Senado discute o tema, com o apoio do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco. (Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini)
Os governadores Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, demonstraram apoio à proposta discutida no Senado para acabar com a reeleição para cargos de presidente, governador e prefeito e ampliar os mandatos para cinco anos em vez dos atuais quatro anos. Todos os três foram reeleitos em 2022.
A medida é defendida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na quinta-feira (29), o relator do Código Eleitoral, senador Marcelo Castro (MDB-PI), apresentou aos líderes partidários três sugestões de Propostas de Emendas à Constituição (PEC) para acabar com a reeleição. Segundo ele, os líderes receberam as propostas positivamente. Não houve ainda, porém, um encaminhamento definitivo sobre as propostas que implementariam mudanças apenas após as eleições de 2026.
Os três governadores participaram da 10ª edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), em Porto Alegre, mas deixaram claro que opinaram de forma pessoal e não em nome da entidade.
Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, que também estava presente, foi o único que se manifestou contra o fim da reeleição, embora seja favorável à unificação das eleições municipais e gerais e mudanças no Legislativo. “Seria muito bom estabelecer também limite de reeleição para o Parlamento, seja dois, três ou quatro mandatos para cada cargo”, declarou o mandatário capixaba.
Propostas
As três PECs apresentadas por Marcelo Castro têm diferenças quanto à unificação das eleições e também sobre as regras de transição para o novo modelo. Além do fim da reeleição, todas elas propõem manter os senadores com o dobro de tempo de mandato. Dessa forma, eles ocupariam os cargos por 10 anos em vez de oito anos como é hoje.
“Eu gosto da ideia de cinco anos (para o Executivo). Talvez oito seja muito. Acho que cinco é o equilíbrio para o governante poder implantar um projeto de desenvolvimento da sua cidade, Estado ou País”, disse Ratinho Júnior, que ressalvou não conhecer a proposta em discussão no Senado.
Apesar de classificar a discussão como “positiva”, Eduardo Leite afirmou que os modelos eleitorais têm prós e contras e citou outras medidas que aperfeiçoariam o sistema brasileiro na visão dele, como a volta do financiamento privado de campanha e a diminuição do número de partidos.
O governador gaúcho afirmou que as eleições a cada dois anos prejudicam a capacidade administrativa dos governos estaduais e prefeituras por causa das restrições impostas pela legislação para impedir que a máquina pública seja utilizada para favorecer candidatos que tentam se reeleger. “A gente tem dificuldade de criar programas e repassar recursos no ano eleitoral da eleição municipal. Existem restrições para firmar convênios”, disse.
O Sul