Resultados de 1 ano de Intervenção
A Prefeita Municipal de São Martinho Araci Zelia Kolling Irber,através do Decreto Executivo nº 124/2013, de 10 de dezembro de 2013, nomeou uma comissão interventora formada por representantes de entidades e da sociedade civil, para dirigir e recuperar a Instituição Hospitalar São Gregório devido a situação de perigo público iminente de interrupção de serviços hospitalares e de urgência e emergência na saúde pública do município em decorrência da interrupção no atendimento em consequência da situação financeira existente, amplamente divulgado pela imprensa.
A Sociedade Cultural São Gregório é uma sociedade civil, de caráter cultural, beneficente e filantrópica. Tem capacidade física instalada de 39 leitos, destes, 64% são leitos que atendem o SUS, correspondendo a 25 leitos. A Sociedade Cultural São Gregório atende serviços de internação clínica, pediátrica e ambulatorial, serviços de Urgência e Emergência. Em sua estrutura disponibiliza exames de eletrocardiograma, exames de análises clínicas, exames de radiodiagnóstico (RX), profissionais de nutrição, fisioterapia. Atende convênios com o Sistema Único de Saúde (SUS), IPERGS – IPÊ, UNIMED, Particular, Cassi e Cabergs.
Assim que assumiram a gestão da entidade, a Comissão Interventora representada pelo Presidente Roque Francisco Unser, iniciaram os trabalhos de reestruturação e organização do quadro funcional, com a contratação da Diretora Administrativa Andréia Regina Blau e o funcionamento do plantão médico presencial 24 horas, folha dos funcionários em dia, reformas e ampliações estruturais.
As atividades de organização e planejamento foram iniciadas e as negociações com o Estado começaram a evoluir com o encaminhamento de projetos e solicitações junto à 17ª Coordenadoria Regional de Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde, durante o ano de 2014 varias ações resultaram de forma positiva para a entidade.
Entrevista – Roque Unser – Presidente do Hospital São Gregório
Por Alaides Garcia dos Santos
"Nossa grande meta para 2015 é “reabrir o bloco cirúrgico”.
Roque Francisco Unser
Para falar sobre o hospital de São Martinho, denominado Sociedade Cultural São Gregório, o interventor/presidente Roque Francisco Unser, concedeu entrevista ao jornal O Celeiro:
Em linhas gerais, qual é a situação, hoje, do Hospital São Gregório?
A entidade hospitalar São Gregório, de São Martinho, conta com dois médicos efetivos, sendo um pela parte da manhã e outro à tarde, com plantão/médico “presente fisicamente no hospital 24 horas”, incluindo a noite, finais de semana e feriados. Tem mais um médico, que também atende no hospital todas as tardes e, a partir do próximo mês (fevereiro), ele também vai fazer parte dos plantões médicos. Além do quadro (enfermeiras, auxiliares e técnicos de enfermagem), há outros profissionais (fisioterapeuta, psicóloga, nutricionista); funciona ainda o Raio-X (com profissional dentro do hospital), aparelho de ultrassom, e tem o laboratório que é terceirizado, mas que funciona dentro do prédio do hospital.
O hospital conta com 39 leitos, sendo 25 referenciados do SUS, os demais são particulares. A partir de 01 de fevereiro teremos médico pediatra no hospital, que vai atender todos os dias pela parte da manhã, com abrangência em 10 (dez) municípios da Região Celeiro, que vão ser referenciados para as crianças serem atendidas no hospital.
Algumas outras metas projetadas?
Temos outros projetos sendo gestados, apesar das dificuldades, e a transição de governo, com novo secretário estadual e novo coordenador regional de saúde. Mas estamos muito esperançosos e bastante ambiciosos quanto a esses projetos. Temos em trâmite um projeto para instalação de uma unidade do SAMU, e o CEO (saúde bucal). E o grande esforço que estamos fazendo é para em março, o mais tardar, reabrirmos o “bloco cirúrgico” e cirurgias voltarem a serem feitas no nosso hospital. Temos equipamentos novos, ainda encaixotados, há dois ou três anos dentro do hospital, e que não estão sendo usados. Essa será a nossa grande marca para 2015, “reabrir o bloco cirúrgico”. É lógico que temos outros projetos, um deles é construir um prédio novo, com 600m², que abrigará o bloco cirúrgico, a maternidade, uma sala para o “raio x”, cujo convênio já está assinado junto ao governo do Estado, além do ultrassom e o eletrocardiograma. E numa outra parte do prédio estará funcionando o SAMU e o laboratório. Para essa obra já tivemos o sinal favorável do Secretário Estadual da Saúde. Há outros dois projetos em estudo, e que no momento oportuno faremos divulgação.
Outras considerações.
O hospital conta, hoje, com 41 (quarenta e um) funcionários, todos com pagamento de seus salários em dia. É importante dizer que hoje, após um ano da intervenção do nosso grupo, o hospital tem dinheiro a juro, e a receber do Estado em torno de R$ 250 mil proveniente do serviço de produção. O hospital tinha um contrato com a Secretaria da Saúde que dava em torno de R$ 36 mil. Hoje com esse projeto novo, o contrato que a gente fez de “porta de entrada”, entra todos os meses R$ 115 ou 120 mil para o hospital, oriundo do Estado. E tem as doações espontâneas, onde pessoas da comunidade doam R$ 10,00, R$ 20,00, R$ 100,00, e é bom frisar que todas essas doações são contabilizadas, prestado conta centavo por centavo. O hospital conta com 226 associados, porém as colaborações vêm de toda a comunidade, independente de ser sócio ou não. Também o comércio colabora, como supermercados, que doam alimentos. A Prefeitura repassa mensalmente ao hospital R$ 25 mil destinados ao pagamento dos plantões médicos, assim como paga R$ 3.300,00 à terceirizada que presta os serviços de Raio x.