Sejamos otimistas
Mais um ano se inicia e com ele iniciamos um novo ciclo, de novas oportunidades, novos recomeços, novos planos, novos desafios, novas expectativas. Sejamos otimistas, pois depende de nós mesmos. Então vamos à batalha, colher o que plantamos anteriormente e regar futuras colheitas, com o olhar de esperança de dias cada vez melhores. Encare este novo ano como a ocasião para ser a melhor versão de si mesmo. Aliás, o grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho de sua história. Reflita sobre seus êxitos e progressos no ano que passou. Além disso, dedique um pouco de seu tempo para pensar a respeito dos contratempos e das adversidades vividas, perguntando-se: O que posso fazer para que eles não se repitam neste ano que recém começou?
Ano de escolhas e decisões
Não é mera expectativa, é fato. Este ano de 2022 será marcado por escolhas que definirão os rumos do Brasil pelos próximos quatro anos. Mais que votar em pessoas, existem dois projetos claros que a mídia, hoje engajada na proposta de trazer de volta ao país o socialismo disfarçado de democracia, tem escondido. A narrativa da oposição propondo um projeto democrático, de maior distribuição de renda, é a mesma promessa que levou os povos de Cuba, da Venezuela, da Coréia do Norte e, mais recentemente, da Argentina a uma situação de perda de liberdade e empobrecimento. A polarização será inevitável entre dois projetos decisivos para o futuro do Brasil. Mas, uma terceira via competitiva está para ser consolidada, embora o espaço seja tênue.
Terceira via
A terceira via entrou em 2022 “congestionada”. São ao menos sete pré-candidaturas alternativas às do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio (PT) que, neste momento, ainda são os protagonistas da corrida eleitoral. Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Sergio Moro (Podemos), Rodrigo Pacheco (PSD), João Doria (PSDB), Alessandro Vieira (Cidadania) e Felipe D’Ávila (Novo) colocaram seus nomes à disposição para disputar a Presidência na eleição deste ano. A tendência é que nem todos mantenham a opção de concorrer. Mas, por enquanto, são baixas as chances de uma candidatura única de terceira via para fazer frente à polarização Bolsonaro/Lula. Ciro, Doria e Moro, os três principais nomes da chamada terceira via, não parecem estar dispostos a abrir mão de concorrer à Presidência da República. Contudo, a política é dinâmica, e o cenário pode mudar nos próximos meses.
Acerto de contas
A disputa presidencial deste ano tem tudo para ser o grande acerto de contas do eleitorado com o presidente Jair Bolsonaro (PL), com o ex-presidente Lula (PT) e com a Operação Lava Jato. Devem estar na disputa pela presidência da República, o juiz-símbolo da operação, Sergio Moro (Podemos), que condenou e decretou a prisão de Lula; o presidente Jair Bolsonaro, que se beneficiou da Lava Jato para se eleger; e o ex-presidente Lula, condenado e preso pela operação. Os três, (líderes em todas as pesquisas de opinião), deverão estar nas urnas, abrindo a possibilidade para que a população possa dar, simultaneamente, seu veredito sobre o papel de cada um na Lava Jato e na política brasileira. A justiça do voto nem sempre corresponde à justiça dos tribunais, mas será interessante verificar como os valores positivos e negativos que a Lava Jato despertou na população nos últimos anos se refletirão nas urnas. E as campanhas já se preparam para isso. Apesar de as pesquisas apontarem que a economia é a preocupação maior do brasileiro em 2022, o discurso lavajatista – e o seu contrário – estarão nas falas dos três.
Voto útil
Nunca o voto útil terá tanta importância quanto na eleição presidencial deste ano, que pode decidir a votação a favor do Lula, ou do presidente Jair Bolsonaro. Ou mesmo substituir um dos dois por um candidato da terceira via (no momento o ex-juiz Sergio Moro parece o mais provável). Moro poderá encarnar esse papel. Muitos eleitores que hoje apostam em Lula, mas não são petistas, podem virar-se para Moro se ele demonstrar bom desempenho nas pesquisas de opinião. Os eleitores de centro-direita, que continuam rejeitando Lula, poderão aderir a Moro, tirando as chances de candidatos do mesmo grupo, como João Doria, ou outros menos votados. Se o apoio do União Brasil a Moro se concretizar, será um grande impulso, pois o ex-juiz terá uma condição ímpar de tempo de propaganda eleitoral e financiamento partidário.
