Em evento com aliados, senador tucano defendeu oposição revigorada e ironizou fala de Dilma Rousseff sobre eleições
Foto: Gabriela-Korossy / Câmara dos Deputados
Derrotado na disputa pela Presidência da República, o senador Aécio Neves (PSDB) disse nesta quarta-feira ter sido vítima de mentiras da campanha do PT durante a campanha e que "o diabo se envergonharia" da postura do partido. Em um evento com PSDB e aliados, o tucano defendeu um pacto por uma oposição revigorada nos próximos quatro anos.
“Essa campanha levará marcas distintas e vigorosas. Uma delas é a campanha da infâmia, da mentira, da utilização sem limites da máquina publica. Pelo menos cumpriram a palavra, disseram que fariam o diabo nas eleições. O diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas”, disse, em referência a uma fala de Dilma em março. Em um comício na Paraíba, ela afirmou que podia fazer "o diabo na hora da eleição", mas que durante o mandato é preciso atuar com respeito.
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Num auditório da Câmara dos Deputados, Aécio ouviu elogios de aliados, que lembraram dos 51 milhões de votos recebidos no segundo turno e de sua capacidade de unir legendas da oposição. Apesar de anunciada como uma reunião da Executiva Nacional do PSDB, o senador passou a palavra para políticos aliados, inclusive dissidentes de partidos aliados nacionalmente com Dilma, como a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) e o vice-governador eleito em Pernambuco, Raul Henry (PMDB).
“Nós estamos a partir de hoje selando um pacto de uma oposição revigorada e vitoriosa, porque disputamos essas eleições falando a verdade”, disse o senador, que é presidente do PSDB e comandou o ato. “Vamos juntos fazer a mais vigorosa oposição que esse Brasil já viu, em benefício da verdade, da liberdade e da moral”, discursou.
A reunião contou com apenas dois governadores eleitos pelo PSDB, Simão Jatene (PA) e Reinaldo Azambuja (MS). O candidato derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais, Pastor Everaldo (PSC), também declarou seu apoio ao tucano e foi elogiado por Aécio.Apesar de ser colocado como líder da oposição, Aécio rejeitou o rótulo. "A oposicao brasileira hoje não precisa de um líder, ela tem viva na alma de milhões de brasileiros sua importante essência que é a indignação com tudo que vem acontecendo no Brasil nesses ultimos anos, mas uma esperança enraizada", disse.
Num dos discursos mais agressivos do evento, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, acusou o PT de tentar implantar um "decreto da mídia" e de ser financiado pelo "financiamento público da Petrobras". "Eles praticam sim financiamento público. A Petrobras os patrocina há muito tempo", disse.
"Eu tenho muita convicção de que o tempo vai passar bem rápido, mas muita coisa já mudou. Temos uma presidente fraca, que a ficha nao caiu e vai para o G20 com um ministro demissionário", disse, em referência ao ministro Guido Mantega, que não vai participar do segundo mandato da presidente Dilma.