Por Redação O Sul
Elas estão em um depósito de Porto Alegre, que está inacessível devido a alagamentos. Foto: Divulgação/TSE
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, afirmou que 15 mil, de um total de 27 mil urnas eletrônicas mobilizadas no Estado neste ano de eleições podem ter sido danificadas pelas chuvas que vêm devastando a região desde o início do mês.
Kubiak ainda apontou que é preciso elencar os estragos causados pelas enchentes no Estado, as quais devem ter reflexo na organização das eleições municipais de outubro.
“A questão é a que nós precisamos, primeiro, contabilizar esses prejuízos. Tem uma situação que são as seções eleitorais, os locais onde o eleitor costuma comparecer para votar: pode acontecer que muitos desses locais nem existam mais por força da tragédia climática”, disse a desembargadora em entrevista ao canal CNN Brasil.
As urnas estão em um depósito de Porto Alegre, que está inacessível devido a alagamentos. Nem mesmo o monitoramento remoto do local, por vídeo, é possível, já que não há energia elétrica no galpão, relatou a presidente.
No interior e em cidades da Grande Porto Alegre, 500 urnas eletrônicas em quatro zonas eleitorais já são dadas como perdidas, após alagamentos nos locais – em alguns, pela segunda vez só neste ano; agora, de forma mais avassaladora.
“A enxurrada foi de uma proporção muito maior e conseguiu atingir até locais e espaços onde jamais havia chegado”, disse Kubiak. Nem mesmo o trabalho de servidores para alocar as máquinas em lugares mais altos, “supostamente inacessível às águas”, adiantou.
Há lideranças partidárias defendendo que se adie as eleições. Segundo a desembargadora, o tema tem sido levantado nos últimos dias, mas quem define a data das eleições é o Congresso Nacional.
“A Lei das Eleições estabelece que elas se realizarão no primeiro domingo de outubro, o primeiro turno, e no último domingo de outubro, o segundo turno. E também a Constituição Federal define que as eleições municipais serão realizadas simultaneamente em todo país. Então, nós temos esses entraves. Não é a Justiça Eleitoral que define a data das eleições, mas se houver uma mobilização no Congresso Nacional para que seja editada uma Emenda Constitucional que altere a data das eleições, nós vamos seguir essas diretrizes legais. Agora, por enquanto, nós trabalhamos com a data já fixada, que é a data de 6 de outubro para o primeiro turno”, finaliza.