A Polícia Civil gaúcha divulgou, sexta-feira (01/03), o Mapa dos Feminicídios referente ao ano de 2023. O documento mostra os números envolvendo crimes desse tipo no RS.
Ao longo do ano passado, foram 87 casos registrados em 62 municípios. Em comparação a 2022, houve diminuição de 21,1%.
Na comparação dos meses de novembro e dezembro, de 2022 e 2023, houve queda de 50,9% nas tentativas de feminicídio. Os crimes consumados diminuíram 27,7%.
O ano também fechou com 78,2% dos inquéritos policiais em andamento, que apuram crimes no âmbito da violência doméstica, remetidos ao Judiciário.
Maioria das vítimas não tinha medida protetiva
A pesquisa mostra que 75% dos feminicídios ocorreram dentro da casa das vítimas. Em aproximadamente 86% dos casos, o autor dos crimes foi o ex-companheiro, ou atual.
Em 82% dos registros, a vítima não havia pedido medida protetiva. Já em 57,5% das vezes, não havia registro de ocorrência contra os agressores.
No mesmo período, 72,4% dos autores dos crimes foram presos e 9,2% cometeram suicídio.
Agressores tinham antecedentes
Ainda sobre os agressores, 78,1% já tinham registros criminais, sendo que desses, 44,8% respondiam por violência doméstica.
Os dados também mostram que 65,5% das vítimas tinha entre 18 e 39 anos. As duas vítimas mais velhas tinham 80 anos e a mais jovem, 16.
Entre as mulheres mortas, 64 eram mães, sendo que 32 tinham filhos com os feminicidas.
Serra foi região com mais casos
A cidade gaúcha que mais registrou feminicídios foi Caxias do Sul, com seis casos, seguida por Pelotas, com quatro.
Porto Alegre, Erechim e Vacaria registraram três casos cada. Dois crimes do tipo ocorreram em cidades como São Gabriel, Alegrete, Rio Grande, Garibaldi, Cachoeirinha, Torres, Santa Rosa, Bagé, Encruzilhada do Sul, entre outras.
A região que mais contabilizou feminicídios, com 14 registros, foi a Serra, seguida pela região Metropolitana, com nove.
Oito casos foram registradas em ambas as regiões Sul e Nordeste. Seis mortes ocorreram no Vale do Sinos e outras seis na Fronteira Oeste.
Os dados são oriundos do Observatório de Violência Doméstica da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), compilados e analisados pela Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam) do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV).