Há mais de duas décadas, no início de ano de eleições municipais, exponho aqui na coluna minhas premonições, dando meus palpites sobre possíveis coligações, arranjos e desarranjos políticos eleitorais, possíveis candidatos, enfim, pertinentes a Santo Augusto. Quase sempre se confirmaram. Para as eleições deste ano, as pedras no tabuleiro eleitoral estão se movendo; as articulações estão acontecendo, mesmo que timidamente. Mas já se pode antever algumas tendências ou rumos que serão seguidos.
Vejo que a manutenção da coligação DEM (União Brasil) com o PDT, dificilmente será mantida. A decisão final vai ser das convenções, 20 de julho a 5 de agosto. União Brasil PL, PSDB, estrategicamente, continuarão dizendo que vão cumprir o acordo selado em 2020, só que a aceitação do nome apresentado pelo PDT será rigorosamente seletiva, o que poderá desagradar e dispersar os pedetistas. Há um nome no PDT que presumo ser da simpatia do conjunto União Brasil, PL, PSDB, mas dificilmente ele aceitará concorrer, e por outro lado, creio que esse nome não esteja nos planos do PDT para esta eleição. Assim, o PDT poderá buscar outros rumos, com novidade para a cabeça de chapa.
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PL, União Brasil e PSDB lançarão a prefeita Lilian (PL) à reeleição. Sendo assim, em contraponto, o PDT lançará candidato a prefeito e poderá formar coligação com o MDB, PT e, naturalmente, terá o apoio do PP, mesmo que parcialmente, construindo assim, uma grande frente para concorrer de igual pra igual com Lilian. Nesse caso, o candidato a prefeito, a meu juízo, será o vereador Max (Maxiliano) Bahry (PDT), tendo o MDB como vice, cujo nome poderá recair em outro vereador, ou Omar Santi ou Glades Bertollo. A se confirmar essa possibilidade, será uma das eleições mais competidas em Santo Augusto. Já se o PDT permanecer na coligação atual, a oposição terá sérias dificuldades na disputa eleitoral, salvo se o ex-prefeito Naldo voltar a concorrer. Aliás, já palpitei, em algum momento, que a manter-se a atual coligação, que hoje governa o município, é possível até que os partidos de oposição decidam apoiá-la em vez de lançar candidato, e assim termos uma única candidatura. É uma possibilidade, bastante remota, diga-se.
Falando nisso…
Falando em candidatura única ou de consenso, é preciso analisar seus prós e contras. Os prós é que diminui em cerca de 90% os gastos de campanha, e evita o acirramento, os conflitos interpessoais corriqueiros durante a campanha nos pequenos municípios; em tese, todos vão pensar juntos, o que é importante, desde que seja para o progresso do município, bem-estar da população e controle dos gastos públicos. Essas são as vantagens, mas, as desvantagens, os contras, são desanimadores. Começa que o consenso é um acordo feito entre um grupo de dirigentes partidários, à revelia do eleitorado. Esse mesmo grupo é que vai, consensualmente, certo ou errado, fazer a gestão do município, com olhos, e alguns com intensa gana, no cofre grande da prefeitura, sem oposição fiscalizadora. E governo sem oposição cria vícios, facilita o jeitinho, a acomodação, a cooptação política. Sem um contraponto, imagina o perigo!