Repercussões negativas
Resultados de condutas, em tese, irregulares na gestão pública repercutiram na região nos últimos dias. Em São Martinho, o ex-prefeito Jeancarlo Hunhoff foi indiciado na polícia civil pela prática de crime de estelionato contra a Administração Pública, cujo Inquérito Policial, a cargo do delegado Willian Garcez, de Crissiumal, foi remetido ao Poder Judiciário no último dia 27. Em Coronel Bicaco, o ex-prefeito Roberto Zanella foi condenado pela 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, com a pena de suspensão dos direitos políticos por três anos e multa de três vezes o valor da última remuneração mensal como prefeito, por ter deixado, de forma reiterada e injustificada, de atender pedido de informações sobre dados relevantes da administração municipal. Em Chiapetta, a primeira dama, que na condição de Secretária da Assistência Social, coordenava o processo seletivo de futuros conselheiros tutelares, suspeita de práticas de irregularidades no trâmite, foi afastada e sofreu intervenção do Ministério Público.
Dúvidas que pairam
A UTAR (Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos) de Santo Augusto, inaugurada em 30 de maio de 1997, já foi motivo de muita euforia e sucesso, cuja finalidade se cumpriu por algum tempo, onde era feita a coleta seletiva, tratamento adequado do lixo e destinação correta dos resíduos para tratamento, além de manter um programa de educação ambiental. Em janeiro de 2009, Alvorindo Polo que acabara de assumir a Prefeitura, garantiu a imediata recuperação da Usina. Ao invés disso, no decorrer dos quatro anos a situação degringolou de vez e acabou fechando. O atual governo, logo que assumiu mandou elaborar um projeto de restauração e revitalização da UTAR. Só que, já quase entrando no último ano de governo, o projeto emperra nos trâmites burocráticos e, a novidade existente é a ocupação do prédio destinado para escritório e setores administrativos da Usina, por uma família que lá está morando. Ao colunista o casal de moradores da Utar disse que cansados de esperar pela prometida casinha do programa habitacional, decidiu morar naquele local. Forte risco de mais ocupações. Portanto, pairam dúvidas sobre o futuro da Utar.
Ambulancioterapia
Assim são chamadas, ambulancioterapia, as ambulâncias que diuturnamente circulam pelas estradas gaúchas com destino a Porto Alegre e outros centros levando doentes para tratamento da saúde. Só que, em total desrespeito aos doentes, esses veículos adquiridos e mantidos com verba carimbada para a saúde pública, desvirtuam da finalidade e transportam estudantes, pessoas para tratar de negócios e até quem aproveita a carona para passear, fazer compras, visitar parentes. Isso é incrível e inaceitável. Para quem busca tratamento de saúde, as caronas significam, além do desrespeito, uma aflição a mais. O uso político das ambulâncias, adotado por prefeituras, trazem sofrimento a mais aos doentes, muitos deles idosos que, após ser atendido, tem que esperar por várias e intermináveis horas, além de ficar rodando para pegar os caroneiros. Alô vereadores, onde estão os fiscais dos atos do Executivo?
Encobrindo falhas
A proposta de redução da maioridade penal, já aprovada pela Câmara dos deputados e que deverá ser apreciada pelo Senado, é um equívoco, busca encobrir as falhas dos Poderes, das instituições, da família e da sociedade. Ela revela a falta de coragem de enfrentar o problema na sua raiz. A questão não é reduzir a maioridade penal, mas discutir o processo de execução das medidas aplicadas aos menores, que é falho, inclusive com possível e necessário aumento do tempo de internação, buscando assim a recuperação de jovens que se envolvem em crimes. Aliás, cometer ato infracional é estar em situação irregular, lógico, mas isso ocorre por causa da situação irregular do Estado, que não cumpre suas políticas sociais básicas; da família, que não tem estrutura e abandona a criança; dos pais que descumprem seus deveres; da sociedade, que não exige do Poder Público a execução de políticas públicas dirigidas ao menor.