76% apoiam a Lava Jato
Uma pesquisa Data Veritas divulgada no dia 24 de dezembro apontou que 76% dos entrevistados apoiam a operação. Embora a Lava Jato tenha praticamente se encerrado ano passado, o brasileiro ainda reconhece a importância da operação, que descortinou o maior esquema de corrupção da história do Brasil, e, quiçá, do mundo. Os números da força tarefa com atuação em Curitiba são impressionantes: foram oferecidas 179 ações penais; 174 réus foram condenados em primeira e segunda instância; foram realizados 209 acordos de colaboração premiada; e 17 acordos de leniência com as empresas. Ocorreram 79 operações policiais e 1.450 buscas e apreensões; decretadas 163 prisões temporárias; 132 prisões preventivas e 211 conduções coercitivas; 533 pessoas foram processadas pelo Ministério Público Federal; e 4,3 bilhões de reais foram devolvidos aos cofres da Petrobrás e União, e ainda há 14 bilhões de reais previstos para serem recuperados. Isso só a força tarefa de Curitiba, sem contar a do Rio de Janeiro.
Não tem como esquecer
Em relação aos criminosos investigados na Operação Lava Jato, dois ex-presidentes da República foram presos, o ex-presidente Lula e o ex-presidente Temer, sendo que o primeiro (Lula) foi condenado em três instâncias e permaneceu preso por um ano e meio, aproximadamente. Além deles, outros dois ex-presidentes foram acusados por corrupção ou formação de organização criminosa – o ex-presidente Fernando Collor de Mello e a ex-presidente Dilma Rousseff. Dois ex-chefes da Casa Civil – que é o segundo posto mais importante do Poder Executivo – foram condenados e presos por corrupção. Dois ex-presidentes da Câmara também foram detidos: Henrique Alves e Eduardo Cunha. O resultado da pesquisa demonstra que o Brasil não esqueceu dessa operação policial e MP histórica, que tentou depurar o país do grande mal que é a corrupção.
Sucessão no RS
O Rio Grande do Sul terá, pelo menos, oito candidatos ao governo este ano. Seis partidos já têm nomes definidos: Beto Albuquerque (PSB), Edegar Pretto (PT), Luis Carlos Heinze (PP), Onyx Lorenzoni (DEM), que deve concorrer pelo PL, Pedro Ruas (PSOL) e Rodrigo Maroni (PSC). O MDB e o PSDB ainda não definiram nomes. Pela sigla emedebista os nomes mais cotados são do deputado federal Alceu Moreira, e do ex-governador José Ivo Sartori. No PSDB, o nome mais provável é o do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior. Portanto, o cenário conta com duas pré-candidaturas de direita: o senador Heinze e o ministro do Trabalho, Onyx. No campo da esquerda três candidaturas: Ruas, Pretto e Beto. O PDT ainda não definiu se lançará candidatura própria ao governo do Estado. Se não lançar candidato, o PDT deverá coligar com o PSB de Beto Albuquerque.
Edegar e Onyx lideram
Uma pesquisa do Instituto Atlas, divulgada dia 26 de dezembro, mostra Edegar Pretto (PT) e Onyx Lorenzoni (DEM) liderando a disputa eleitoral pelo Palácio Piratini com 18,6% e 17,8% das intenções de voto, respectivamente. Essa diferença de 0,8% representa empate técnico, se levado em conta a margem de erro, que é de 3%. Na sequência, aparecem o senador Luis Carlos Heinze (PP) com 9,2%, Pedro Ruas (PSOL) com 8,4%, o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB) com 7,8%, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) com 4,5% e o deputado federal Alceu Moreira (MDB) com 3,5%. A pesquisa trouxe ainda outras informações importantes. A esquerda, que além de Edegar Pretto, tem as pré-candidaturas de Beto Albuquerque e Pedro Ruas, soma hoje 34,8% das intenções de voto. Guardadas as devidas proporções, a configuração do tabuleiro nesse momento, caso não ocorra uma concertação política entre as esquerdas, traz o risco do cenário de 2018 se repetir este ano. Embora os nomes de Ranolfo e Alceu Moreira apareçam mal posicionados, quem representar o governo tem boas chances de estar no 2º turno. Sem subestimar o campo bolsonarista, dividido entre Onyx Heinze.
Sejamos racionais
Lula não foi inocentado. O STF nem cogitou essa possibilidade, não julgou mérito algum, e sim julgou a competência “territorial”, e entendeu (tardiamente) que Curitiba não era o local adequado para o julgamento. Parece piada. Vale lembrar que Lula foi condenado em 1ª instância por Sergio Moro; em 2ª instância (TRF4) por três desembargadores; e no STJ por cinco ministros. Portanto, condenado nas três instâncias, por corrupção. A liberdade de Lula foi um enjambre para beneficiar a ele, e a outros corruptos apaniguados.