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Penúltima Página JC, crônicas Alaides Garcia dos Santos, 21.04.2016

Definindo pré-candidatos

 

Na maioria dos municípios aqui da microrregião as pré-candidaturas a prefeito seguem sendo definidas. Em Santo Augusto, a única pré-candidatura definida é de Naldo Wiegert (PMDB), mas o partido, segundo seu presidente, se mantém aberto e integrado a possíveis articulações; em Chiapetta, na situação, Eder Both (PP) e na oposição Edilson Savaris (PMDB); em Inhacorá, coligada se apresenta a dobradinha Everaldo(PTB)/Ataides(DEM), e pela situação vereador Emerson(PP); em São Martinho, o candidato da oposição deverá ser o vereador Marino (PP), enfrentando Beno Ritter (PSB); em São Valério do Sul, a situação deverá escolher entre o atual prefeito Jairo, o vice Silvio e o ex-prefeito Clóvis, enquanto que na oposição o candidato deverá ser do PT, cujo nome o presidente Ilso não declinou. Em Coronel Bicaco não há definição, mas de parte da situação, embora haja vários nomes em cogitação, o PP deverá lançar o atual prefeito Valtemar à reeleição; em Campo Novo, o prefeito Sartori diz que ainda não tratou do assunto, mas estará à disposição do partido para concorrer à reeleição, enfrentando seu ex-coligado PTB que deverá lançar João Pretto ou Jucemar Scherer; em Braga, a oposição deverá lançar Chico Lorenzato ou Hermes Ienerich, ambos do PP.

 

Consenso

 

Em São Valério do Sul, todos os partidos demonstram-se simpáticos à formação de candidatura única e de consenso para prefeito. Mas, como em todos os segmentos da sociedade, sempre há os radicais e, na questão específica, enquanto não forem superadas as divergências, não se viabilizará o consenso. Mas as lideranças partidárias daquele município continuam as articulações na busca da unificação.

 

Santo Augusto levado a sério

 

Esta frase já foi utilizada como slogan de campanha eleitoral em Santo Augusto. Ela exige meditação sobre seu significado. Aliás, a frase tem significado profundo. Sugere que o município, sua gente, seu potencial, sua história, “seu futuro”, sejam levados a sério. De tanto significado grandioso que reflete, não teria que ser slogan de um partido ou de uma coligação apenas, mas de todos os partidos, administradores e servidores públicos. Mas, para que todo esse patrimônio seja, de fato e de direito, levado a sério, seus administradores, a começar pelos partidos políticos quando da escolha e lançamento de candidaturas e o eleitor ao depositar seu voto, precisam ser sérios. Lançar candidatos sem o perfil necessário, fazer campanhas caras, comprar ou vender de qualquer forma o voto, mentir e usar de violência para cabrestear o eleitor, visar benefícios pessoais e partidários, não ter comprometimento com a população e com a coisa pública, “não é ser sério”.

 

Em busca da união

 

Nos meandros das entrevistas que fiz com oito presidentes de partidos políticos de Santo Augusto, todos opinaram de que “o melhor mesmo para Santo Augusto é um prefeito de consenso, ou seja, candidato único na eleição deste ano”. Pois agora vamos ver se é isso que eles querem. Por iniciativa do Sindicato Rural, da ACISA e de outros segmentos da sociedade civil e representativa das entidades de classe, está sendo articulada a possibilidade de uma candidatura única e de consenso. Conversei com Jorge Rodrigues, presidente do Sindicato Rural, e ele se disse empenhado junto com os demais segmentos na construção da viabilidade do consenso, objetivando uma série de benefícios, entre eles, menores gastos, evitar os acirramentos e conflitos entre amigos, vizinhos, enfim, evitar a destruição das boas relações e, principalmente, viabilizar uma gestão de qualidade em busca do desenvolvimento e crescimento do município. Jorge disse que ainda nesta semana levarão a proposta aos partidos políticos.

 

Partidos e eleitores

 

Os partidos políticos são os elementos que estruturam a competição política no momento de providenciar a apresentação de candidaturas em eleições. As legendas acabam por representar “uma tentativa de regular a luta eleitoral”, cabendo ao eleitor escolher alternativas previamente estabelecidas pelas elites partidárias. Os eleitores se limitam a aceitar essa candidatura de preferência a outras, ou a recusar-se a sufragá-la. Assim, são os partidos políticos que em democracias cumprem a função de limitar as escolhas do eleitorado. A lição, portanto, é a de que o método democrático seleciona não entre a população, mas entre os elementos da população que estão dispostos a encetar uma carreira política, e se candidatar.

