O Rio Grande do Sul é um enclave estratégico no Mercosul, tem aeroportos e hidrovias centrais, algumas das melhores universidades e parques tecnológicos do país, lidera em patentes e goza de um setor produtivo moderno e diversificado. Mas o governador Eduardo Leite parece incapaz de gestar novas ideias para conduzir o estado ao desenvolvimento econômico e social, avalia a presidente do CPERS, Helenir Schürer.
Formas de elevar receitas
Em cinco anos no Piratini, Eduardo Leite demonstrou conhecer apenas duas formas de elevar receitas: vender estatais e aumentar impostos. A primeira sacrifica o futuro de estado, abrindo mão da soberania e de ativos lucrativos por recursos temporários. A segunda cobra do trabalhador a conta do deserto criativo por ele semeado. Ambas possuem, a médio e longo prazo, o efeito inverso do pretendido, jogando o estado em espirais recessivas. Então vem a necessidade de cortar gastos. A política da tesoura também se destaca pela falta de inventividade, recaindo ano após ano sobre o funcionalismo público, em especial os servidores que ganham menos, como o miserabilizado Magistério gaúcho, diz a presidente do Cpers.
A propósito
De caso pensado, quando questionado sobre a necessidade de reajuste ao funcionalismo, o governo já vem com a chantagem: “Só aumentando impostos ou atrasando salários”. Quanto a um plano de desenvolvimento econômico capaz de assegurar a saúde orçamentária e fiscal, o governo silencia. Sobre as renúncias fiscais e isenções sem qualquer transparência ou comprovação do retorno social e econômico, é assunto intocável.