O deputado Diógenes Basegio (PDT) foi absolvido em votação na Comissão de Constituição e Justiça, que reverteu o parecer da Comissão de Ética recomendando a cassação do mandato do Deputado. Enio Bacci, líder do PDT na Assembleia Legislativa, em entrevista à RBS, levantou a suspeita de que os votos contrários à condenação do deputado foram conseguidos através de um acordo do Governo com os deputados que defendem Basegio.
Enio Bacci afirma com todas as letras: “talvez essa possa ter sido uma das negociações, se favorecesse o deputado Basegio, para que a tarde se tivesse os votos necessários para garantir a aprovação das RPVs”. Essa acusação se torna ainda mais grave, pelo fato do deputado Enio Bacci pertencer ao mesmo partido de Diógenes Basegio, o PDT. Por esse tipo de negociação podemos ver a que ponto tem chegado o Governador Sartori/PMDB para aprovar os seus projetos. Livrar um deputado acusado de várias irregularidades, entre elas: extorsão de funcionários, adulteração da quilometragem de veículos do gabinete, organização criminosa, desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro, para conseguir aprovar o seu projeto que institucionaliza o calote no nosso Estado. Da mesma forma que aconteceu com o Governo Britto, que usou de todas as armas para vender o patrimônio público e desmontar o serviço público, o Governo Sartori/PMDB demonstra que seu mandato está colocado a serviço da destruição do serviço público e, para isso, não medirá esforços para atacar os servidores públicos.
É importante lembrar que o projeto das RPVs beneficia diretamente grandes empresas sonegadoras do nosso Estado. A redução do teto das RPVs vai aquecer o mercado de venda de Precatórios, diminuindo ainda mais o seu valor no mercado paralelo. Os grandes sonegadores vão poder comprar precatórios por valores mais baratos ainda e quitar suas dívidas com o Estado por menos da metade do valor devido. Com isso, podemos entender os verdadeiros interessados na redução do teto de pagamento das RPVs e porque tanto esforço do governo para aprovar o seu projeto.
Para o vice-presidente da UGEIRM, Fábio Castro, a votação das RPVs já mostra o que o governo poderá fazer para aprovar o PLC 206/2015, “se para aprovar o projeto das RPVs o governo Sartori/PMDB já recorre a esse tipo de expediente, o que se pode esperar para a votação do PLC 206/2015? Precisamos ficar preparados para um jogo ainda mais pesado do governo Sartori/PMDB”.