“Na verdade, isso é uma má interpretação, quem entende de administração pública e sabe como é a questão das verbas carimbadas, está sendo maldoso quando diz isso”.
Na entrevista, primeira parte inserida neste semanário na edição da semana passada, o prefeito Naldo Wiegert, de Santo Augusto, fez explanações diversas sobre seus primeiros dois anos de mandato e também perspectivas para o corrente ano, todas pertinentes ao interesse dos munícipes. Em função do reduzido espaço disponível naquela edição, não foi possível divulgar a íntegra da entrevista, por isso, e para dar total divulgação da entrevista, nesta edição inserimos a segunda e última parte, onde o prefeito Naldo repassa importantes e necessárias informações à comunidade sobre os feitos da administração municipal.
– E os R$ 750 mil destinados pelo Ministro Marum ao hospital?
A vinda do ministro Marum a Santo Augusto não foi totalmente inócua, ele esteve na UTAR, viu as duas pontes sobre o Rio Turvo e não me deu dinheiro nenhum para execução dos projetos. Mas ele passou R$ 750 mil que prometeu na ocasião da visita, para o hospital Bom Pastor resolver seus problemas. Não é para o pagamento da folha, mas para resolver problemas do hospital Bom Pastor. “Só que mandou na conta errada”. Mandou numa conta que é para atender Atenção Básica de Saúde, e que gerou um problema sério pra nós, porque esse recurso não pode ser transferido para o hospital Bom Pastor. O resultado disso é que eu tinha um recurso de R$ 400 e poucos mil guardado para fazer melhorias na infraestrutura do município, e, o hospital com sérios problemas financeiros, então eu consegui transferir para o hospital R$ 450 mil para ele continuar aberto. E eu tenho os R$ 750 mil para a atenção básica do município que eu vou ter que achar um jeito de gastar, porque eu tinha dinheiro que chega pra atenção básica, eu não precisava desses R$ 750 mil. Então, na verdade, ele (ministro) nos mandou um dinheiro que nós vamos ter que usar, vamos melhorar muita coisa na atenção básica, mas que causou um problema sério para o município, um transtorno, porque acabamos tendo de tirar recursos que nós tínhamos para uma outra finalidade para salvar a situação do hospital.
– Há comentários que a prefeitura ficou com R$ 300 mil dos R$ 750 mil.
“Isso, inclusive, tem uma interpretação errada rolando por aí, de que o prefeito recebeu R$ 750 mil pro hospital, passou só R$ 450 mil e ficou com os outros R$ 300 mil”. “Na verdade, isso é uma má interpretação, quem entende de administração pública e sabe como é a questão das verbas carimbadas, está sendo maldoso quando diz isso”.
Para deixar claro, repito e afirmo: “Nós passamos R$ 450 mil que tínhamos para aplicar na infraestrutura do município, para que o hospital Bom Pastor continuasse tendo atendimento, e tem mais R$ 300 mil que provavelmente nós vamos repassar, se for possível, em 2020, porque agora não temos base orçamentária para fazer isso”.
Mas, é um dinheiro que veio pra nós e vamos melhorar uma série de coisas na atenção básica. Por exemplo, transporte de enfermos não é atenção básica. Atenção básica é vacinação, é evitar que o cidadão fique doente, resumindo. E nós vamos utilizar, vamos fazer projetos nesse sentido para preservar a saúde do cidadão. Mas, contabilmente, economicamente, para nós foi um transtorno esse dinheiro.
– Recursos devolvidos pela Câmara de Vereadores
Não tenhamos dúvidas, alguns compromissos ainda não cumprimos, como o caso do terreno que foi prometido já na administração anterior para o Instituto Federal Farroupilha. O município, como disse, não tem recursos. Aí vem a questão, dizem muitas pessoas que os recursos que foram devolvidos pela Câmara de Vereadores, era para adquirir dita área de terra. Inclusive alguns questionam: aonde foi parar esse dinheiro? Ora, nós temos um déficit orçamentário de alguns milhões, R$ 1,5 ou R$ 2 milhões. Então esse recurso que vem como devolução do dinheiro da Câmara, é um recurso que caiu no caixa e que serviu no exercício 2018 e vai tapar o furo orçamentário de 2019. Então, nós precisamos sim vender os tais terrenos que encaminhamos e a Câmara não aprovou, mas nós vamos reencaminhar para conseguirmos os recursos para comprar uma área para fins de instalação do que é preciso para o curso de agronomia.
– Afinal, como fica a questão da área de terra para o curso de agronomia?
Temos aqui alguns compromissos que ainda não cumprimos, como é o caso do terreno que foi prometido já na administração anterior para o Instituto Federal Farroupilha, para que ele pudesse desenvolver as atividades da faculdade de agronomia que já está em funcionamento. O município, como eu disse, não tem recursos. Então, nós precisamos sim vender os terrenos que constaram do projeto encaminhado à Câmara e que não foi aprovado, e nós vamos ter que reencaminhar para conseguirmos os recursos para comprar uma área para fins de instalação do que é preciso para o curso de agronomia. Hoje, fui surpreendido, um dos que fizeram a oferta na época em que montamos a comissão e fomos ver áreas por aí já retirou a oferta, porque, evidentemente, passou-se muito tempo. Então ela ligou e perguntou o que tinha de fazer para retirar a oferta. Isso significa uma área a menos das que foram apresentadas para a comissão pró-agronomia que nós fundamos lá em 2017, que muita gente ofereceu área, agora o pessoal está retirando, porque valorizou, de repente os terrenos nós precisamos vender já não vão ser suficientes para comprar a área.
– Projetos em Brasília
Agora em março, nós vamos levar a Brasília o projeto das pontes sobre o Rio Turvo, são duas pontes, e vamos reencaminhar o projeto de recuperação da UTAR, que também parou e estava dentro do nosso cronograma; também vamos tentar liberar os recursos que nós já pedimos há bastante tempo para termos uma creche na parte sul da cidade.
– Remoção de carros abandonados na rua
Estamos resolvendo a questão dos carros abandonados nas ruas de Santo Augusto, que é um problema sério. Já temos legislação específica para isso, e já estão sendo feitas notificações. A partir de março, quando a lei entra efetivamente em vigor, a atividade, a atitude do município de recolher os carros vai ser posta em prática. Até lá, estamos na fase de notificação.
– Restauração dos 13km da ERS-155
Tem coisas que nós nos metemos na vida dos outros, por exemplo, a recuperação da RS 155. Isso foi uma guerra, uma briga e agora eu estou indo a Porto Alegre na semana que vem pra brigar pelo restante, que me disseram que iam fazer, fizeram dois quilômetros e tiraram as máquinas. Me fizeram de bobo, porque eu fui lá, eu, o Both lá de Chiapetta, a própria AMUCELEIRO, nós fomos lá, conversamos com o governo, foi garantido que ia sair a obra e pronto, parou. Muito bem, nós vamos continuar brigando. Essa é a função do administrador público. Não é obra nossa, não somos nós que temos que fazer aquilo ali. Agora, cabe a nós sim cobrar para que ela aconteça.