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Madrasta de Bernardo isenta pai do menino e diz que crime não foi planejado

Graciele Ugulini prestou depoimento na manhã de quarta-feira, na Penitenciária Modulada de Ijuí

Marcelo Monteiro, de Ijuí

marcelo.monteiro@zerohora.com.br

Em depoimento prestado na Penitenciária Modulada de Ijuí, onde está presa temporariamente, a madrasta de Bernardo Boldrini, Graciele Ugulini, isentou o marido da morte do menino. De acordo com o advogado dela, Vanderlei Pompeo de Mattos, o crime não foi premeditado:

— Ela isentou o esposo. Explicou para mim, depois, que ele não tem nada a ver com a situação — disse o defensor. — Ela foi fazer negócios em Frederico (Westphalen), não tinha o propósito macabro, vamos dizer assim — acrescentou.

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Ao deixar a penitenciária, Pompeo afirmou que não poderia revelar detalhes da oitiva desta quarta-feira, e que Graciele está à disposição das autoridades policial e judiciária:

— Tenho que respeitar uma ordem judicial de segredo de justiça. O processo está em fase de investigação ainda, mas acho que já se avançou bastante hoje (quarta-feira), com a narração feita pela Graciele. O que ela falou foi algo próximo ao que vinha sendo especulado do lado de fora.

Questinado se ela confirmou a autoria do crime, o advogado afirmou que "não exatamente nesses termos".

A investigada foi ouvida por três delegados, incluindo a titular da Delegacia Regional de Três Passos, Caroline Bamberg Machado. Os defensores dos outros dois investigados – Leandro Boldrini, pai do garoto, e a amiga do casal, Edelvania Wirganovicz – estavam no local, mas não tiveram autorização para permanecerem na sala.

Relembre o caso



Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, emTrês Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugulini, 32 anos, para comprar uma TV.

De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.

Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini _ que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município _, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo.

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