Odilaine Uglione
Depoimento faz parte da nova investigação da morte de Odilaine Uglione.
Reconstituição dos fatos está prevista para os dias 15 e 16 de dezembro.
A madrasta e uma das acusadas pela morte do menino Bernardo Boldrini, Graciele Ugulini, foi ouvida na segunda-feira (7) pela Polícia Civil. Ela está presa no Presídio de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, desde abril de 2014, depois que o corpo do garoto foi encontrado enterrado em uma cova rasa no interior de Frederico Westphalen, no Norte do Rio Grande do Sul.
O depoimento faz parte da investigação da morte de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo, reaberta em maio. Mais de 50 pessoas já foram ouvidas desde que a Justiça determinou uma nova investigação. Foi solicitada uma perícia na arma do crime e na carta de suicídio supostamente deixada por Odilaine. O corpo dela também foi exumado.
A mãe de Bernardo foi encontrada morta em 2010, dentro da clínica do marido, o médico Leandro Boldrini, na cidade de Três Passos, no Noroeste, onde ele morava com o filho. A apuração, concluída no mesmo ano, foi reaberta após uma perícia questionar a hipótese de suicídio, como havia concluído o inquérito policial realizado na época.
interromper inquérito (Foto: Reprodução/RBS TV)
Outra acusada no caso Bernardo, Edelvânia Wirganovicz, citou em uma entrevista entrevista a suposta participação de Graciele e da delegada Caroline Bamberg Machado, responsável pela investigação na época, na morte da mãe do menino. Edelvânia disse que a delegada foi subornada para interromper a apuração sobre o que aconteceu com Odilaine Uglione. Ela afirmou que a delegada recebeu dinheiro de Leandro Boldrini, pai de Bernardo, para arquivar a investigação da morte de Odilaine.
"Eu respeito esses servidores da polícia. No entanto, essas informações que foram trazidas pela Edelvânia devem ser investigadas. A própria outra ré lhe disse que o pai do menino havia pago valores para a delegada para arquivar esse primeiro inquérito sobre a morte da mãe”, diz o advogado de Edelvânia, Jean de Menezes Severo.
Uma semana após a reabertura da investigação, ainda no mês de maio, outra denúncia chegou na delegacia de Santa Rosa. Uma testemunha disse que a delegada Caroline começou a construir um prédio no centro de Três Passos, e que o valor da mão de obra teria sido financiado por Leandro Boldrini em troca do arquivamento das investigações da morte de Odilaine.
mãe de Bernardo (Foto: Reprodução/RBS TV)
A denunciante disse que, por diversas vezes, tentou levar os fatos ao conhecimento das autoridades. E somente com a nova investigação, pode revelar o que sabia à polícia.
O delegado Marcelo Mendes Lesh, responsável pela nova investigação da morte de Odilaine disse que todas as informações serão apuradas e levadas ao judiciário no inquérito policial. A partir da denúncia feita por Edelvânia, Marcelo ouviu ela novamente e solicitou à Justiça o novo depoimento de Graciele Ugulini. A ideia do delegado é confrontar as versões das duas.
O advogado da família de Odilaine espera que tudo seja devidamente investigado. "Existem documentos públicos no próprio inquérito que corroboram aquilo que a Edelvânia disse”, afirma Marlon Taborda.
O próximo passo da investigação será a reconstituição da morte de Odilaine, nos dias 15 e 16 de dezembro na clínica de Leandro Boldrini, em Três Passos. O prédio deverá ser isolado. A Justiça já autorizou a participação do médico e pai de Bernardo.
Boldrini também é réu no processo que investiga a morte do garoto. O corpo dele, então com 11 anos de idade, foi encontrado enterrado em um matagal na área rural a cerca de 80 quilômetros de Três Passos, onde ele morava com a família. Ele estava há 10 dias desaparecido.
Também são réus no processo a madrasta Graciele e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. Os quatro estão presos desde abril de 2014 e respondem por crimes como homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Eles irão a júri popular. G1 RS