Por Alaides Garcia dos Santos
Bairro São João
Presidente: Cristiano de Brito
O senhor Cristiano de Brito, em seu segundo mandato como presidente da Associação de Moradores do Bairro São João, recebeu a reportagem e fez um relato sobre a mais recente e atual situação geral daquela comunidade, conforme passaremos a reportar no decorrer dessa matéria.
Em sendo o bairro mais antigo da cidade de Santo Augusto, São João possui, também, uma história interessante desde a origem do povoado, quando era denominada “Vila dos Amantes”, com poucas casas e sem nenhuma infraestrutura. Para sabermos da história desde os remotos tempos do então vilarejo, conversamos com alguns dos remanescentes da época, entre eles o senhor Horácio Ferrando Dornelles que fez alguns relatos sobre o bairro a partir de 1977.
Diz que naquele ano, vindo do meio rural do município, onde fora criado, juntamente com sua ex-esposa Cissa (já falecida), embora com a resistência de sua família, pois a Vila dos Amantes era um tanto mal falada e tida como lugar perigoso, ali fixou residência. Mas aquela imagem foi passando e o lugar passou a chamar-se “Vila São João”, quando um morador mais antigo de nome Astrogildo passou a exercer uma função do tipo “Quarteirão” da Vila, que reparava pelo vilarejo e iniciou a igreja católica “Abrigo São Francisco”, embaixo de um pé de erva mate e, aos poucos foi sendo construída a capela, chegando aonde está hoje.
Três ou quatro anos depois, Astrogildo formou através de eleição entre os moradores, uma diretoria da Vila, composta de 22 membros, tendo como presidente o senhor Arlei Amaral, período em que foi alterado oficialmente de Vila, para Bairro São João. Não existia rede de água potável, nem rede de energia elétrica, nem calçamento de ruas, nem escola, enfim, não existia praticamente nada além de algumas dezenas de moradores que povoavam a vila. Água para beber e para fazer a limpeza em geral, as mulheres buscavam com baldes em uma “torneira pública” que existia bem distante, onde tinham de esperar até nove ou dez horas da noite, horário em que diminuía a demanda na cidade, e a água podia chegar até a torneira pública.
O primeiro estabelecimento comercial que o bairro teve foi da saudosa Ozorina Correa de Moura, carinhosamente conhecida como “Dona Luxa”, que era proprietária de um salão de baile e uma vendinha e bar no centro da vila. O segundo estabelecimento de comércio que existiu no bairro São João, foi a “tenda de verdura” da senhora Cissa, cujo produto exposto à venda era colhido da horta que ela mesma cultivava.
O bairro, na época, abrangia também onde hoje estão localizados os bairros Tiradentes, Santo Antônio, Cerro Azul, parte do Bairro Glória e o Bairro Petrópolis.
Só na administração do então prefeito, o saudoso “Tio Nico” (Antônio Fabrício Garcez Freire – 1983/1988), o Poder Público Municipal passou a investir no bairro, fazendo canalização de água da Corsan, rede de energia elétrica e calçamento das ruas.
Mais tarde o Bairro São João passou a ser desmembrado, formando-se os bairros antes citados. Após isso, as sucessivas diretorias do Bairro foram trabalhando e ajudando no desenvolvimento da comunidade, chegando hoje a ser destaque por ter em sua área a segunda maior escola municipal (Escola São João), a Creche Municipal Vaga-Lume com um prédio ultramoderno em funcionamento e um prédio com o mesmo padrão em fase de conclusão, além da APAE, oito templos religiosos, supermercados, posto de combustível, estádio de futebol (América Futebol Clube), dois centros de diversões públicas (Salão Tropical com história de cerca de 30 anos com tradicionais e excelentes promoções sociais) e o Galpão Crioulo do Horácio adequado nos padrões exigidos pelo Corpo de Bombeiros (com amplo, aconchegando e bem organizado ambiente para eventos sociais, com equipes distintas e uniformizadas, devidamente preparadas para cada setor, como segurança, bilheteria, recepção, churrasqueira, copa, cozinha, restaurante, lancheria, garçons, monitoramento através de câmara de vídeo interno e externo, controle sobre vestimentas inadequadas, projetor multimídia ‘data show’); e anexo uma rádio web (tvradiogalpaohoracio.com.br).
