Atacante de 30 anos é apresentado com festa de ídolo no gramado do Beira-Rio, fala sobre período no Catar e adota tom humilde por concorrência no ataque
Após cinco anos longe do Brasil e do Inter, Nilmarestá de volta. Vestiu a camiseta 7 do Colorado no início da tarde desta sexta-feira, três dias após o anúncio oficial de sua contratação. O atacante, de 30 anos, adotou um discurso humilde perante os jornalistas. Descartou ser o "salvador da pátria" diante de um ataque inoperante nos últimos jogos e avisou que o objetivo inicial é "resgatar a adrenalina", um tanto perdida com a pouca competitividade no Catar. E a primeira dose de adrenalina surgiu na segunda parte de sua apresentação, ao subir para o gramado do Beira-Rio e ser ovacionado para sua terceira passagem pelo clube (assista ao vídeo).
Por volta das 15h, Nilmar interagiu com cerca de 4 mil colorados que se aglomeravam na mureta que separa as cadeiras do gramado – a expectativa de público foi feita pela direção do clube. Uma apresentação à moda europeia, mas com todo o calor brasileiro. A ponto de um torcedor dar um bebê para o atacante aninhar no colo. A torcida não parava de entoar: "Ô, o Nilmar voltou".
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Nilmar ficou cerca de dois anos no Catar. Ele não se arrepende de, em 2012, ter saído do Villarreal, da Espanha, para um futebol menos competitivo. Afirma que foi muito bom para a família, embora sentisse falta da "adrenalina" de estádios lotados, como ele deve ter no Beira-Rio.
– Não me arrependo, volto mais maduro. A vida para a família lá era maravilhosa. Mas eu, como jogador, sentia falta. Estava acostumado a um nível mais alto, mas lá você não tinha 100% de profissionalismo. Quero resgatar a adrenalina de jogo o mais rápido possível. Aqui, se joga para 50 mil pessoas – explicou.
O atacante também falou do rótulo de "salvador da pátria", uma vez que os atuais centroavantes Rafael Moura e Wellington Paulista estão há mais de mil minutos sem marcar:
– Tenho uma responsabilidade, mas o Inter tem grandes jogadores. É um novo desafio, sempre encarei dessa maneira, sei que vou ter responsabilidades, mas não encaro dessa forma, não me vejo como salvador da pátria. Eu quero ajudar da melhor maneira com as minhas características, quero colaborar dentro de campo, quero ajudar. Sabemos que não é um jogador só que decide um campeonato, é o clube. O grupo tem qualidade. Desde que o resultado esteja acontecendo, é o importante. Quero entrar o mais rápido possível e dentro de campo demonstrar o que eu sei.
Esta será a terceira vez de Nilmar pelo Colorado. O atacante foi promovido com 18 anos por Muricy Ramalho, em 2003. Acabou vendido em 2004 para o Lyon, da França. Em 2007, foi repatriado. No ano seguinte, foi o herói da Sul-Americana, ao marcar na decisão contra o Estudiantes. Em 2009, foi negociado com o Villarreal. No total, disputou 150 partidas e marcou 64 gols pelo Inter.
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Expectativa:
É um momento muito importante para mim. Esse esforço, sabe a dificuldade que foi. Envolvia muitas coisas. Era o meu desejo de poder voltar a jogar pelo Inter. Espero entrar na galeria de ídolos, conquistando títulos importantes.
Readaptação:
Encerrei a minha temporada no final de maio. Estou me sentindo bem. Claro que estou fazendo testes. Venho do futebol do Catar, que era mais leve. Essa adaptação não vai ser tão longa assim. Estou na mão de grandes profissionais. Espero estar à disposição o mais rápido possível. Estou muito confiante.
Motivação:
Me sinto muito bem, me sinto como que se tivesse 18 anos. Sinto com a mesma vontade do primeiro jogo como profissional. Espero me condicionar entrar no ritmo mais rápido possível. Sei que o torcedor está esperando isso, eu também estou esperando. Essa cobrança ajuda muito o jogador a se motivar. Estou num clube com muitos amigos e esse apoio é fundamental. O importante é estar com a cabeça boa para que essa minha terceira passagem possa ser melhor do que as outras duas.
Cobrança por gols:
O atacante é sempre cobrado por fazer gols. O momento em que a bola não entra só resta trabalhar. Às vezes as pessoas não sabem o esforço que é entrar em campo. Ninguém entra para perder. Se não está saindo bem tem que trabalhar. Só com trabalho se consegue vencer, o professor Tite aqui no Inter já dizia isso. Mas não venho com pensamento de tirar a posição de ninguém. Sei que a cobrança vai existir, como sempre existiu, mas existe confiança. A minha contratação só existiu porque existe essa confiança. Quero que essa passagem seja melhor ainda do que as outras.
Contrato de três anos e três meses:
Eu queria um contrato de 10 anos, igual do Índio (zagueiro no clube desde 2005). Para jogar até os 40. Eu penso em jogar todo meu contrato e, se o nível estiver bom, ir além.