaganda no rádio e na TV, Alckmin não cresceu em comparação com a pesquisa anterior.
Considerando a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, Ciro, Marina, Alckmin e Haddad estão tecnicamente empatados na segunda colocação. Atrás deles aparecem empatados, todos com 3%, Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB)e João Amoêdo (Novo). Dada a margem de erro, os candidatos Cabo Daciolo (Patriota) e Vera Lucia (PSTU), com 1%, e Guilherme Boulos (PSOL), João Goulart Filho (PPL) e Eymael (DC), que não pontuaram, também estão empatados com Dias, Meirelles e Amoêdo.
Na intenção de voto espontânea, em que os entrevistadores não apresentam a opção de nomes dos candidatos, Bolsonaro aparece com 23%, subindo seis pontos em relação à última pesquisa. Lula foi citado por 15% dos entrevistados, uma queda de sete pontos em comparação ao dia 5 de setembro. Ciro (5%), Haddad (4%), Alckmin (4%) e Marina (3%) estão empatados tecnicamente dentro da margem de erro. Amoêdo aparece com 2% das intenções de voto; Alvaro Dias e Henrique Meirelles têm 1%. Outros candidatos não pontuaram; 18% dos entrevistados disseram que votariam em branco ou nulo e 21% não souberam responder ou preferiram não opinar.
Rejeição a Bolsonaro cai 3 pontos, diz Ibope
A rejeição de Bolsonaro caiu três pontos porcentuais em relação à última pesquisa e está em 41%. Marina oscilou negativamente dois pontos e registra 24% de rejeição (ela tinha 26%). A rejeição a Ciro caiu três pontos, de 20% para 17%. Haddad manteve o mesmo patamar, com 23%. Alckmin teve queda de três pontos porcentuais, de 22% para 19%. Henrique Meirelles, Cabo Daciolo, Eymael, Guilherme Boulos e Vera apresentaram o mesmo porcentual: 11%. Empatados tecnicamente com estes candidatos aparecem João Amoêdo (10%) e Álvaro Dias (9%). João Goulart Filho tem 8% de rejeição. Os eleitores que poderiam votar em todos candidatos somaram 2%; não souberam ou preferiram não opinar, 11%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 10 de setembro. Foram realizadas 2.002 entrevistas com eleitores de 145 cidades. A margem de erro estimada é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral. A pesquisa foi contratada por IBOPE Inteligência Pesquisa e Consultoria LTDA e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo BR05221/2018.
As quatro simulações de segundo turno da pesquisa trouxeram empate técnico como resultado.
Ciro ficou numericamente à frente de Bolsonaro (40 a 37 por cento), assim como Alckmin, mas com margem menor (38 a 37 por cento). No embate entre Marina e o deputado do PSL, o placar ficou empatado em 38 por cento. E contra Haddad o capitão da reserva tinha 40 por cento contra 36 por cento.
Na pesquisa da semana passada, Bolsonaro perdia para Ciro (44 a 33 por cento), Marina (43 a 33 por cento) e Alckmin (41 a 32 por cento) e tinha empate técnico, com uma vantagem numérica menor, contra Haddad (37 a 36 por cento).
O candidato do PSL também reduziu numericamente sua rejeição, para 41 por cento, ante 44 por cento.
Bolsonaro, no entanto, não fui o único candidato a ver diminuição na rejeição, ainda que dentro da margem de erro. Marina apareceu com 24 por cento (ante 26 por cento), Haddad com 23 por cento (23 por cento), Alckmin 19 por cento (22 por cento) e Ciro 17 por cento (20 por cento).
A pesquisa foi realizada entre sábado e segunda-feira com 2.002 pessoas.
Embora tenha sido divulgada depois do levantamento mais recente do Datafolha, publicado na segunda-feira, parte da sondagem feita pelo Ibope foi realizada antes, já que o Datafolha fez suas entrevistas somente na segunda-feira.
Estadão