Nem homem ele é direito
Durante pronunciamento na sessão ordinária da Câmara, dia 1º de agosto, transmitida pelo Facebook, o vereador Matheus Perlin, do MDB, de Pejuçara, inconformado com o apoio do seu partido à candidatura de Eduardo Leite (PSDB), soltou o verbo: Como dizem, “não podemos se entregar pros homens de jeito nenhum” – e eles se entregaram pra uma pessoa que “nem homem ele é direito”. Nas redes sociais, moradores de Pejuçara e municípios vizinhos manifestaram contrariedade à fala do vereador, caracterizando como “discurso de ódio, totalmente homofóbico”. Explicando-se, via redes sociais, o vereador saiu pela tangente, negou que suas palavras tenham relação com a orientação sexual do ex-governador, e sim sua falta de palavra. Parece convincente nas explicações, mas, se não colar, poderá ter consequências, sofrer reprimenda do seu partido, e até responder por possível falta de decoro parlamentar.
Aliás
Com efeito, a liberdade atinente à orientação sexual de cada pessoa, assim como, por exemplo, a sua liberdade de consciência, de pensamento e de expressão, encontra inquestionável guarida na esfera dos direitos humanos fundamentais, porquanto intrínseca e visceralmente ligada ao indivíduo.
Esclarecimento do vereador
Utilizando-se das redes sociais, Perlin disse que sua fala foi mal interpretada. Confira o esclarecimento do vereador: “Em relação à minha fala na tribuna da Câmara de Vereadores no último dia 1º de agosto, esclareço que fui mal interpretado em minhas colocações. Em nenhum momento houve ataque homofóbico, apenas me referi ao fato de que o ex-governador não cumpriu a palavra em várias oportunidades: 1º – Quando o ex-governador assumiu se comprometeu em um ano colocar a folha dos servidores públicos estaduais em dia, o que aconteceu apenas 3 anos depois com recursos do governo Bolsonaro que vieram para a saúde; 2º – o ex-governador, em várias oportunidades, afirmou que não seria candidato à reeleição, sendo contrário a essa prática pelos políticos, sendo que agora se lançou candidato à reeleição; 3º – o ex-governador havia citado que apoiaria o candidato do MDB a governador, Gabriel Souza, o que também não cumpriu. Estes fatos configuram falta de palavra, o que neste Estado Gaúcho desmoraliza qualquer pessoa, visto ainda se honrar o popular “fio do bigode”, onde a palavra dada por um homem ou por uma mulher deve ser cumprida até o fim, independente do que acontecer, e foi a isso que me referi em minha fala, não tendo nenhum caráter homofóbico ou referência à sexualidade do ex-governador ou de qualquer outra pessoa, não compactuando com qualquer manifestação nesse sentido”.
Pegando o gancho
A questão de ter posto em dia o pagamento dos salários dos servidores, citado pelo vereador de Pejuçara, merece ser destacado sim. O governo dizia não ter dinheiro para nada, os atrasos de salários continuavam ainda dois anos depois de Eduardo Leite ter assumido, embora ele tivesse prometido colocar em dia no primeiro ano. Num toque de mágica, num piscar de olho, exatamente quando o governo federal liberou bilhões de reais para o estado, para o enfrentamento ao Coronavírus, possibilitando que parte poderia ser utilizado livremente, Leite quitou todas as pendências com o funcionalismo, com os hospitais e com os fornecedores. É escancarado que esse milagre só aconteceu por dois fatores: 1º – pelos bilhões de reais despejados pelo governo Bolsonaro ao estado; 2º – pela exterminação de direitos e vantagens temporais de servidores estaduais, e mais as pesadas e abusivas contribuições previdenciárias sobre o total da folha salarial dos aposentados. Aliás, os auxílios do governo Bolsonaro à pandemia, equilibraram, também, as finanças dos municípios. Parece ironia: “graças a pandemia”.
O teatro cínico da esquerda
Me associo ao colunista Rodrigo Constantino para expressar o que penso sobre o teatro da esquerda hipócrita. A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude, disse o duque La Rochefoucauld. O moralista francês resumiu com perfeição quanto alguém tenta sinalizar uma falsa virtude, lembrando que ele, ao menos, sabe o que é a virtude em questão. Daí a hipocrisia, o cinismo, o fingimento. A esquerda em geral é toda cínica, fingida, e o motivo é simples: ela precisa ocultar sua real agenda radical e revolucionária, pois sabe que se expor tudo de forma transparente, jamais vence uma eleição.
