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CRÔNICAS CURTAS – Profecia do Brizola; Vice-prefeito denunciado; Impacto da corrupção; Ano pré-eleitoral; Conjecturas para 2024; Viaturas policiais, se comparado com as priscas eras

Profecia do Brizola

Em 2002, após proclamada a vitória de Lula à presidência da República, Leonel Brizola profetizou: “Vão se levantar contra Lula forças de direita, reacionárias e muito duras que, amanhã, podem se alinhar com o pensamento do presidente americano (na época George Bush) e não vejam outra saída senão esmagar o governo Lula”. Não foi de qualquer um o prenúncio, foi do visionário Leonel Brizola, aquele que mobilizou a população e constituiu a “Cadeia da Legalidade”. Só que a previsão do caudilho não aconteceu nos primeiros dois mandatos de Lula (2003/2010). Mas agora, em 2022, a partir do anúncio da vitória de Lula, o agouro de Brizola aflorou com força. Multidões alinhadas à direita, se mobilizaram e permanecem em manifestações públicas contra a entrega do Brasil ao comando de Lula. Sintomático, eis aí a profecia do Brizola.

Vice-prefeito denunciado

Segundo o site do MP/RS, o Ministério Público em Três Passos, dia 29 de novembro, denunciou o vice-prefeito de Bom Progresso e outras três pessoas pelo assassinato de Jarbas David Heinle, então secretário de Saúde de Bom Progresso e filho do prefeito da cidade. Os quatro foram acusados pelos promotores de Justiça Fernanda Ramires e Caio Isola de Aro por homicídio duplamente qualificado – dois deles por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, e os outros dois por crime cometido mediante paga, recompensa e recurso que dificultou a defesa da vítima. Segundo os promotores, dois dos denunciados esperaram escondidos a vítima chegar em sua casa e um deles atirou com a arma de fogo contra Jarbas. O vice-prefeito e o outro acusado foram os mandantes e pagaram pelo assassinato. Para os promotores, o crime foi encomendado pelos dois mandantes porque eles pretendiam, com a morte da vítima, ter o caminho facilitado para concorrerem às próximas eleições municipais de Bom Progresso. Os dois mandantes estão soltos, apesar dos pedidos de prisão preventiva, inicialmente da polícia civil e depois do MP. Dos executores do crime, um está preso e o outro, foragido.

Impacto da corrupção

Hoje, 9 de dezembro, é o Dia Internacional Contra a Corrupção. A data, estipulada em um acordo entre 140 países durante Assembleia Geral das Nações Unidas, tem o objetivo de promover e fortalecer medidas de combate à corrupção, seguindo princípios como integridade e transparência. O Ministério Público do Rio Grande do Sul, em alusão à data, está publicando, esta semana, uma postagem por dia em suas redes sociais ressaltando o quanto a corrupção impacta negativamente a vida dos brasileiros, mostrando exemplos de como a corrupção reduz recursos destinados para diversas áreas públicas, como saúde, educação, lazer, entre outras. Confira. “A corrupção é um mal que atinge toda a sociedade, precisamos ficar atentos e disseminar uma cultura anticorrupção”, adverte a coordenadora do Centro de Apoio Operacional Cível e de Proteção do Patrimônio Público e Moralidade Administrativa, Flávia Raphael Mallmann.

Ano pré-eleitoral

Faltam apenas 22 dias para o início do ano pré-eleitoral. Ou seja, 2023 será ano pré-eleitoral, eis que em 2024 os eleitores vão voltar às urnas para escolher os representantes nas eleições municipais, que elegem prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. O próximo pleito será em outubro de 2024, cujo primeiro turno sempre é marcado para o primeiro domingo de outubro, que será dia 6. Já o segundo turno, acontece no último domingo do mês, que será dia 27.  Em 2024, serão escolhidos os 27 prefeitos das capitais e do Distrito Federal e das outras mais de 5.500 cidades do país, além dos representantes da Câmara de Vereadores de cada uma delas. Só os municípios com mais de 200 mil eleitores terão, caso necessário, segundo turno.

Conjecturas para 2024

Ainda é bastante cedo para fazermos conjecturas sobre as próximas eleições municipais, mas nem tanto, vez que falta apenas um ano e meio para definição de candidatos. Vou arriscar alguns prognósticos: Em Santo Augusto, na situação, é ver para crer. Se a prefeita tentar a reeleição, vai ter como um de seus oponentes, o próprio aliado de hoje, o PDT. Na oposição, PP e MDB terão de volta o ex-prefeito Naldo. Isso se não cederem ao aliado PT que consta ter recebido promessa de apoio quando costuraram a parceria no legislativo. Dos municípios mais próximos: Chiapetta deverá ter, na situação, o ex-prefeito Osmar Kuhn (PP), e na oposição, o ex-prefeito e médico José Valdir Maçalai, ou o ex-vice-prefeito, empresário Celso Beier. Em Inhacorá, a ser mantido o sistema de consenso, o candidato a prefeito deverá ser o “Manão”, atual vice, eis que o atual prefeito já está no segundo mandato consecutivo. Em São Valério do Sul, o atual prefeito deverá concorrer à reeleição, e novamente enfrentar o ex-prefeito Vladimir Vettorato (PT), que deverá estar de volta, com força. São algumas conjecturas, apenas conjecturas.

