Algum leitor pode estar pensando o “por quê” de estarmos batendo insistentemente na tecla da corrupção eleitoral. É que no Brasil, principalmente nos municípios menores, espalhou-se a cultura da compra e venda de votos, principalmente em eleições municipais, onde candidatos e/ou seus cabos eleitorais oferecem cestas básicas (o popular rancho), conta da água, da luz, próteses dentárias, remédios, combustível, conserto de veículos, e até dinheiro em espécie, entre tantos outros tipos de ofertas em troca do voto. E tem infinitos eleitores que aceitam e, por vezes, acabam decidindo uma eleição, em favor dos corruptos.
Admita-se que não só o candidato toma a iniciativa da negociata. Tem eleitores que procuram o candidato ou seu representante (cabo eleitoral) e oferecem seu voto à venda impondo a exigência: só voto se me pagar. E pior, tem eleitores que negociam seu voto com vários candidatos numa mesma eleição. É um esperto (corrupto) enganando ao outro da mesma laia.
Está tudo errado. O eleitor deve votar com consciência, procurar conhecer o candidato, seu histórico, analisar as propostas apresentadas. O eleitor consciente sabe que entre os candidatos há aqueles que não fazem por merecer seu voto, mas também sabe que ser cidadão implica participar ativamente, repensando atitudes e, se necessário, alternando pessoas e partidos no poder.
Votar é um meio de participar, influir e assumir responsabilidades na vida política do município, Estado e União. Não basta votar por votar. É preciso votar com liberdade e consciência. Deve-se votar sabendo em quem se está votando e seguro de que o candidato é realmente o melhor para o progresso da cidade e o bem-estar da população. Convém ficar atento, ler e ouvir as informações, discutir o assunto com amigos e conhecidos, comparar os discursos dos candidatos, pensar no que eles dizem e no que dizem deles. Procurar saber o máximo possível a respeito dos candidatos. Deve-se usar a memória também. É importante lembrar como eles agiram quando estavam no poder. Foram competentes? Foram honestos e não compactuaram com os desonestos?