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Entidades encaminham pedido de investigação sobre ingresso de leite e derivados do Uruguai no RS

Ofício elaborado pela Secretaria da Agricultura e assinado por Farsul e Fetag será enviado ao Ministério da Indústria e Comércio

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação está encaminhando ofício ao Departamento de Defesa Comercial (DECOM) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em que é solicitada a abertura de uma investigação sobre uma provável prática ilegal de comércio de produtos derivados do leite oriundos do Uruguai.

Levantamentos realizados com dados oficiais de produção, consumo interno e exportação para o Brasil de leite e derivados, apontam para um déficit de mais de 52 milhões de litros no Uruguai, em relação ao montante oficialmente revelado da totalidade da  produção realizada no país vizinho, que é de 1.775.024.809 litros (dados de 2016/Banco Mundial).

De acordo com o ofício, este seria o indício de que estaria ocorrendo uma “triangulação”, ou seja, o leite exportado não seria produzido pelo Uruguai, mas por um terceiro país. O documento, assinado nesta quarta-feira (4) em reunião com o secretário Ernani Polo e representantes da Farsul e da Fetag será encaminhado ao Ministério nos próximos dias.

“A iniciativa que tivemos de elaborar este documento e buscar a assinatura das federações que representam os produtores tem como objetivo encaminhar uma realidade que hoje é muito presente e que tem provocado dificuldades na produção de leite gaúcha e brasileira, tendo em vista uma desigualdade verificada no ingresso de importados. Estamos pedindo essa abertura de investigação como uma forma de criar uma proteção à cadeia produtora de leite do Rio Grande do Sul”, disse o secretário Ernani Polo.

“Isso vem se refletir no nosso mercado porque o maior volume de exportações do Uruguai é para o Brasil, especialmente via Rio Grande do Sul”, comenta o presidente da Comissão do Leite da Farsul, Jorge Rodrigues.

O vice-presidente da Fetag, Nestor Bonfanti, acredita que esta ação vai favorecer a política leiteira do Rio Grande do Sul e dar suporte para a retomada de crescimento deste setor. “O Estado vem perdendo muitos produtores de leite, 22% deles deixaram de produzir nos últimos dois anos e esta ação pode auxiliá-los ”, ressalta.

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