Investimento em viaturas

As forças de segurança pública do Rio Grande do Sul têm tido, ao longo das últimas três décadas, uma progressiva evolução no quesito equipamentos, mormente na questão de viaturas. Hoje, na maioria das cidades espalhadas pelo território gaúcho, os órgãos policiais, tanto militar quanto civil, possuem modernas, seguras e confortáveis viaturas para seus agentes fazerem frente à prevenção e ao combate à criminalidade, sem pagar vale para bandidos, que geralmente usam carros potentes nas suas ações criminosas. Inclusive viaturas semiblindadas já estão sendo entregues aos órgãos policiais desde janeiro de 2021, quando 41 unidades com essa proteção foram entregues à Polícia Civil, e continuam sendo distribuídas como forma de melhorar as condições de trabalho.

Se comparado às priscas eras…

Essa questão das viaturas policiais modernas de hoje, chega dar arrepios, eis que me remete às priscas eras dos anos 70 e 80, minha primeira década na polícia. Na segunda metade dos anos 70, quando iniciei, a viatura da Delegacia de Polícia de Santo Augusto era um Jeep Willys já bastante surrado. A Brigada tinha uma camionete picape, também Willys. O reforço, dependendo da diligência, era por conta de algumas empresas da cidade, como a Belcampo, do senhor Plínio Ugulini, entre outras, que disponibilizavam gratuitamente veículo e combustível, principalmente para diligências fora do município. Além disso, pasmem, fazíamos de táxi as diligências, principalmente quando se tratava de urgência. Para isso, o Estado mantinha uma rubrica e o taxista assinava o empenho e o DAP/PC pagava. Muitas vezes o taxista acabava fazendo cortesia da corrida. Lembro de situações graves e urgentes, que mobilizamos cinco ou seis táxis de uma só vez levando os policiais (civis e militares) para atendimento de ocorrência.

São causos verídicos

Em 1983, ocorreu um latrocínio aqui em Santo Augusto, de que foi vítima um taxista de Ijuí. Através da investigação, conseguimos identificar os dois autores que estariam em Foz do Iguaçu, e que iriam passar o veículo roubado para o lado paraguaio. De posse do mandado judicial de prisão, formamos a equipe, um colega daqui e eu, mais o delegado Regional e um comissário de polícia de Ijuí, e rumamos ao Paraná para prender os caras e recuperar o carro. Adivinhem. A viatura para a nossa viagem era uma Kombi xadrez da polícia, emprestada da Regional de Santo Ângelo. Viajamos à noite, na Kombi nada confortável e imprópria para viagem longa. Ao amanhecer, numa reta em declive, uma árvore seca estava caída sobre a pista. Resultado, estilhaçou completamente o para-brisa. Seguimos a viagem sem para-brisa. Para piorar, após termos prendido os dois latrocidas e em meio aos trâmites na Delegacia, um colega de lá me confidenciou: os caras (não disse quem) vão resgatar os presos no caminho. Pegamos a estrada e, para não sermos atacados, fizemos a maior parte da viagem por estradas de chão. De Kombi.

O Fiat Uno

Em 1989, nossa investigação identificou e localizou um ladrão que tinha furtado um caminhão aqui e estava de posse do veículo na cidade de Miracema, capital provisória na época, do Estado do Tocantins, distante três mil quilômetros daqui. Com o devido mandado de prisão, fomos lá, o delegado Viegas, o escrivão Valandro e eu. Qual o carro para a viagem? Um Fiat Uno, de duas portas, emprestado da Delegacia de São Martinho. Além de desconfortável, o Uno não tinha ar-condicionado, óbvio, e não possuía sequer um rádio para entreter. Telefone celular ainda não existia. Uma viagem extremamente monótona. De vez em quando era entoada uma cantoria desafinada que virava em risadas, uns tirando sarros com os outros. Foram três dias diretos de viagem na ida e três dias na vinda. Na volta somou-se a nós, no Fiat, o preso conduzido até Santo Augusto. O calor era escaldante, semana de Natal. Mas, são cavacos do ofício, ninguém chiou. Era assim naquele tempo. Tinha policiais que, muitas vezes, usavam seus próprios carros para diligências. Felizmente, essa carência ou falta de viaturas já não mais existe.

 

 

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