Descaso com a região
Durante a mobilização da comunidade de Sede Nova, realizada na manhã de sexta-feira da semana passada (28/03), concentrando centenas de pessoas, máquinas e caminhões junto ao trevo de entroncamento da ERS-210 com a BR-468, reivindicando o asfaltamento do trecho entre a BR-468 e a sede do município, houve discursos de autoridades e representantes de entidades. Na ocasião o prefeito de Campo Novo, professor Antônio Sartori (PSB), em seu discurso afirmou que “o descaso dos governantes com a região Celeiro é histórico, e que sem a pressão da comunidade não alcançaremos nossos objetivos”. Então reflitamos. Há décadas, a região celeiro sempre teve representação na Assembleia Legislativa e também na Câmara Federal. Hoje são três deputados estaduais e um federal. E aí, cadê eles? Não agem e nem reagem contra esse descaso do governo? Ou não são ouvidos? Ou, o povo que se dane?
Haja espaço para todos
Na eleição deste ano a tendência é de que a região celeiro aumente seu número de candidatos a deputados estaduais e federais. Ao todo, a região poderá contar com dez candidatos. Para deputado estadual: pelo PP: Ernani Polo (reeleição): PTB: Aloisio Classmann (reeleição); PSDB: Zilá Breinenbach (reeleição); PMDB: Paulo Opus Dei e Cleri Camilotti; PSB: Benno Ritter e/ou Carolina Langner; DEM: Edison Osvaldo Arnt. Para deputado federal, pelo PP: Jerônimo Goergen (reeleição); PDT: Darci Pompeo de Mattos. Como se vê, são oito pré-candidatos a deputado estadual e dois a deputado federal. Seria excelente que todos se elegessem. Mas isso é impossível. São cerca de apenas 120 mil eleitores na região. O excesso de candidatos, de partidos diversos, vai dificultar para todos. Vão ter que garimpar milhares de votos em outras regiões. Mas, apesar das dificuldades, deverão se eleger os dois federais e dois ou três estaduais.
Quase sem oposição
O prefeito de Santo Augusto, pelo menos por enquanto, não pode se queixar da sorte. Ele é o legítimo sortudo. Por quê? Porque não tem oposição, numa administração que deixa muito a desejar, tanto na gestão pública, como por não cumprir com as promessas de campanha. Administrações passadas, praticamente todas elas, foram fiscalizadas e cobradas o tempo todo, e o prefeito, por eventuais deslizes no âmbito do Poder Executivo, virava saco de pancada dos vereadores de oposição e até por membros da bancada governista que entendiam com lucidez ser sua função apontar os erros do prefeito. Já o atual prefeito, apesar das peripécias de seu governo, não enfrenta oposição alguma, exceção a uma vereadora da bancada oposicionista que, embora sozinha, tenta cumprir seu papel. Mas o prefeito que não se empolgue com tanta leveza, pois a ausência de oposição pode lhe dar a falsa ideia do tudo pode, e de seus atos estarem sempre corretos, isso é perigoso, pode levar à derrocada e as coisas degringolarem. A população está chiando e pode vir pressão forte por aí.
Sinal de alerta
Geralmente, quem está no e com o poder, seja no executivo ou no legislativo, se acha o dono da situação. Aliás, quando são cobrados ou criticados por algo que deixaram de fazer ou que fizeram errado, se sentem no direito de bradar “exigindo respeito”, como se isso fosse um desrespeito. Eles ficam tão sensíveis e se achando tão poderosos a esse ponto. Para cuidar dessa soberba eles deixam para trás a sua verdadeira função, que é cuidar do povo, cumprir com o que prometeram, bem administrar o município cientes de que aquilo não é deles, mas sim do povo. Por tudo isso, aí está o “sinal de alerta”. Acompanhe a série de matérias “divulgando os bairros”, neste semanário.
Nepotismo
O nepotismo se caracteriza pelo favorecimento a parentes nas relações de emprego. Essa prática viola as garantias constitucionais de impessoalidade administrativa. Santo Augusto não está fora, há vários casos de nepotismo, contemplando parentes do prefeito, de secretários, de vereadores, inclusive do presidente da Câmara.