Eles se reuniram nesta sexta em Porto Alegre para conversar sobre a conjuntura política de olho nas eleições de 2026
Manuela D'ávila e Paulo Pimenta se reuniram em Porto Alegre nesta sexta-feira | Foto: Divulgação
A ex-deputada Manuela D’Ávila, atualmente sem partido, se reuniu nesta sexta-feira (28) com o deputado federal Paulo Pimenta (PT) em Porto Alegre. O encontro, segundo ambas as partes, teve o objetivo de discutir a conjuntura política da esquerda gaúcha e contribuir para a construção da unidade visando a disputa eleitoral de 2026. Oficialmente, não envolveu um convite do PT para que Manuela ingresse no partido, tampouco a qual cargo Manuela deverá concorrer em 2026 caso esteja em outro partido, mas Pimenta admite que gostaria de ver a ex-deputada, que concorreu à vice-presidente da República na chapa com Fernando Haddad (PT) em 2018, militando na mesma legenda.
“Hoje conversei longamente com o companheiro Paulo Pimenta. Eu e Pimenta temos uma avaliação comum sobre a necessidade de garantirmos a unidade da esquerda nas eleições de 2026. Mais do que isso, achamos que é preciso que todas as forças políticas e sociais que apoiam o presidente Lula mantenham conversas e empenhem seus esforços para que o palanque seja comum também aqui no RS”, disse Manuela.
Já Pimenta classificou a conversa como “extremamente positiva” sobre o momento político do Brasil e do Rio Grande do Sul. “Nós temos muitas concordâncias sobre uma avaliação do momento. Sobre a necessidade da gente trabalhar no sentido de criar um palanque amplo e forte para o Lula em 2026 no Estado, com todos os setores do campo democrático, popular, progressista. Fazer um esforço no sentido de também buscar essa unidade para uma alternativa para o Rio Grande do Sul. E a Manuela é uma liderança fundamental de fazer parte desse processo”, afirmou o deputado.
Pimenta disse que a conversa não tratou de nomes para a disputa ao governo do Estado — o PT tem Edegar Pretto como pré-candidato — ou ao Senado, posições que poderiam ser ocupadas por Manuela, porque a ideia seria de ampliar o diálogo ao longo do ano e decidir nomes em 2026. “Nas últimas eleições todas aqui no Estado, os setores de esquerda, os setores progressistas, não saíram juntos. Nós precisamos reconquistar essa capacidade de buscar as convergências e começar discutindo o nome não ajuda. Então, deixar essa história de nome para 2026 e construir agora pontos de contato entre o projeto, chamando todo mundo para a mesa para conversar”, disse.
Pimenta garantiu ainda que não abordou a possibilidade de realização de prévias para a escolha destes nomes, uma ideia que é defendida por Manuela há anos. “Não tratamos disso”, afirmou.
A reportagem do Sul21 já tinha apurado a possibilidade de o PT fazer o convite para Manuela ingressar no partido, o que se somaria ao convite feito pelo PSOL em 20 de março. Pimenta, que foi presidente estadual do PT, mas deixou o cargo em 2023, diz que não cabe a ele fazer o convite e que nem poderia falar pelo partido, mas que gostaria de que isso ocorresse.
“Eu, particularmente, não estou falando em nome do PT, mas eu gostaria muito de ter uma Manuela no PT. Eu acho que ela se somaria muito para o nosso projeto, para o nosso partido, acho que ela tem tudo a ver com o PT. Eu gostaria muito de ter ela no PT”.
A reportagem também procurou a presidente estadual do PT, Juçara Dutra, que corroborou que o partido vem conversando com Manuela sobre a conjuntura política, mas pontuou que não há o movimento de convidá-la para ingressar na legenda no momento. Ela ainda disse que o objetivo não é criar um “constrangimento” para Manuela com a formalização de um convite.
“A gente vai conversar com ela, porque é um diálogo na esquerda e que nos ajuda a entender bem o cenário posto para 2026. A gente quer conversar não sob o aspecto de constrangimento, mas por tudo que ela representa para nós e representou, como quando foi vice do Haddad”, disse Juçara.