Liberdade de expressão
A frase “eu discordo do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo” talvez seja a melhor definição para a liberdade de expressão. Afinal, é muito fácil reconhecer a liberdade de expressão às ideias que concordamos; muito mais difícil é aceitar a manifestação de ideias que desgostamos. O que se tem visto no Brasil nos últimos tempos, no entanto, é uma crescente vontade de reprimir formas de expressão que sejam consideradas desrespeitosas e preconceituosas. A iniciativa, embora tenha como pano de fundo uma intenção nobre, tem gerado situações desproporcionais, limitando o direito à livre expressão e violando a Constituição Federal.
Politicamente correto
Na mídia em geral não é mais permitido criticar, questionar, opinar. Estão cerceando a livre vontade de expressão e de contestação. A ideia é coibir a formação de opiniões. Criou-se a vitimização e o paternalismo disfarçado de boas maneiras. Usam nomes bonitos e sedutores em nome da justiça social, igualdade de direitos, e tal. O maior embuste nisso tudo é afirmar que trata as pessoas melhor, quando faz exatamente o oposto: separa as pessoas em classes, criando um sistema de castas, em grupos especiais, o que leva a imaginar-se que são, de algum modo, menores e mais fracas, e devem ser “protegidas”. Nada mais é do que um meio de subversão de costumes e manipulação do senso comum, que visa inverter os valores tradicionais da sociedade e distorcer as realidades, forçando as pessoas a pensarem de maneira diferente. As pessoas não se dão conta, mas é uma verdadeira lavagem cerebral.
Politicamente correto (2)
É perverso, à medida que promove a vitimização das minorias, insinuando a inferioridade destes em face da sociedade. A maioria das pessoas que praticam o politicamente correto sequer faz ideia de que aderiu a uma tática usada de maneira intencional para desconstrução social. Desta forma, o politicamente correto, camuflado sob o pretexto de proteger os desfavorecidos, acaba cerceando a liberdade de refletir, opinar e contestar. Liberdade de pensamento e de expressão foram protagonistas da evolução dos povos, tirando-nos das trevas da ignorância e do primitivismo. Censura é sinônimo de involução e, o politicamente correto é censura.
Assédio moral
“Por favor, o senhor aguarda um instante até que eu possa lhe atender? Sente ali naquela cadeirinha enquanto espera”, disse, com afetada bonomia, a jovial gerente do banco ao cliente envelhecido. Mais tarde, no final do atendimento, ao velho disse: “Agora, coloque aqui a sua assinaturinha”. Ora, os diminutivos – no caso, cadeirinha e assinaturinha – são típicos do falar com o velho, que, numa pedestre psicologia humana, é considerado alguém retornando à condição de criancinha que é com quem se fala dessa forma carinhosamente bonitinha. É a discriminação do status, notada por meio da linguagem. Para um ancião contrário ao politicamente correto, esse tratamento verbal poderia caracterizar assédio moral (sim, senhor!).