Era inevitável a queda de Dunga, agora confirmada pela CBF, depois de dois fiascos em duas edições de Copa América e o sexto lugar nas Eliminatórias, portanto fora da zona de classificação para a Rússia-2018. Sua saída é o primeiro acerto da CBF em anos.
Não foi imediatismo. O agora ex-técnico da Seleção Brasileira não conseguiu montar um time capaz de se impor nem no continente sul-americano em dois anos de trabalho, mesmo dispondo de jogadores idolatrados nos maiores clubes do mundo.
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Não foi só culpa dele, é claro. Aliás, o erro maior se deu na origem, pela cartolagem denunciada por corrupção da CBF, que pensou apenas em trocar um treinador por outro, Felipão por Dunga, sem pensar em um projeto no longo prazo, apostando em um outro perfil.
Passados dois anos, voltamos à estaca zero.
Dunga estava em casa, tranquilamente, quando foi convidado para uma segunda chance. Fez o que estava ao seu alcance, dentro das suas possibilidades. Certamente seguirá sua carreira em clube ou até outra seleção, já que tem prestígio internacional.
Agora é vida que segue.
O substituto ideal é Tite, por um motivo simples: ele é o melhor técnico do país.
A Seleção é o lugar dos melhores. Se vai dar certo ou errado são outros quinhentos. O futebol tem dezenas de variáveis. Mas Tite significaria uma nova fase na Seleção: a de um profissional com ênfase tática, estudioso, em constante aprimoramento pessoal, sem que isso signifique desprezo pelas artimanhas de vestiário, nas quais este gaúcho de Caxias do Sul é ótimo.
O que não pode é a CBF contratá-lo e não lhe dar autonomia. Tite tem de entrar com carta branca para, ao menos, resolver as urgências do time, já que as soluções para o futebol brasileiro demandam tempo e planejamento estratégico.
Isso é fundamental: deixem Tite trabalhar, sem exigências como levar Kaká para a Copa América dos EUA só porque ele joga na MLS. Ele terá de descascar os pepinos colocados em seu caminho nestes dois anos perdidos.
*ZHESPORTES