 

Ponderações

 

O lançamento de um candidato único significa uma espécie de acordo entre as elites partidárias locais no sentido de limitar a composição na eleição para prefeito. De um lado, esse concerto poderá aglutinar todos os partidos registrados em um determinado município, o que significará um consenso em torno de um único nome para concorrer a prefeito. Em alguns casos esse acordo contempla igualmente uma estratégia de lançar um número mínimo de candidatos à Câmara de Vereadores em uma única coligação. De outro lado, da coligação do candidato único poderão não participar alguns partidos políticos que, ao mesmo tempo, não lançam candidatos e, assim, renunciam ao direito de apresentar uma alternativa própria em termos de candidatura. No entanto, todos os partidos podem apresentar lista própria com candidatos ao Legislativo, participando da eleição proporcional.

 

Ponderações II

 

Participar do consenso não significa desinteressar-se pelo poder. Pelo contrário, pode significar, sim, um atalho para conquista do poder, mesmo que, uma vez eleito o prefeito, ele tenha que compartilhar o mandato e, assim, distribuir poder. Já no caso de renúncia de partidos em lançar candidaturas à Câmara, trata-se mesmo de um aparente desinteresse pela conquista dos paços municipais.

 

Ponderações III

 

A falta de competição eleitoral nos municípios, além de subverter um princípio básico das eleições em regimes democráticos, que é a possibilidade de o eleitor escolher entre alternativas, programas e partidos, também subverte teoricamente o próprio princípio majoritário das eleições executivas. Candidatos únicos conseguem, pois, driblar a incerteza eleitoral e a imprevisibilidade relacionada ao resultado da eleição.

 

Qual o perfil ideal?

 

Respeitando entendimentos contrários, tenho que o perfil ideal que deve apresentar um gestor público começa pelo caráter e conhecimento. São fundamentais, também, que haja simplicidade, humildade, integridade, honestidade, coragem, empatia social… São imprescindíveis os requisitos que fazem parte do “eu” da pessoa. Outro ponto que entendo como importante são as habilidades que o gestor público precisa dominar: liderança, comunicação, capacidade de negociação, planejamento, visão empreendedora e estratégica, gestão do tempo, gestão de pessoas e inteligência emocional. Além disso, é fundamental entender claramente o que motiva as pessoas e promover meios para que a automotivação individual seja sempre realidade.

 

Ponto de vista

 

Volta e meia se ouve dizer: “Eu não gosto de política”. Ora, gostar ou não gostar de política é absolutamente irrelevante, como irrelevante é gostar ou não gostar de inúmeras coisas indispensáveis à vida cotidiana. E note-se que muitas delas são tão decisivas para a nossa existência que, apreciando ou não, nos empenhamos em fazer bem feito o que nos corresponde. A política é uma dessas coisas decisivas, realidade irremovível da vida de quem se recusa a viver no mato. E é uma realidade com fortíssimo poder de determinação sobre a qualidade de vida social e econômica, sobre os valores, a dignidade humana e sua concretude, sobre o progresso e a civilização.


 

Cadastro Ambiental Rural

 

Está findando o prazo para o Cadastro Ambiental Rural que expira dia 5 de maio. Como é habitual no brasileiro, menos de 70% da área cadastrável do Brasil foi registrada até agora. E o Rio Grande do Sul é o estado mais atrasado no registro, com apenas 13% da área cadastrada. E a principal causa, segundo o acessor técnico do Sistema Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), Eduardo Condorelli, é a indefinição sobre o bioma pampa, que ocupa dois terços do território gaúcho. Ele lembra que o processo demorou a engrenar e, depois disso, o Ministério Público do estado entrou com uma ação, deixando o produtor inseguro para enviar as informações. Os retardatários, ou seja, o proprietário rural que não fizer o cadastro até o dia 5 de maio, entre outros prejuizos, “não terá acesso ao crédito rural no próximo ano”.

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Augusto, com extensão de base em São Valério do Sul, senhor Clóvis Sechinatto, informa que na área de atuação do sindicato, 95% (noventa e cinco por cento) dos agricultores já fizeram o cadastro, e a previsão é de que chegue próximo a 100%, graças a acessoria técnica através de empresa especializada, disponibilizada desde o início pelo sindicato.

 

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