Alaides Garcia dos Santos
Doa a quem doer
A presidente e candidata Dilma Rousseff até parece estar brincando com a inteligência dos brasileiros quando, repetidamente, diz que combate a corrupção e a impunidade, “doa a quem doer”. Ora, um governo enlameado na corrupção, conivente com os desvios de dinheiro público, acobertando e defendendo com unhas e dentes os corruptos, “não tem moral” nem para fazer essas afirmações e muito menos para por em prática o combate à corrupção. Ela é tão afinada com estes atos, que num debate televisivo promovido pela Rede Globo, em resposta ao questionamento da então candidata Luciana Genro, Dilma assim justificou-se: “há corruptos em todos os lugares, ninguém está acima da corrupção, todo mundo pode cometer corrupção”. Pode?
São fatos
Há quase doze anos no poder, o PT sempre verbalizou irregularidades do governo Fernando Henrique Cardoso. Porém, neste tempo todo, nunca propôs uma ação contra FHC e os governos anteriores. Se tinha razão para propor, e não o fez, prevaricou em desfavor do povo brasileiro. Era obrigação ir à Justiça. A ferocidade do PT, que transforma opositores em inimigos, nunca deixaria de agir assim. Não é do seu feitio. Aí, sem ter o que provar, prefere a mentira, falsificações e ameaças. Típicas de protoditadores que se julgam poderosos. Há muitos anos o PT dá abrigo a reconhecidos corruptos. Quem, um dia, mesmo distante, poderia imaginar que o PT se renderia a Maluf? Quando os petistas históricos admitiriam que o partido fosse aliado fiel (e defensor) de Collor e Sarney? Não são acusações. São fatos!
Corruptos, os heróis…
Quem poderia imaginar, no nascimento do PT, que os principais líderes do partido seriam um dia condenados e presos por corrupção? E a saída empregada por eles foi entoar hinos enaltecendo bandidos como sendo heróis do povo brasileiro. Agora, em plena campanha presidencial indicando que seu projeto de poder está prestes a acabar, Dilma propõe novas regras de combate à corrupção. Teve 12 anos para tomar atitudes impeditivas sobre esses malfeitos. Mas fez o contrário, protegeu a corrupção. E agora resolve propor o que já existe. Não há necessidade de novas leis. Chega de leis. Que haja punição. Decência. Menos corrupção. Maior participação justa e limpa das forças produtivas que não se vendem às aberrações lulopetistas.
Agora é tarde
Empresas existem para gerar renda, emprego e crescimento. Mas são danosas quando usam de atalhos para conseguir lucros. Seja pagando 10 bilhões (inacreditável!) para uma corja de bandidos na Petrobras ou financiando viagens internacionais de um ex-presidente que não se dá ao respeito, em jatinhos intercontinentais. Agora é tarde. A gerenta passou de espectadora dos espetáculos dantescos ao centro do palco. Não se conhece caso, no mundo, de raposas ditando leis que protejam o galinheiro. Não faz sentido. Em nome do Estado Democrático de Direito, o povo pede menos leis. Basta as que temos. O que é preciso é menos bandidos. E que nunca mais sejam chamados de heróis, em uma intensa ofensa aos brasileiros decentes. Prometer combate à corrupção não é virtude. É obrigação! A ironia é que quem promete, patrocina ou consente a corrupção. Não precisamos de mais leis. Precisamos é de mais decência!
Leitores atentos
Com referência ao tópico “O PDT precisa ser menos PT”, inserido na coluna edição da semana passada, fui lembrado por alguns leitores que “infidelidade” partidária e “falta de coerência” de parte do eleitorado santoaugustense não é privilégio só do PDT, pois na eleição para prefeito em 2012, aproximadamente dois mil eleitores de partidos ligados à coligação Aliança por Santo Augusto (PP/PSDB/PSB/PPS/DEM/PTB) votaram no candidato da chapa contrária, desaprovando o seu próprio candidato a prefeito. Bem lembrado. Definitivamente, parte do eleitorado não vota mais pelo partido.