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Nota de Repúdio: Federasul demonstra sua verdadeira visão sobre a importância da Polícia Civil

Na terça-feira (10), a direção da Federasul (Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul), na pessoa do seu Presidente Rodrigo Sousa Costa, enviou um ofício ao governador Eduardo Leite, questionando a possibilidade de concessão de reajuste salarial aos servidores da segurança pública. No documento, a Federação empresarial desfia uma série de absurdos demagógicos, que fariam corar o mais desinformado defensor do Estado mínimo.

Logo no início do seu ofício, o presidente da Federasul apela para o sentimentalismo barato, citando as “famílias que perderam a renda e o lar, que se endividam sem poder contar com a estabilidade do salário no serviço público”. Seria cômico, se não fosse mera falta de vergonha mesmo, vermos o representante do setor que deixou de pagar, no ano de 2023, R$ 17,2 bilhões em impostos, através de renúncias fiscais, usar a tragédia alheia para manter suas benesses concedidas pelo governo. Esses R$ 17,2 bilhões representaram 25% da receita do RS naquele ano.

O dado, apresentado acima, é importante para entendermos os reais interesses que estão por trás do tal ofício enviado pela Federasul. É bom lembrarmos que no início desse ano, o Governador Eduardo Leite tentou fazer uma revisão nesses mesmos benefícios fiscais, como forma de ter caixa para conceder um reajuste salarial aos servidores estaduais, que foi ferozmente rechaçada pela mesma Federasul. Juntando as pontas, podemos entender que a aversão da Federasul ao reajuste dos salários dos servidores, tem muito pouco de preocupação com as “famílias que perderam a renda e o lar”, e muito mais com os mais de R$ 17 bilhões anuais que os empresários ganham de “presente” do governo do estado.

Se o Sr. Rodrigo Costa e Sousa tivesse, realmente, preocupação com as “famílias que perderam a renda e o lar”, estaria preocupado com a situação em que se encontram os policiais civis, que passaram semanas, sem dormir e descansar, resgatando pessoas que perderam tudo durante as enchentes. O que a Federasul não entende, ou não quer entender, é que os maiores prejudicados com a situação dramática em que se encontram os policiais do nosso estado, é a população mais necessitada e que foi mais atingida pela tragédia climática do estado.

A cegueira dos representantes da Federação empresarial não os deixa enxergar que a reconstrução do nosso estado passa, necessariamente, pelo fortalecimento do serviço público. Quando se olha apenas para o seu próprio bolso, como faz a Federasul, perde-se a oportunidade de enxergar o caminho a seguir. Nesse momento, o caminho que o nosso estado precisa seguir, para a reconstrução do RS, passa necessariamente pela recomposição salarial do serviço público, valorizando os policiais que têm alcançado recordes sucessivos no combate à violência e arriscado diariamente as suas vidas, para garantir a segurança dos negócios dos empresários representados pela sua Federação. Porém, enquanto a sociedade defende mais investimentos em segurança pública, a Federasul, que está mais preocupada com seus bolsos do que o bem-estar do povo gaúcho, tem a atitude de quem parece só gostar da polícia quando é para defender seu patrimônio.

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