Escola Municipal São João
Creche Vaga-Lume
APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais)
Salão Tropical
Galpão Crioulo do Horácio
Sede do Bairro –A sede da Associação de Moradores, segundo o presidente Cristiano, é mantida com recursos obtidos de promoções, além da parceria que o bairro fez com o Grupo de Terceira Idade que utiliza o local para seus eventos, e com isso auxilia na manutenção e até para alguma melhoria. O local serve também para aniversários e reuniões das pessoas do bairro. O que falta é apoio da administração municipal, pois apesar de ter havido a promessa do Poder Executivo por ocasião da reunião “prosa de domingo” realizada em abril do ano passado, portanto há um ano, o prefeito não as cumpriu e com nada contribuiu até agora. Para todas as necessidades apresentadas pela comunidade e garantidas pelo prefeito que iria atendê-las, foram feitos os respectivos projetos e, pelo presidente, apresentados ao chefe do Executivo Municipal, no entanto, nada foi atendido. Entre os pedidos está a construção no mesmo terreno da sede, de uma “casa mortuária”, que beneficiaria não só o bairro São João, mas todos os demais bairros próximos. Na reunião, por sugestão do próprio prefeito, ficou acordado que ao invés da construção de uma casa mortuária, a prefeitura faria uma reforma e melhorias necessárias na sede do bairro permitindo a utilização, também, para eventuais atos fúnebres. A reforma geral da quadra de esportes anexa ao prédio da sede, construída na administração do senhor Alvorindo, foi outra reivindicação da associação do bairro, dado a importância que tem para que crianças e adolescentes pratiquem esporte. As crianças da creche também usavam a quadra, mas agora devido às más condições, elas pararam de utilizar aquele espaço. Outras reivindicações foram a colocação de lixeiras nas esquinas, placas de sinalização e indicativas nas ruas, uma pracinha no terreno da sede para as crianças brincarem. Todos esses pedidos receberam o sim do prefeito como garantia de atendimento, e formalizado através de documentos pelo presidente, porém, nenhum deles foi atendido. O presidente enfatiza que a sede, inclusive, vai ser ou está sendo utilizada pela Secretaria de Assistência Social para realização de cursos; é utilizada para reuniões e encontros da Igreja Adventista. Dentre tantas utilidades que a sede tem, deveria oferecer mais e melhores condições de uso, mas sem o auxilio público é impossível, diz o presidente.
Sede do Bairro e quadra de esportes
Diretoria do Bairro –Cristiano elogia seus companheiros de diretoria, pois todos estão sempre prontos para trabalhar em prol do bairro, assim como a própria comunidade colabora bastante e é participativa. Porém, em contrapartida, eles são muito exigentes e cobram ações da diretoria.
Calçamento –há ruas sem calçamento, como as do novo núcleo habitacional, e a Senhor dos Passos, esta, uma velha demanda que, apesar da promessa de campanha, nem projeto para o calçamento ela tem. Os buracos nas ruas, provenientes das valas e retirada das pedras do calçamento feitas pela Corsan para reparo da tubulação, é outro problema que os moradores enfrentam. Por outro lado há alguns avanços como o asfaltamento da Avenida Central em boa parte de sua extensão, e quase a totalidade das ruas já calçadas.
Iluminação pública –A iluminação pública está deficiente, tem várias ruas ou parte delas sem iluminação, algumas com lâmpadas queimadas há mais de seis meses, entre elas a Rua Cristóvão Colombo, a Senhor dos Passos, a José Guticoski, entre outras.
