Martini diz que a tecnologia das máquinas é a grande aliada na conquista de eficiência no campo/MARIANA CARLESSO/JC
Thiago Copetti
A participação da John Deere na Expodireto, em 2019, teve um fator especial a ser comemorado pela fabricante, que tem no Rio Grande do Sul um de seus principais mercados no Brasil. Neste ano, a multinacional se consolidou como a maior produtora de tratores do País, posição que, tradicionalmente, era ocupada pela Massey Ferguson. Mas a liderança, nesse item, foi vencida por pouco. De acordo com dados do anuário de 2018 da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), enquanto a John Deere fabricou 13.824 unidades de tratores de roda no ano passado, a Massey Ferguson produziu 13.458. A liderança foi assumida em 2017 e repetida no ano passado. A Massey, porém, segue ganhando nas exportações de tratores, com 2.341 unidades vendidas ao exterior, enquanto a John Deere vendeu para fora do Brasil 1.115 unidades. E boa parte desse crescimento é justamente devido às vendas no Rio Grande do Sul, já que o produtor gaúcho é o que mais investe em tecnologia no Brasil, segundo Eduardo Martini, gerente de vendas da multinacional no País. “Já éramos líderes mundiais no setor e, em 2018, consolidamos em tratores a posição também aqui no Brasil. E esperamos que seja assim também em 2019”, comemora Martini. Além de o Estado ter uma variação climática grande, cujos danos podem ser reduzidos com uso de máquinas, softwares e controles de dados mais modernos, os agricultores do Estado também têm o desafio de aumentar constantemente os ganhos na mesma área plantada. Isso porque, ao contrário de outras regiões produtoras, onde há terras para expansão, no Rio Grande do Sul, o crescimento com aumento na área é restrito pela escassez de terra disponível. E, por isso, a tecnologia é uma aliada ainda mais importante, explica Martini. Entre os destaques da John Deere na feira, o executivo chama a atenção, por exemplo, para a nova linha de pulverizadores. A nova tecnologia é ideal para as características do Rio Grande do Sul, devido às peculiaridades da geografia local. O sistema controla automaticamente a velocidade do veículo para adequá-la a áreas de desnível, inclinações do terreno e curvas, bastante comuns nas propriedades gaúchas, ao contrário do que ocorre com as planas lavouras do Centro-Oeste. “Esse sistema de pulverização é especialmente adequado ao Rio Grande do Sul. Ao identificar diferenças de área, curvas e desnível acentuado, por exemplo, a velocidade da máquina é reduzida automaticamente, sem a interferência do produtor. E fazer uma curva com uma grande barra de aplicação não é muito fácil”, detalha Martini.
– Jornal do Comércio