Enganar os desatentos
O presidente Bolsonaro comentou sobre os recentes esforços petistas de enganar os desatentos: “Soube que o PT agora reza o Pai Nosso e usa bandeira do Brasil em seus eventos. É um bom começo. Só falta parar de defender aborto, drogas, ideologia de gênero, desencarceramento, controle da mídia/internet, ladrões de celular, financiamento de ditadura e diálogos cabulosos”. No alvo! Petistas aparecem em missas de quatro em quatro anos, sempre às vésperas da eleição. A cor da bandeira que costumam empunhar é vermelha, mas o tom começa a desbotar para o amarelo perto de pedir votos. Se a esquerda fosse sincera, ela deixaria bem claro que despreza o patriotismo, visto como um sentimento “pequeno burguês” ou mesmo fascista.
Se fosse transparente
Se fosse transparente, a esquerda diria que odeia a polícia, que prefere os bandidos, lembrando que sempre age para abrandar punições aos marginais enquanto demoniza a atuação policial e sua “letalidade”. Mas detonar a polícia e enaltecer os bandidos não rende muitos votos, e a esquerda sabe disso. Por isso muda seu discurso em época eleitoral. O manto da “democracia” é outra enorme farsa esquerdista. Assinam cartinhas sem qualquer coerência, uma vez que sempre defenderam ditaduras comunistas, e até hoje o PT de Lula apoia o tirano Maduro na Venezuela, isso sem falar da relação umbilical com Cuba.
Jogo de aparência
Tudo na esquerda é jogo de aparências, é uma farsa calculada para enganar os trouxas. E como notamos essa mudança abrupta de discursos nas semanas que antecedem eleições, podemos concluir que a esquerda sabe muito bem o que são virtudes, mas prefere rejeitá-las por ideologia, oportunismo ou canalhice mesmo. A tentativa da esquerda é ir comendo pelas beiradas, colocando aos poucos suas verdadeiras pautas, para a população ir se acostumando sem muito choque. É como a situação do sapo escaldado. Se a esquerda apresentasse seu verdadeiro projeto de uma só vez, todos sairiam correndo, assustados. Ela sabe disso. E por isso vai cozinhando lentamente suas vítimas, insistindo em seu teatro, até que um dia os otários acordem na Venezuela: como foi que isso aconteceu?!
Coisas curiosas
A Lei da Ficha Limpa completou 12 anos em junho. Criada a partir da iniciativa popular, a norma cristalizou o anseio da sociedade de ver afastados da vida pública os políticos que comprovadamente não cumprissem as normas que regem o país. Isso em tese. Eis que coisas curiosas estão acontecendo no nosso país. Há neste momento um candidato à presidência da República que já foi condenado pela justiça por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes. “Não inocentado”.
Dois pesos e duas medidas
Na semana passada, voltou a circular nas redes sociais uma entrevista polêmica de 2021 com o jornalista Eduardo Bueno atacando o presidente Bolsonaro e proferindo ofensas contra seus apoiadores. “Tô cansado desse filho da puta e das pessoas que votaram nesse cara”. “Essa gente tem de ser linchada. Tem que partir para a guerra, para o confronto. Tem de queimar o Palácio do Planalto. Tem de pôr fogo nele”, disse Bueno. Inquérito no STF? Que nada! Mas, ao contrário disso, há dois meses, aproximadamente, o ministro do STF Alexandre de Moraes mandou prender Ivan Rejane Fortes Boa Pinto, porque ele prometeu “caçar” o ex-presidente Lula. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Ivan diz: “As tchutchucas do PT estão em desespero porque sabem que nós da direita vamos fazer o maior 7 de setembro da história. É o STF que rasga a Constituição e eu tenho o direito de chamar todos esses caras de vagabundos e mentirosos”. Veja só, condutas radicais, graves e semelhantes, mas, infelizmente, usa-se “dois pesos e duas medidas”.
O ódio deles é satânico
As atrocidades e manifestações odiosas não param por aí. O filme de um cineasta conhecido mostra o presidente Bolsonaro jogado no chão, com uma faixa verde e amarela no peito, coberto de sangue; presume-se que ele foi assassinado durante uma passeata de motocicletas. Em outro vídeo, um grupo de pessoas joga futebol com a cabeça de Bolsonaro, roubada de um túmulo. Um comentarista político escreveu num jornal de São Paulo um artigo com o seguinte título: “Por que torço para que Bolsonaro morra”. Que tal? Não existe ódio em nada disso? É claro que existe. O que não existe no Brasil de hoje é imparcialidade da justiça para coibir igualitariamente tais atos.