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Fatos em Foco 06.03.2015

                                                                                                       Alaides Garcia dos Santos

 

Incomodados, por quê?

O desprezo pela liberdade de imprensa e de expressão cresce nos políticos de conduta e interesses duvidosos. A mídia os incomoda por estar de olho e publicar barbaridades perpetradas em suas ações ou omissões, incluindo-se aí a incompetência, eventuais atos de improbidades, uso indevido de dinheiro e bens públicos, influência para fins escusos, descaso para com a gestão da coisa pública, negligência na fiscalização, falta de comprometimento, enfim. E a imprensa “livre” é pedra no sapato desses maus políticos e gestores. Por isso eles fazem coro criticando a imprensa. Mas, é nosso dever defender a liberdade de imprensa e de expressão de toda tentativa de repressão autoritária, e de todas as agressões explícitas ou dissimuladas. E continuaremos, “sim”, dentro dos limites que nos são impostos, a divulgar falcatruas e/ou deslizes. É como dizia o radialista Aldo Rodrigues: “Se não quer que noticie, não deixe acontecer”.

 

Julgam-se indispensáveis

Do ponto de vista político, a pessoa que está no poder cria a sensação e consciência pessoal de que ele é um ser indispensável. Nesse sentido, Robert Michels sustenta: “A consciência do poder provoca sempre, naquele que o detém, a vaidade de se julgar um grande homem. O desejo de dominar, para o bem ou para o mal, está adormecido no fundo de toda alma humana. Trata-se de um ensinamento elementar da psicologia. A consciência de seu valor pessoal e da necessidade que têm os homens de serem guiados e dirigidos estimula nele o sentimento de superioridade e de convicção de que é indispensável. Quem quer que tenha conseguido alcançar o poder procurará, regra geral, consolidá-lo e ampliá-lo, multiplicar as defesas em torno de sua posição, a fim de torná-la inatacável e de subtraí-la ao controle da massa”. Mas bah!

 

Dia da Mulher

Na passagem do Dia Internacional da Mulher, neste domingo, 8, parabenizo a todas, indistintamente e, permito-me relatar um fato que efetivamente ocorre no dia a dia quando se trata de violência contra a mulher: O sujeito batia com a cabeça numa parede de forma rítmica e sistemática. Uma senhora idosa, do tempo em que as pessoas se importavam com os outros, passou e interpelou o rapaz: ‘Meu filho por que você está fazendo isso? Não dói?’ “Dói sim senhora, mas quando eu paro é tão bom…”. Essa fábula ilustra bem o que se passa com muitas mulheres maltratadas pelos ‘parceiros’, vítimas sistemáticas de perversos e covardes. As mentes mais racionais, diante de depoimentos de mulheres que sofrem ou sofreram maus-tratos ficam entre a incredulidade e a revolta – com as vítimas – por não terem tido o mínimo de instinto de sobrevivência (do tipo: “vergonha na cara”), e pulado fora da relação. Essa é uma “realidade” de difícil compreensão, mas uma série de circunstâncias mórbidas contribui para que a análise e o julgamento não possam ser tão simplistas.

 

R$ 1,5 milhão pelo ralo

Sabe o que significa, “um milhão e meio de reais” que a duras penas estava na mão e deixaram escapar? Foi pelo ralo e nunca mais será recuperado. As melhorias ao sistema viário urbano de Santo Augusto foram para o brejo. Para o prefeito, esse valor parece que não significa nada, não se manifesta, não se explica aos munícipes. Mas que foi uma barbeiragem de gestão, isso foi. É fato para ficar na história do município.

 

Culpando a polícia

Mais um homicídio doloso foi praticado pelo mesmo menor, 15 anos, que há um ano e dois meses já havia abatido a tiros um homem na via pública, em Santo Augusto. A indignação pública tomou conta, com críticas voltadas à polícia como que se fosse ela a culpada pela conduta do menor ou por estar ele livre cometendo mais crimes. Curioso é que ninguém fala das reais circunstâncias que levam um menino a tal conduta, como desestruturação familiar, ausência de políticas públicas para crianças e adolescentes, a eliminação dos fatores de risco. A administração e a sociedade parecem “caolhas”.  

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