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Fatos em Foco 27.11.2014

                                                                                   Alaides Garcia dos Santos

 

Escolinha de futebol

Objetivando oportunizar crianças e adolescentes, muitos deles vindos de famílias carentes, a terem perspectivas de futuro, quem sabe até de se tornarem atletas profissionais, há 14 anos o desportista João Batista dos Santos, popularmente conhecido como “Cabo João”, ex-atleta profissional, fundou e mantém ativo o “Centro Esportivo Santo Augusto”, cuja entidade já projetou vários profissionais que hoje atuam no estado, país e também no exterior. Mas, como bem diz o Cabo João, ser atleta profissional é, obviamente, o desejo de cada aluno seu, mas esse é apenas um dos objetivos, pois o principal mesmo é a socialização das crianças e adolescentes envolvidos, que através de teorias e práticas esportivas descobrem o prazer do jogo e das brincadeiras, conhecendo direitos e deveres, de serem educadas pelo esporte. Assim, mesmo que não cheguem a ser profissionais de futebol, serão sabedores de seu papel na sociedade, de homens responsáveis, cumpridores de suas obrigações, enfatiza o professor.

 

Papel social

Além de incentivar jovens e crianças, as escolinhas cumprem um importante papel social, oportunizando que esses menores tenham acesso ao esporte e ao lazer, além de descobrir os verdadeiros talentos. As crianças que poderiam estar na rua, têm a oportunidade de praticar atividades esportivas, onde, mesmo sendo o Centro Esportivo Santo Augusto, escolinha de caráter particular, boa parcela de seus alunos, cerca de 15%, participam gratuitamente, uma vez que seus pais não têm condições de pagar as mensalidades. O futebol tem se mostrado um fenômeno de grande relevância sociocultural, amplamente vivenciado no cotidiano do brasileiro. Seja ditado pela competição racionalizada, seja impregnado pelo sentimento lúdico, seja utilizado pelo Estado ou atuando na coesão social, podemos dizer que o futebol desempenha um papel central na nossa cultura. Nesse sentido, as escolinhas de futebol ganham relevância social e espessura cultural a partir do seu impacto no cotidiano das pessoas envolvidas.

 

Formando profissionais

Extrapolando o papel social sustentado na base, o Centro Esportivo Santo Augusto, por onde já passaram 1.800 alunos, em 14 anos de atividade já colocou no mercado do futebol profissional inúmeros atletas como: Felipe Mattioni (Espanyol da Espanha), Rangel Pess (Maringá/Pr – futsal), Jeferson “Esquerdinha” (Três Febreiro/Paraguai), João Carlos (1ª divisão do União Frederiquense), Cleberson Camargo (São Luiz de Ijuí), Jean Novach (SER Panambi), João Felipe (Lajeadense), Cristiano Rossi (São Luiz de Ijuí), Renato da Silveira (Luverdense – Lucas do Rio Verde/MT), Ricardo de Lima (São José/POA), Ricardo Thalheimer (Palmeirense), Jardel da Cruz (SER Santo Ângelo), Cristian Batista (Encantado), Marcos Vinícius (Esportivo de Bento), mais cerca de 10 atletas que estão no mercado, embora a tenra idade, participando de eventos em importantes clubes e com boas perspectivas de futuro.

 

Dificuldades enfrentadas

Como entidade privada, a escolinha do Cabo João (Centro Esportivo Santo Augusto) custeia as despesas diversas (bolas, coletes, cones, instrutor – professor -, manutenção do campo, transporte, acompanhamento aos atletas, e tantas outras), com os módicos valores arrecadados mensalmente dos pais dos alunos e de doações esporádicas feitas por alguns poucos colaboradores. Apesar dos parcos recursos e das dificuldades financeiras enfrentadas, o Cabo João garante gratuitamente a instrução e até material para cerca de 15% dos alunos matriculados, haja vista serem meninos que demonstram aptidão pelo esporte e seus pais, de condições extremamente pobres, não têm condições financeiras para pagar as mensalidades.

 

E o Poder Público?

Pois é. Nesse sentido o Centro Esportivo Santo Augusto, segundo informado à coluna por seu diretor Cabo João, estará formalizando nos próximos dias “pedido ao senhor prefeito” na busca da viabilidade de destinação mensal de algum valor financeiro dos cofres do município para auxiliar no custeio das despesas, principalmente no transporte e também que permita o acompanhamento a atletas em fase de testes rumo a clubes profissionais. Entenda-se que não se trata de auxilio à pessoa do “Cabo João”, mas sim, reconhecer e valorizar o papel social que a escolinha representa, caracterizando-se como questão de interesse público. Portanto, motivos mais do que suficientes para despertar a sensibilidade, o espírito público, sociocultural, esportivo do prefeito, com o indispensável apoio dos vereadores, para destinar recursos à escolinha.  

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