Habitação –apesar de terem sido construídos núcleos habitacionais, ainda há problemas de habitação no bairro, inclusive tem vários moradores que por orientação do Poder Público desmancharam suas casinhas para que uma nova casa fosse construída no terreno, mas até agora nem foram iniciadas, estando aqueles moradores pagando aluguel enquanto esperam. Além disso, um projeto para reforma de casas para pessoas carentes do bairro espera pela execução.
Saúde – no bairro tem duas agentes de saúde que atendem a população. O presidente ressalta a necessidade de atendimento aos hipertensos junto à sede do bairro, evitando o deslocamento de pessoas, muitas vezes sem condições, até o posto de saúde.
Educação –quanto ao setor da educação o bairro está bem, pois ali está a segunda maior escola municipal, a Escola São João.
Ruas –existe a necessidade da construção de passeio público na Rua José Guticoski, pois é nessa rua que estão a escola municipal São João, a Creche e a APEA, portanto o trânsito de pedestres (crianças, pais e professores) é grande, e têm que disputar com os carros o leito da rua, com risco de atropelamento, além do incômodo com a água jogada pelos pneus dos carros nos dias de chuva.
Boca de lobo com riscos à população
O presidente clama por providências do Poder Público o quanto antes, do calçamento da Rua Senhor dos Passos, além de providenciar a canalização na parte baixa na rua Izaías de Souza com a Ruas Senhor dos Passos, onde acumula água parada com proliferação de mosquitos; outros problemas são as bocas de lobo trancadas e com as tampas parcialmente abertas e danificadas na Rua Cristóvão Colombo, esquinas com a Avenida do Comércio e com a Rua Izaías de Souza, onde, além do incômodo a moradores com a invasão da água que transborda e invade as casas, existe o risco de transeuntes, principalmente crianças e idosos caírem dentro daqueles profundos buracos e até perderem a vida.
Templos religiosos –a religiosidade é bastante praticada pelos moradores do bairro, pois nele existem vários templos religiosos como a igreja católica São Francisco, as evangélicas Santa Vó Rosa, Apostólica Cristo Vive, Apostólica O Brasil para Cristo, Assembleia dos Apóstolos, a Congregação Cristã, Adventista (esta faz seus encontros e pratica seus cultos na sede do bairro).
Igreja Pentecostal “O Brasil para Cristo”
Igreja Pentecostal Cristo Vive
Assistência Social –tem várias pessoas idosas e doentes desassistidas pela Assistência Social. Para remediar as necessidades, a diretoria do bairro promove rifas, inclusive no momento há duas em andamento, para aquisição de alimentos, remédios, artigos de higiene pessoal, fraldas e outros. Há também alguns que precisam cadeira de roda, e para isso a diretoria já está planejando pedido de auxilio no comércio para adquiri-las.
Segurança Pública –o bairro dá para se dizer que vive pacificamente, em harmonia entre seus moradores, e quanto a ação e atuação da Brigada Militar, tem sido satisfatória, havendo patrulhamento até duas vezes durante o dia, porém os moradores gostariam que a Brigada percorresse o bairro também à noite e na madrugada. Quanto aos estabelecimentos de diversões públicas, no casso o Salão Tropical e o Galpão do Horácio que promovem eventos sociais como bailes e outros, o presidente Cristiano diz que não causa perturbação ao sossego dos moradores, isso porque seus proprietários obedecem aos horários e regras previstas em lei, não deixando margem a reclamações. E quanto aos bares, o presidente disse que buscou o diálogo com seus proprietários e onde tinha algum problema de perturbação já não existem mais.
Vereadores –o presidente reclama que os vereadores são ausentes do bairro, não auxiliam no encaminhamento de pedidos de solução dos problemas existentes, pois como representantes da população deveriam de se fazer presentes e inteirar-se dos problemas e representar seus eleitores junto ao Poder Executivo. Mas isso não está acontecendo, aliás, a única presença no bairro, dos atuais vereadores, foi da vereadora Tânia que na páscoa levou alguns doces para as crianças.
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