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CRÔNICAS CURTAS – O fanatismo político; Radicalismo acirrado; Onde nasceu o diuscurso do ódio; Propostas dos pré-candidatos ao governo do RS; Revolução tencológica no agro

O fanatismo político

Políticos adoram ter seus fanáticos. Mas creio que o cidadão ao defender sua ideologia política ou seu líder partidário, precisa e deve evitar o fanatismo, irmão gêmeo da intolerância. Infelizmente, o fanatismo pode chegar a um extremo de defesa de ações e de atitudes do ídolo de tal forma que o fanático não consegue sequer criticar o próprio pensamento e ideias. E todos os absurdos que os seus ídolos fizerem ou cometerem eles enxergam como certo e até como ideal a seguir. Estudos evidenciam que a persistência de um fanático é como uma marca de fogo em sua alma, ou seja, ele buscará sempre formas e contextos para justificar os seus ídolos e desqualificar quem se colocar contra ele (o ídolo). Vê-se aí uma estrutura distorcida, onde sempre apareceram o “nós contra eles”, sendo eles quem forem. O fanático extremista não se possui, pois se torna a causa ou a pessoa que defende, e aí sejam familiares ou pessoas amigas a ruptura poderá ocorrer se essas pessoas tentarem “abrir os olhos” dos fanáticos.

Radicalismo acirrado

O assassinato de um guarda municipal, militante do PT, em Foz do Iguaçu, ocorrido na noite de sábado (09/07), de que consta ter sido autor um agente penitenciário federal, simpatizante do bolsonarismo, acirrou sobremaneira o já acentuado radicalismo no âmbito político nacional envolvendo as duas forças a moldar a política brasileira na atualidade, o lulismo e o bolsonarismo. Bolsonaro, ao ser indagado sobre o assassinato, respondeu: “Quando o Adélio me esfaqueou, ninguém falou que ele era filiado ao PSOL. Agora, o que eu tenho a ver com esse episódio? Eu sou contra qualquer ato de violência. Eu já sofri disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está polarizada, a questão. O histórico de violência não é do (meu) lado. É do lado de lá. Eles querem me criminalizar o tempo todo. Tentando bater na mesma tecla, como se eu fosse responsável pelo ódio no Brasil. Pelo amor de Deus. Só falta daqui a pouco ter briga de torcida e me criminalizar também.

No entanto

No mesmo sábado (9), à tarde, na Marcha para Jesus, em São Paulo, Jair Bolsonaro disse que havia uma “guerra do bem contra o mal” no Brasil, ao referir-se às eleições de outubro. Mesmo sofrendo toda a carga adversa, não é uma forma civilizada de abordar disputas políticas, cujo tipo de discurso fomenta a repulsa ao adversário.

Enquanto isso…

Durante comício em Diadema, também no sábado (9), Lula agradeceu ao ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o Marinho do PT, que partiu para cima de um manifestante que xingava o chefão petista na porta do Instituto Lula, em 2018. O manifestante foi empurrado contra um caminhão, sofreu traumatismo craniano e Marinho do PT acabou preso por tentativa de homicídio. Passou sete meses em cana. Disse Lula, outro ex-presidiário: “Esse companheiro Marinho, por me defender, ficou preso sete meses, porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na porta do Instituto. Então, Marinho, eu quero agradecer, porque foi o Marinho e o filho dele que estiveram nessa luta. Essa dívida que eu tenho com você, jamais a gente pode pagar em dinheiro. A gente pode pagar em solidariedade e companheirismo”. Ou seja, Lula chancelou uma agressão física grave contra um adversário político, fazendo o elogio do agressor.

Onde nasceu o discurso de ódio?

O discurso de ódio nasceu sob o petismo, com o “nós contra eles”, agora também aderido pelo bolsonarismo, com a sua visão ideológica. Aliás, Lula e Bolsonaro, sem um o outro não existiria. Ambos rebaixam a linguagem política. Ambos demonizam os adversários. Ambos abominam a imprensa livre. Ambos querem a aniquilação física de quem lhes é contrário (lembram dos petistas comemorando o atentado contra Jair Bolsonaro?). Ambos sabotam a democracia. Ambos flertam com autoritarismo.

A propósito

Ao invés de ficarem nessa ranzinza, um culpando o outro, Bolsonaro e Lula, que juntos têm 70% ou mais da preferência de votos, deveriam assumir suas responsabilidades políticas/democráticas na fala e na forma de conduzir – valerem-se de suas lideranças para acalmar os ânimos, repudiarem qualquer ato de violência e promoverem a paz no país.

