Alaides Garcia dos Santos
Região politizada
A nossa Região Celeiro do Rio Grande, apesar do menosprezo e descaso que vem sofrendo nos últimos anos por parte dos sucessivos governos estaduais, tem do que se orgulhar. Além da pujança de sua gente, a região pode se considerar um exemplo de povo politizado. Há décadas sempre contou com representatividade na Assembleia Legislativa gaúcha e na Câmara Federal. Atualmente conta com quatro deputados, sendo três estaduais (Zilá, Classmann e Ernani) e um federal (Jerônimo Goergen). E não para por aí, agora se evidencia mais ainda como região politizada e politicamente participativa, uma vez que conta com nove candidatos a deputado estadual e dois federais, pois além do deputado federal Jerônimo Goergen, candidato à reeleição, tem também Pompeo de Mattos que, embora não tenha mais o domicílio eleitoral aqui, é naturalmente considerado como um representante da Região Celeiro.
Falta contundência
Tendo o deputado estadual a incumbência de representar o povo na esfera estadual, onde, além da função de legislar, propor, emendas, alterar e revogar leis estaduais, entre outras, tem o “poder/dever” de requisitar informações e convocar Secretários de Estado, dirigentes, diretores e Superintendentes de órgãos da administração pública para prestar, pessoalmente, informações sobre assuntos de suas competências e obrigações, “por que, com essa baita representatividade política que temos, a nossa região perece com a falta e/ou má conservação de rodovias, a telefonia (internet) é o caos, educação, saúde, efetivo policial, políticas públicas para menores, assistência e acolhimento de mulheres vítimas de violência, infraestrutura, enfim”? Por todos os efeitos são os deputados à voz do povo, que deveriam estar azucrinando os ouvidos do governo, sem trégua, até que as soluções dos problemas fossem concretizadas. Ou não? Vejo que o que está faltando é contundência nas reivindicações.
Renovar ou manter?
No âmbito estadual a região apresentou nove candidatos, entre eles os três deputados atuais. Sabe-se que nem todos serão eleitos, mas oportuniza que o eleitor tenha opções e faça a melhor escolha e até renovação. Quanto aos candidatos que buscam a reeleição, o eleitor os conhece, sabe quem atua e como atua; com relação aos demais candidatos, são todos estreantes, e cada um com sua história se apresenta ao eleitor. Se a opção for por mudança, bons nomes, com bagagem política e serviços prestados à população constam da nominata. Já para deputado federal, não tenho dúvidas de que os candidatos Jerônimo Goergen e Pompeo de Mattos figuram entre os melhores nomes para compor a bancada gaúcha na Câmara Federal.
Em zona de conforto
É impressionante a “zona de conforto” na qual se encontra a administração municipal de Santo Augusto. A bancada de oposição na Câmara de Vereadores é oposição só de direito, porque de fato não se opõe a nada. Aliás, já ouvi de algum deles quando questionado por que não cumpre seu papel de oposição: ah, nós não gostamos de truculência, retaliação. Confesso que não entendi. Afinal, o que tem a ver “fazer oposição ao governo”, com atitude de truculência e retaliação? Mas de qualquer sorte a “zona de conforto”, apesar de sedutora, pode ser desastrosa. Eis a frase do político irlandês Edmundo Burke: “Quanto maior é o poder, mais perigoso é o abuso”.
Fogo amigo
Ante a ausência de oposição/fiscalização ao governo santoaugustense, surgiu o fogo amigo, via rede social, onde correligionários, porém com lucidez, desceram o cacete na administração municipal. Eis alguns dos dizeres: É nojento, errado, desonesto,… Este relaxamento extremo na execução de obras, estradas mal feitas, asfalto de péssima qualidade; carros e máquinas a serviço de particulares, e por aí vai. Eita eles…