 Propostas dos pré-candidatos

Há exatos 78 dias das eleições, o eleitorado precisa saber sobre o que os pré-candidatos ao governo do Rio Grande do Sul pretendem fazer, quais suas ideias, seus planos de governo. Veja a seguir, algumas das principais propostas dos pré-candidatos:

 Gabriel Souza (MDB)

– Priorizar o desenvolvimento. Apresentar um plano de desenvolvimento para o Estado. Investir em saúde para amenizar os impactos do sistema devido à pandemia e na inteligência das polícias.

Luis Carlos Heinze (PP)

– Educação, redução gradativa de alíquotas, como o ICMS, em atividades econômicas estratégicas, e estímulo à economia 4.0 e ao turismo, são algumas das metas previstas no plano de governo de Heize.

Eduardo Leite (PSDB)

– Sobre os próximos quatro anos, Leite defende a continuidade do atual projeto de governo. A agenda que está apresentada é o projeto que apresenta ao Estado.

 Onyx Lorenzoni (PL)

– Fazer um padrão de gestão que traga transparência, a digitalização do governo, que encoste os governos nas pessoas, e que tenha um pequeno nível hierárquico da administração pública. A ideia é simplificar e desburocratizar.

 Edegar Pretto (PT)

– Para alavancar a economia, o pré-candidato defende um governo com diálogo e participação de todos, tendo o aumento do poder de compra dos gaúchos como chave central, fazendo parte de um poder público que governe igualmente dando oportunidade para todos, em sintonia com as demandas de cada região.

 Roberto Argenta (PSC)

– Em suas prioridades, o pré-candidato cita a economia que está à frente da saúde, uma vez que proporcionando novos empregos, o governo também pode beneficiar a saúde, influenciando no bem-estar da população. Quanto às propostas para a saúde, pretende buscar ouvir quem entende do assunto, para “achar o caminho certo”.

 Ricardo Jobim (Novo)

– Projetar e investir na área da saúde, com ênfase na saúde preventiva.

Vieira da Cunha (PDT)

– Em seu governo, dará ênfase ao combate à corrupção e mais investimentos públicos, especialmente em áreas essenciais: educação, saúde e segurança. Cunha também inclui em seu plano de governo, a escola de tempo integral.

Beto Albuquerque (PSB)

– Em seu plano de governo, promete: retomar, reiniciar e reerguer a educação do Rio Grande do Sul; investir na educação como prioridade, proporcionando tecnologia, modernização, aula em tempo integral e reposição salarial dos professores.

Escassez alimentar no Brasil

“O Brasil precisa multiplicar por 10 sua produção de alimentos, ou será forçado a parar o surto de industrialização por falta de divisas para pagar o crescente volume de importação de comida”, dizia um artigo do Estadão, de 24 de abril de 1968, cujo título era “Escassez Alimentar no Brasil”. O texto dizia que o aumento da população urbana no Brasil (um assunto recorrente na época) só iria agravar o problema. O eventual enriquecimento dos habitantes das cidades criaria uma demanda ainda maior por comida, e passaríamos por uma grande escassez, “a não ser que a produção agrícola acompanhe esse desenvolvimento”, profetizou o autor do texto.

Valeu a profecia

O campo não só acompanhou a evolução das cidades: ultrapassou. Em 2021, a balança comercial do agronegócio fechou com saldo positivo de US$ 105,1 bilhões (ou seja, US$ 120 bi em exportações versus US$ 15 bi em importações). Foi um aumento de 19,8% no saldo em relação a 2020. Já os outros setores somados registraram um déficit de US$ 43,8 bi. Ou seja: nossa balança comercial do ano passado só fechou no positivo (US$ 61,2 bi, no caso) graças ao agro. E tudo indica que 2022 será ainda melhor. Entre janeiro e abril (data dos dados mais recentes do Ipea) o saldo da balança está positivo em 43,7 bilhões – 40,5 acima do mesmo período de 2021).

Revolução tecnológica

Hoje, como resultado da revolução tecnológica no agro, metade da soja importada pelo resto do mundo vem do Brasil. E o agro não é só soja. Nem só carne, açúcar, café – há outros produtos nos quais o protagonismo do país é bem conhecido. O Brasil está entre os cinco maiores exportadores globais de 30 produtos agrícolas. A tecnologia agrícola bombou produtividade. Entre 1975 e 2017, a produção de grãos aumentou em seis vezes – de 38 milhões de toneladas para 236 milhões, segundo estudo da Embrapa.

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